Noticiário Geral
O Comitê Municipal de Aleitamento Materno e Alimentação Complementar Saudável pretende desenvolver uma pesquisa em Campinas para mapear as condições da amamentação no município. A informação é da neonatologista do Centro de Atenção Integral à Saúde da Mulher (Caism) e professora da Faculdade de Ciências Médicas da Unicamp, Mônica Aparecida Pessoto. Hoje, os dados registrados pelo Hospital Universitário da PUC-Campinas e na região Noroeste da cidade mostram que as estatísticas não são positivas. A duração média de aleitamento materno é de 90 dias, sendo que a recomendação oficial da Organização Mundial de Saúde (OMS) é de quatro a seis meses.
Essa é uma das justificativas pelo desenvolvimento de campanhas com foco na conscientização sobre a importância do aleitamento materno, como aconteceu no Agosto Dourado, promovida pelos professores da Faculdade de Ciências Médicas da Unicamp. Segundo Sérgio Tadeu Martins Marba, diretor do Departamento de Neonatologia, a proposta é divulgar a importância da amamentação para alunos, funcionários e comunidade em geral mantendo o foco no apoio institucional.
Marba afirmou também que é espera parcerias com as instituições, família e comunidade em geral no apoio à amamentação. Segundo ele, é necessário “discutir e refletir sobre a participação de diferentes atores no processo de amamentação”. A proposta é reverter hábitos como a oferecer a mamadeira e a chupeta para o bebê, uma das primeiras causas do desmame precoce.
Em Campinas, 48% dos bebês usam chupeta nos primeiros seis meses de vida e 63,6% tiveram desmame por causa da seca do leite e rejeição. O SUS (Sistema Único de Saúde) registou que 42,2% dos bebês são amamentados pelo leite materno. Já o sistema privado de saúde aponta que apenas 34,4% são amamentados, o que representa que apenas 38% das crianças são amamentadas até os 12 meses de vida.
A prática da amamentação nos primeiros seis meses de vida do recém-nascido traz benefícios para a mãe e para o bebê. Além de aumentar a resistência do bebê, por atender as necessidades de nutrientes do bebê e reduzir as cólicas intestinais, há a interação entre mãe e filho, como conta Giulia Amorim, mãe do Arthur. “Eu incentivaria todas as mulheres a amamentarem pelo vínculo eterno com o seu filho, o que resulta em um sentimento de amor mútuo. Para mim foi a melhor e mais bonita forma de demonstração de amor e afeto que pode existir,” disse.
Porém, o corpo da mulher sofre com as mudanças físicas e muitas mães deixam de amamentar por terem fissuras ou rachaduras dos mamilos, ingurgitamento, inflamações no mamilo e seca do leite. Há também fatores sociais, econômicos e culturais que influenciam na hora da mulher escolher se vai amamentar ou não.
Marcela Munhoz, mãe da Lívia teve mastite nos primeiros dias. “Fui ao banco de leite, aprendi a tirar o excesso e ficou tudo bem”, disse. A médica Mônica Aparecida Pessoto recomenda que a mulher acredite no seu instinto materno e deixe que o corpo conecte-se com o bebê “para a amamentação não se tornar um trauma”. Nessas situações, a mãe deve procurar ajuda na maternidade onde ocorreu o parto, banco de leite, unidade básica de saúde e em grupos de apoio ao aleitamento materno.
Legislação e direitos das mães – Desde setembro de 2016, Campinas tema a lei municipal 15.296 que garante às mães o direito de amamentar em qualquer local que estiverem, abertos ou fechados, público ou privado. A multa prevista para o estabelecimento que impedir uma mulher de amamentar é equivalente a de R$ 500,00.
As servidoras lactantes da Câmara Municipal de Campinas terão uma hora por dia para amamentar os seus filhos: poderá escolher sair mais cedo ou chegar mais tarde ou até acrescentar uma hora a mais de almoço. O benefício será para servidoras ocupantes de cargo em comissão ou função gratificada. (Orientação Rosemary Bars)
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