Destaque
O canil policial existe há 39 anos em Campinas e atua em 38 cidades na região
Por Gabriela Lamas
Jason, Athos, Max, Conan, Lotâ, Kronos, Stan, Blitz e Myke. Estes são os nomes dos cães policiais do 1º Batalhão de Ações Especiais da Polícia Militar de Campinas. São 8 machos da raça pastor belga de malinois, que se destacam por apoiar agentes da segurança pública. Além da PM, eles apoiam a Polícia Federal, Rodoviária Estadual e Federal e o Exército em diversas ocorrências.
O Canil da Polícia Militar de Campinas atua desde 1985 e com a criação da corporação, em janeiro de 2014, os cães foram realocados do 35º Batalhão para o 1º BAEP. Cada animal tem seu policial responsável por ele, um veterinário à disposição 24h dentro do batalhão, além de viaturas especiais com um espaço para o animal, luz e climatizador.
O 1º Batalhão de Ações Especiais da Polícia Militar é sediado na cidade de Campinas, atende 38 municípios na região, e conta com a ampla estrutura do canil e da cavalaria que somam na segurança das cidades. Existem dois tipos de cães, os que buscam drogas, que geralmente são habilitados para localizar maconha, cocaína e crack e os que localizam armas e munições. Neste ano, os cães já apoiaram várias ocorrências policiais, na localização de armas, drogas e munições. Os dados apontam um aumento em ocorrências, comparado ao mesmo período no ano passado.
O processo até um cão chegar na base da Polícia começa por um documento interno onde os cães podem ser comprados ou recebidos por doação tornando o animal patrimônio do Estado. Quando o animal vai para o batalhão é feita uma análise de temperamento para ver se ele tem o porte e as habilidades necessárias. “Nem todos os animais têm a capacidade de se tornar um cão de polícia, ele pode se tornar um cão de guia ou um cão de residência”, reforça Cabo Matias, que atua há 23 anos na Polícia Militar, sempre junto aos cães.
Essa análise inicial é feita em até três meses. “São abertas janelas na mente deles, eu preciso mostrar para o animal ambiente, pessoas, outros animais, barulhos, aquilo que ele vai encontrar no cotidiano dele quando ele estiver pronto, habilitado pra rua. Então, eu preciso mostrar tudo isso de uma forma bem lúdica para que não cause trauma”, disse Matias.
Na continuidade do treinamento que costuma ser diário, é trabalhada a questão comportamental, instinto de presa, saltos, faro e mordida. “Eu vou construindo o temperamento e formando o caráter do animal. O temperamento é muito importante, é inato, eu não consigo mudar”, explica o policial.
Sobre a técnica da mordida os cães costumam pular no alvo, isso faz com que desequilibre a pessoa. Já no ponto de ataque, o cão é treinado para morder pelo menos 10 partes do corpo. É usado no treinamento uma roupa especial para desenvolver essas mordidas, que é uma jaqueta e calça bem volumosa conhecida por “Bite”. A mordida do cão é com os dentes incisivos ao invés do canino. “Quando ele morde com os dentes do fundo, a probabilidade da presa fugir da boca dele é muito menor”, explica Cabo Matias.
Para o treino de odor, são apresentados vários tipos de cheiros para o cão, e com muito treino eles buscam o que a polícia precisa localizar. “Eu tenho laboratório aqui, então eu vou colocar todos os odores possíveis, até o meu”, explica Matias.
Quando eles localizam algo, eles sentam ou deitam e balançam o rabo. Então, é averiguado pelos humanos se existe algo ali e depois se realmente for localizado, o cão é recompensado com um brinquedo.
Questionado sobre o que a Polícia Militar espera dos cães, Cabo Matias diz que é o momento de colocar tudo em prática e se destacar. “A gente fala que o cão é a ferramenta perfeita. Quando surge a ocorrência é o momento correto para a gente colocar tudo aquilo que a gente treinou em prática”, diz Matias.
Orientação: Profa. Karla Caldas
Edição: Gabriela Lamas
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