Educação
Movimento Transicionando o IB reflete sobre a convivência com os com os colegas e com os professores
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Por Lara Nave
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Nesta última quarta-feira, dia 21 de maio, ocorreu uma roda de conversa sobre cotas para pessoas trans, no Instituto de Biologia (IB) na Unicamp. A Universidade Estadual de Campinas é a primeira a adotar esse modelo de ingresso e, os alunos que movimentaram essa resolução, Raffael Rotta e Miguel Megara, agora questionam se as faculdades estão preparadas para receber novos alunos da comunidade.
Raffael Rotta, estudante de biologia desde 2022, falou sobre as principais dificuldades vividas, como pessoa trans, ao ingressar na faculdade. Entre elas estão a dificuldade de aceitação dos pronomes, a transfobia dentro da própria biologia e a falta de representatividade.

Ainda faltam estudos na área, como efeitos dos hormônios a longo prazo, explica Raffael. Hoje em dia já se sabe que pessoas trans podem ter um risco aumentado de osteoporose, devido a alterações hormonais. Uma vez Raffael perguntou a sua professora sobre o risco dos hormônios e ela não soube responder. A biologa Ana Arnt, mediadora da sessão, disse que “quanto mais universais as células, menos inclusivos os estudos serão”
Miguel Megara destacou o surgimento do nome ‘morto’ — nome pelo qual uma pessoa costumava se chamar antes de sua transição de gênero — em listas de chamada e aplicativos da universidade. Miguel relata que ficava ansioso sempre que a sua turma ia à uma viagem de campo, pois sabia que seria chamado pelo seu nome ‘morto’.
Quando Miguel ingressou na faculdade em 2023, tinha uma sombra que o seguia. Essa sombra era o Raffael. Os dois, cansados de educar amigos e professores sobre como deveriam ser respeitados, pediram na sessão para que não fossem só eles que perguntassem sobre os novos estudos na área e problemas de inclusão, já que eram únicos na própria sala de aula.
Os professores presentes alegaram que não entendiam porque havia problemas com as listas e aplicativos, sendo que os alunos passaram pela retificação de nome, e então, se comprometeram em investigar.
Organizadores da calourada se propuseram a receber melhor os alunos da comunidade no próximo evento, incluindo pessoas não binárias, evitando o erro de pronomes e proporcionando mais acolhimento. Por fim, Miguel desabafou: “a gente não tem ódio, não tem raiva, só é muito difícil para nós”.
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Orientação e edição: Adauto Molck
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