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“Quero que venham para cá ver a arte”, propõe a artista plástica Sylvia Furegatti
Por Fernanda Almeida
Segue até o próximo dia 2 de maio, no Instituto Pavão Cultural, a exposição “Proximidades Desiguais”, sob a curadoria do professor da Unicamp e artista plástico Sergio Niculitcheff. A mostra traz obras de 15 mulheres artistas que trabalham com técnicas, materiais e formas distintas.
“Foi um núcleo para trabalhar a questão da curadoria, que é essa relação da Unicamp e serem mulheres. E aí tem essa coisa da diversidade, que cada uma trabalhar de uma maneira diferente, uma técnica diferente, escalas distintas”, disse o curador Niculitcheff durante a inauguração do evento na última quinta, 5, sobre o nome escolhido para a coletiva.
Com cerca de 60 obras, a exposição também conta com peças de Tarsila do Amaral, fornecidas por um colecionador particular, e de obras do Gabinete de Estampas da Unicamp.
Fernanda Pupo, artista plástica e mestranda sob a orientação de Niculitcheff, se apresenta com obras que retratam vidas passadas. “A maioria dos meus trabalhos são fortes, são angustiantes, definindo angústias passadas”, disse a artista, que utiliza carvão e acrílico em sua composição, a exemplo dos trabalhos do artista plástico sul africano William Kentridge, que ela estuda.
Já Sylvia Furegatti tem o trabalho direcionado a ações e intervenções nas paisagens, como traz na sua obra “Hojas, Horas e Trabalho”, produzida em Madri. “É uma ideia de colocar o que aconteceu na experiência da rua dentro da galeria. Então tem uma transposição do lugar, do artista nesse vai e vem com a cidade. É esse movimento que me interessa sempre”.
Segundo o professor Niculitcheff, o foco da exposição é trabalhar a arte na forma mais pura, sem trazer qualquer engajamento político, desejando que o público se enriqueça com o trabalho artístico propriamente dito. “Quero que as pessoas vejam o que elas quiserem, por que a arte tem essa questão. Não é uma linguagem clara no sentido de o artista querer dizer isso, e ele vai conseguir passar essa mensagem”.
Furegatti disse desejar que as pessoas vejam mais exposições de arte ao invés de reproduções, como a de Van Gogh no Iguatemi. “Toda vez que a gente troca entretenimento no lugar da arte, a gente perde uma coisa importante na nossa formação como pessoa, como indivíduo e como cidadão. Quero que as pessoas venham para cá ver a arte, a minha, a da Vania, a de todo mundo.”
Já a pintora e gravadora Vania Mignone, que trabalha com colagem e pintura, disse que a arte de muita importância na formação de futuros artistas diante da política atual. “O resultado do que a gente está vivendo hoje, vamos sentir mais pra frente, pela falta de
pessoas com qualidade, de artistas, de diretores, dançarinos, cantores líricos, escritores… É bem triste”.
A inauguração da exposição contou com a apresentação do grupo Flor da Pele, cantando “Tudo, tudo”, de Caetano Veloso; “Tema de amor para Gabriela”, de Tom Jobim; o poema “Mortal Leitura”, de Gregório de Matos, musicado por José Miguel Wisnik; Maracangalha, de Dorival Caymmi; e “Metamorfose Ambulante”, de Raul Seixas.
Participam da mostra as artistas Ana Calzavara, Fernanda Pupo, Júlia Stradiotto, Julia Goeldi, Lilian Walker, Luise Weiss, Lygia Eluf, Maria Bonomi, Natália Gregorini, Paula Almozara, Paula Chimanovich, Rochelle Costi, Sylvia Furegatti, Renina Katz e Vania Mignone.
A exposição está aberta ao público até o dia 2 de maio, de quarta a sexta-feira, da 13h às 20h; e de sábado, das 11h às 17h, com entrada franca. O Instituto Pavão Cultural fica localizado à Rua Maria Tereza Dias da Silva, 708, no Distrito de Barão Geraldo.
Aqui, link para apresentação do grupo Flor da Pele, no lançamento da exposição “Proximidades Desiguais.
Orientação: Prof. Carlos A. Zanotti
Edição: Laryssa Holanda
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