Entrevista

A revolução nas transmissões esportivas do rádio

Como as webrádios, incorporando o recurso do vídeo, deram uma cara para as vozes do esporte

Por Marcelo Chiconato

Com a chegada da internet, os meios de comunicação cada vez mais se reinventam, ganhando um novo formato ou sendo preteridos pelas inovações. A mudança nas rádios, principalmente nas transmissões de eventos esportivos, recebe um grande destaque do público.

As webrádios, como a do ex-jogador Neto, se tornaram uma nova opção na hora de consumir esportes (Foto: Marcelo Chiconato)

As chamadas webrádios consistem na incorporação do vídeo nas transmissões, realizadas através de plataformas on-line, como YouTube, Facebook ou Twitch. Grandes nomes da televisão esportiva já migraram para o novo formato, como por exemplo o ex-jogador Neto, que organiza transmissões esportivas com a sua Rádio Craque Neto. Clubes de futebol também aderiram ao movimento, como o São Paulo, que transmite todos os seus jogos em sua plataforma de streaming, a SPFC Play.

Ruy Balla, radialista com passagens por emissoras como Transamérica e Rádio Cidade de Lisboa, explica que essas novas rádios online abrem um leque de alternativas para o consumidor final. “Você tem mais opções, pode escolher uma transmissão mais parcial, se quiser, com mais cara de torcedor, como muitas fazem. Isso eu acho muito bacana, porque aí o torcedor fanático pode assistir a webrádio do clube do coração dele”, destaca. 

Ruy Balla é radialista e apresentador de podcasts (Foto: Marcelo Chiconato)

Ruy participou de coberturas de grandes eventos, como os Jogos Olímpicos de Atlanta em 1996. Atualmente, ele oferece consultoria para emissoras de rádio que querem se reformular. O radialista observa que as webrádios causaram também uma movimentação entre os veículos convencionais, que passaram a perceber a importância de também ingressarem no “mundo cheio de telas”.

Ele também observa uma democratização no mercado de trabalho. Agora, as pessoas que querem trabalhar em transmissões esportivas têm a possibilidade de se aperfeiçoarem. “Ajuda porque é um treino, né? Antigamente, como é que o cara treinava? Não tinha jeito. Ele tinha que entrar no rádio e ir aos trancos e barrancos, ir treinando no ar. O dono, os gerentes ou os diretores de rádio viam o potencial na pessoa e iam colocando”, complementa. 

Luís Felipe Gallo, estudante de jornalismo, atribui o seu trabalho na Rádio Resenha do Interior como um momento importante no seu desenvolvimento pessoal. O jovem, que nunca havia trabalhado com transmissões esportivas, viu na webrádio uma forma de ingressar nesse mercado, desenvolvendo não só seu conhecimento futebolístico como também sua oratória e comentários.

Registro da primeira cobertura in loco de Luís Felipe, com o meio-campista Paulo Henrique Ganso. (Foto: Arquivo pessoal/Luis Gallo)

Foi através do veículo que Luís concretizou alguns sonhos: cobriu uma partida de futebol profissional in loco, tendo também a experiência de entrevistar um jogador da elite nacional. “A minha primeira cobertura no estádio foi a realização de um sonho. Fui perguntando para o pessoal do estádio como funcionava e onde eu tinha que ir. Quando eu cheguei na cabine, senti uma emoção muito grande, de conseguir realizar um sonho, e sentir toda a energia de cobrir um jogo diretamente do estádio”, conta.

Maurício Pinelli, 54, é dentista e consumidor de transmissões esportivas no rádio desde a infância, e recentemente tem optado pelas webrádios. Por não ter um serviço de TV a cabo, as coberturas online são um atrativo para ele. Mesmo sendo são-paulino fanático, opta sempre por uma equipe de transmissão mais imparcial “na rádio, às vezes tem comentarista com comentários nada a ver. O da televisão, se o cara fizer um comentário assim, você nem está prestando atenção, porque você está vendo a imagem”, acrescentou. 

Mesmo assim, Maurício prefere assistir a partidas televisionadas, por conta do delay nas transmissões online. “Rádio de YouTube tem um atraso que, em muitos casos, você está vendo alguém gritar gol, e só dois ou três minutos depois que você vai ver”. 

O dentista ressalta um fato no novo modelo que lhe atrai “o que é gostoso de você ver em uma transmissão ao vivo é que você sabe que os caras têm que esconder o time do coração, mas você sabe para quem eles torcem pela a reação quando a equipe que eles estão secando faz um gol. Então aí se torna meio cômico, né? Uma piadinha, é até legal”.

Orientação: Profa. Karla Ehrenberg
Edição: Luísa Viana


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