Destaque
Especialistas apontam os desafios enfrentados pelos produtores em épocas de irregularidade ambiental
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Por Théo Miranda de Lima, Gustavo Maito Cabral, Murilo Araújo Sacardi, Diego Luís de Linardo Filho, Adriano Bueno, Carlos Henrique Favaretto, Kauan Panontin Guidi e Enzo Zaros Santos

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Com o avanço das mudanças climáticas, a produção do agronegócio tem enfrentado desafios cada vez mais complexos. Fenômenos como frio e calor extremos, longos períodos de seca ou chuvas intensas têm impactado diretamente o trabalho no campo. Diante desse cenário, os produtores rurais se veem obrigados a buscar soluções inovadoras para amenizar os efeitos dessas variações climáticas e garantir a continuidade da produção. O investimento em tecnologia tem se mostrado uma das principais estratégias adotadas para enfrentar essa nova realidade.
Nesse contexto, a indústria de máquinas agrícolas também tem se adaptado. Segundo Nelson Righi, gerente de marketing tático para a América Latina da fabricante Case, o setor tem incorporado tecnologias avançadas para atender às demandas dos produtores. “Podemos citar alguns pontos de Agricultura de Precisão e Automação como sensores remotos, sistemas de GPS e o uso da inteligência artificial. Essas tecnologias permitem que as máquinas otimizem rotas, reduzam desperdícios e maximizem a produtividade mesmo em condições adversas”, afirma Righi. Com isso, a mecanização do campo ganha uma nova dimensão, baseada em dados e análises em tempo real.
O esforço por previsibilidade também tem ganhado destaque. De acordo com dados do Cemaden (Centro Nacional de Monitoramento e Alertas de Desastres Naturais), somente nos municípios monitorados pela unidade foram emitidos 3.245 alertas climáticos. Desses, 1.813 foram alertas hidrológicos, e 1.612 geohidrológicos — que englobam eventos como deslizamentos de terra provocados por chuvas intensas. Esses números reforçam a urgência de ferramentas capazes de antecipar riscos e orientar ações preventivas.
É justamente aí que a agrometeorologia tem se tornado uma aliada essencial do campo. Felipe Gustavo Pilau, professor da Esalq/USP (Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz) e fundador da startup Weather Service, explica que essa área da ciência utiliza previsões de curto e médio prazo para orientar decisões agrícolas.
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“O agrometeorologista utiliza a previsão de tempo para antever as próximas horas, o que chamamos de nowcast. Assim, é possível prever a quantidade de chuva, descargas elétricas e temperatura. O desafio está na previsão para os próximos noventa dias, por isso usamos tendências, como a expectativa de um mês mais seco, para planejar o plantio de determinadas culturas”
Felipe Gustavo Pilau
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Além da previsão e da mecanização inteligente, novas tecnologias também estão otimizando o manejo no campo. Os drones, por exemplo, têm ganhado espaço nas lavouras. Giovani Amianti, CEO da Xmobts, destaca que os modelos voltados à pulverização são capazes de aplicar insumos com maior precisão, o que reduz perdas e o impacto ambiental.
“Além disso, o uso de menos defensivos diminui a contaminação do solo e da água. Os drones ainda conseguem operar em áreas de difícil acesso, como encostas íngremes ou regiões alagadas, e fornecem dados valiosos para uma tomada de decisão mais estratégica”
Giovani Amianti
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Dessa forma, o agronegócio brasileiro avança na construção de um modelo mais resiliente às mudanças climáticas. Com o apoio da ciência, da tecnologia e da inovação, produtores rurais e empresas do setor buscam transformar os desafios ambientais em oportunidades para modernizar práticas e garantir a sustentabilidade da produção agrícola.
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S.O.S Mudanças Climáticas_____________________________________________________________
S.O.S Mudanças Climáticas é um projeto multimídia do acidade on, em parceria com professores e alunos da Faculdade de Jornalismo e Curso de Mídias Digitais da PUC-Campinas. Os conteúdos buscam explicar como as mudanças climáticas afetam o cotidiano das pessoas no interior de São Paulo e têm como propósito ajudá-las a se preparar melhor para enfrentar essa crise.
Esta matéria foi feita pelos alunos da Faculdade de Jornalismo da PUC-Campinas: Théo Miranda de Lima, Gustavo Maito Cabral, Murilo Araújo Sacardi, Diego Luís de Linardo Filho, Adriano Bueno, Carlos Henrique Favaretto, Kauan Panontin Guidi e Enzo Zaros Santos, com apoio dos alunos do Curso de Mídias Digitais: Daniel Targino, Marília Ditolla, Maurício Jr, Victória Gaulke e Vitor Melo, para o componente curricular do Projeto Integrador, sob supervisão da professora Amanda Artioli e edição de Leonardo Oliveira.
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Orientação: Amanda Artioli
Edição: Giovanni Feltrin
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