Educação

A escola vem se afastando do jovem, aponta pesquisa

Por Bruna Carnielli

 

Segundo levantamento em Campinas, 61,6% dos alunos se esforçam apenas para obter nota de aprovação

 

Escola é vista como parte das obrigações, e não oportunidade para aprender (foto: Paula Mariane)

“Existe vontade de ter mais atividades extras, laboratórios, projetos, de ter um ensino melhor, de ter professores que interajam mais e poder participar mais da aula, mas a escola que temos não oferece essas oportunidades”. A afirmação é da estudante Letícia Gonzales Martins, da Faculdade de Psicologia da PUC-Campinas, que conduziu uma pesquisa junto a 86 alunos do 1º ano do ensino médio de uma unidade pública do município.

De acordo com a estudante, a pesquisa, desenvolvida em regime de iniciação científica ao longo de 2017, apurou que, devido à falta daqueles recursos, os jovens veem a escola apenas como parte de suas obrigações, “e não como uma oportunidade para obter conhecimento e crescimento”.

A estudante Letícia Martins e a orientadora da pesquisa, Vera Trevisan: um olhar sobre a escola (Foto: Bruna Carnielli)

Segundo a docente orientadora da estudante, professora Vera Lúcia Trevisan, o levantamento constatou que os secundaristas acabam indo para a escola por pura obrigação. “Uma reforma no modo de lidar com o ensino seria fundamental para reverter esse quadro”, disse a docente, que possui doutorado em psicologia da educação.

“Já não faz mais sentido para os alunos o formato atual de escola”, prosseguiu a estudante, ao explicar que o levantamento para sua pesquisa contou com um questionário cujo principal objetivo foi identificar quais os sentidos e significados que os alunos atribuem à escola que têm; e qual escola eles gostariam de ter. O ponto de partida foi “tentar fugir de uma visão de aluno que é desinteressado por natureza, que não quer nada da vida, e realmente perguntar pra eles como estão vivenciando a escola”.

Letícia: modelo atual já não faz mais sentido (Foto: Bruna Carnielli)

De acordo com o levantamento, 41,86% dos alunos disseram que a escola deveria oferecer um ensino melhor e conteúdos diferenciados. Para 22%, deveria haver uma estrutura melhor, enquanto 15,1% e 10,4% dos entrevistados pediram por atividades extracurriculares e bons professores, respectivamente.

A orientadora do trabalho ponderou que já é tempo de as autoridades do setor ouvirem e buscar melhor compreender o aluno. “Já passou da hora de outros profissionais também atuarem na escola pra promover outro olhar, outras dinâmicas, que favoreçam o que é esse jovem, o que é esse professor, o que é a sociedade”, frisou Vera Trevisan.

 

Edição de Caroline Garcia D’Agostini

Orientado por Prof. Carlos Alberto Zanotti


Veja mais matéria sobre Educação

Bibliotecas ainda promovem o acesso ao conhecimento


Apesar do avanço da tecnologia e o desinteresse por parte do público, bibliotecas de Campinas mantêm sua relevância.


Biblioterapia atua como aliada aos tratamentos psicológicos


Abordagem visa ajudar os pacientes através da literatura, com percepções e reflexões a partir de


Educação ambiental pode parar a destruição do planeta


Segundo a bióloga Natashi Pilon, o recurso educacional é essencial para que as próximas gerações


Jornalistas precisam dominar a inteligência artificial


Durante a Aula Magna, Profa. Dra. Cristiane Barbosa destacou a importância de aprimorar práticas profissionais e enfrentar os desafios éticos


Educação ambiental é chave para humanidade entender nível de destruição do planeta 


Segundo a bióloga Natashi Pilon, o recurso educacional é essencial para que “as próximas gerações saibam lidar com o mundo em que irão viver”


A educação infantil está preparada para atender estudantes no espectro autista?


A inclusão tem que existir a partir de um diálogo entre família, escola e equipe multidisciplinar



Pesquise no digitais

Siga – nos

Leia nossas últimas notícias em qualquer uma dessas redes sociais!

Campinas e Região


Facebook

Expediente

Digitais é um produto laboratorial da Faculdade de Jornalismo da PUC-Campinas, com publicações desenvolvidas pelos alunos nas disciplinas práticas e nos projetos experimentais para a conclusão do curso. Alunos monitores/editores de agosto a setembro de 2023: Bianca Campos Bernardes / Daniel Ribeiro dos Santos / Gabriela Fernandes Cardoso Lamas / Gabriela Moda Battaglini / Giovana Sottero / Isabela Ribeiro de Meletti / Marina de Andrade Favaro / Melyssa Kell Sousa Barbosa / Murilo Araujo Sacardi / Théo Miranda de Lima Professores responsáveis: Carlos Gilberto Roldão, Carlos A. Zanotti e Rosemary Bars.