Incentivar crianças e adolescentes a explorar a arte ajuda com que eles entendam o mundo e a si mesmos

Por Enzo Oliveira e João Victor Amorim

A arte desempenha um papel essencial no desenvolvimento integral das crianças, permitindo que elas explorem o mundo de forma criativa, expressem suas emoções e desenvolvam habilidades importantes para a vida. Desde os primeiros anos, atividades como dança, pintura, música e teatro são capazes de estimular a imaginação, fortalecer a coordenação motora e construir autoconfiança. Mais do que uma simples ferramenta educacional, a arte é um meio poderoso de transformação pessoal e social.

A psicopedagoga, Raquel Martins Correa, explica que as experiências artísticas são fundamentais para o desenvolvimento afetivo e cognitivo das crianças. “A arte ajuda as crianças a se expressarem com espontaneidade, vivenciando momentos de socialização e interação, além de trabalhar aspectos como coordenação motora e linguagem”, destaca. Ela ressalta que essas práticas permitem às crianças compreender que não há um jeito certo ou errado de se expressar, algo que contribui diretamente para a construção da autoestima e autoconfiança.

Esse impacto positivo também é observado por pais que introduziram atividades artísticas na rotina de seus filhos. Patrícia Lopes, mãe de Lívia, de 14 anos, contou que a filha se tornou mais dedicada e responsável ao participar de aulas de dança. “Essas atividades fizeram com que ela criasse disciplina e, ao mesmo tempo, se divertisse. Isso ajudou muito na autoestima dela”, relata. Já Silvia Carvalho, mãe de Cecília, de 13 anos, reforçou essa visão ao afirmar que a arte ajudou a filha a se comunicar melhor e a conviver em grupo. “Foi através da dança e da música que ela conseguiu se apresentar em público e aprender a dividir suas conquistas com os outros”, diz a mãe.

Além de promover a expressão individual, a arte tem um papel único na formação cultural e social das crianças. Por meio das manifestações artísticas, elas têm acesso a experiências estéticas que ampliam sua visão de mundo e fortalecem sua criatividade. Essas práticas não apenas desenvolvem habilidades motoras e cognitivas, mas também promovem a compreensão de diferentes formas de linguagem, incentivando a comunicação, a criação e a transformação do que vivenciam.

Camila Walter, mãe de Lucas, de 12 anos, acredita que a arte molda a personalidade da criança, além de ser um complemento para a formação do caráter de seu filho. Confira abaixo a fala completa de Camila. 

A pesquisa na área de educação infantil também aponta a importância de utilizar a arte como ferramenta pedagógica. Especialistas defendem que o ensino artístico deve ir além de técnicas e teorias, incentivando as crianças a aplicarem o que aprendem de forma criativa. Raquel reforça este ponto ao explicar que o lúdico presente nas atividades artísticas torna o aprendizado mais leve e eficaz. “Durante essas práticas, as crianças compreendem que errar faz parte do processo criativo, e isso é essencial para fortalecer sua resiliência e auto confiança”, comentou.

A experiência de mães e pais, como Patrícia e Silvia, comprova que a arte ensina lições que outras disciplinas não abordam. Patrícia observou que a filha Lívia aprendeu a expressar suas emoções e exercitar o corpo de forma criativa. Já Silvia destacou que as aulas de dança ensinaram à filha paciência, dedicação e resiliência. “Ela aprendeu a começar de novo quantas vezes fosse necessário, algo que é uma grande lição de vida”, destaca.

A professora Eduarda Fernandes, que atua na área da educação infantil, complementa falando que cada criança tem a sua maneira e o seu tempo para o processo criativo, e que cabe aos professores entender e respeitar cada aluno. Confira com mais detalhes sobre o assunto nesse vídeo de Eduarda.

Seja na escola ou em casa, incentivar as crianças e adolescentes a explorar a arte é uma forma de ajudá-los a compreender o mundo e a si mesmos, criando oportunidades para que sejam descobertas potencialidades e construída autoconfiança.

Orientação: Profa. Karla Ehrenberg

Edição: Bianca Freitas