Uso de tecnologia e aumento de 30% no efetivo da Guarda Civil Municipal aumentam a segurança e a qualidade de vida na cidade

Por Gabriel França

Valinhos, localizada na Região Metropolitana de Campinas, foi eleita a cidade mais segura do Brasil em 2024, com uma taxa de 0,9 assassinatos a cada 100 mil habitantes. Este feito coloca o município no topo do ranking de segurança, conforme o Anuário 2024 Cidades Mais Seguras do Brasil, desenvolvido pelo guia imobiliário MySide. Com cerca de 130 mil habitantes em 2023, Valinhos não é apenas reconhecida por sua segurança, mas também como um dos melhores lugares para se viver no país, oferecendo boas oportunidades de emprego e infraestrutura de qualidade nas áreas de educação, saúde e saneamento básico.

Aparecido Ignácio, especialista em segurança pública e desenvolvimento urbano, destaca que “não podemos pensar apenas no curto prazo; precisamos de um plano que atenda às necessidades imediatas e, ao mesmo tempo, construa um futuro sustentável.” Para ele, Valinhos representa um exemplo claro de como o investimento contínuo em segurança pode contribuir para a prosperidade econômica e qualidade de vida de seus moradores. “Se continuarmos com um ritmo de desenvolvimento consistente, existe um grande potencial de crescimento,” completa.

A implementação do sistema de monitoramento em Valinhos é um dos principais fatores que contribuíram para a evolução na segurança da cidade, além do aumento de 30% no efetivo da Guarda Civil Municipal. Robson Inspector, responsável pelo Centro de Operações Integradas (COI) e pela Guarda Civil Municipal (GCM) de Valinhos, explica que a prefeita Lucimara Godoy implementou esse sistema com a intenção de aumentar a segurança no município, que era um dos últimos na região metropolitana a não contar com essa infraestrutura. “O conceito da Muralha Digital é inspirado em cidades medievais, onde um perímetro cercado por câmeras permite o monitoramento de entradas e saídas da cidade, além de algumas câmeras internas,” afirma Robson.

Desde a criação do COI, o número de câmeras em prédios públicos e de reconhecimento de placas (OCR) aumentou consideravelmente. Atualmente, há câmeras operacionais, que permitem monitorar praticamente todas as entradas e saídas da cidade, integrando as informações com diversas plataformas de inteligência, incluindo o Cortex do Governo Federal e o Detecta do Governo do Estado.

Robson destaca que a integração com outros órgãos, como a Polícia Rodoviária Federal e a Polícia Civil, é fundamental para um monitoramento eficaz. “O sistema permite registrar e classificar ocorrências, ajudando as autoridades a determinar o tipo de patrulhamento necessário em diferentes regiões, seja ele mais agressivo ou comunitário,” explica.

Robson também cita a utilização de inteligência artificial no sistema. Com as tecnologias atuais, os cidadãos não precisam se preocupar em fornecer placas exatas de veículos envolvidos em ocorrências. “A tecnologia permite a identificação de características visuais dos veículos, como cor, modelo e outros detalhes, facilitando o trabalho da GCM,” afirma ele.

 A central regional de inteligência e manutenção, chamada Quatera CRIM, também ajuda para uma comunicação mais eficiente entre os municípios. Robson demonstra como, antes, o registro de veículos com problemas dependia de anotações em papel que podiam ser perdidas. “Agora, qualquer informação inserida no sistema é compartilhada em tempo real entre as cidades, aumentando a agilidade nas operações”, explica.

Além disso, a utilização de imagens no processo de identificação diferencia a GCM de outras instituições, como a Polícia Militar. “O sistema da GCM permite confrontar informações e evitar falsos positivos, garantindo que apenas os veículos realmente suspeitos sejam destacados,” acrescenta Robson.

Ele conclui destacando a importância da evolução tecnológica na segurança pública, ressaltando que as ferramentas atuais facilitam o trabalho das forças de segurança, tornando o processo de monitoramento e resposta a ocorrências mais eficiente.

Ranking das Cidades Mais Seguras

O levantamento do MySide, baseado em dados da Secretaria de Vigilância em Saúde e Ambiente (SVSA) e do Censo do IBGE, coloca Valinhos à frente de outras cidades seguras do país, incluindo Botucatu (SP) e Tatuí (SP), com taxas de 1,4 e 1,6 assassinatos por 100 mil habitantes, respectivamente. Esse estudo focou em municípios com mais de 100 mil habitantes.

Confira a lista das 10 cidades mais seguras do Brasil:

1. Valinhos – SP (0,9 assassinatos/100 mil habitantes)

2. Botucatu – SP (1,4 assassinatos/100 mil habitantes)

3. Tatuí – SP (1,6 assassinatos/100 mil habitantes)

4. Sertãozinho – SP (2,4 assassinatos/100 mil habitantes)

5. Jaraguá do Sul – SC (2,8 assassinatos/100 mil habitantes)

6. Várzea Paulista – SP (3,4 assassinatos/100 mil habitantes)

7. Indaiatuba – SP (3,4 assassinatos/100 mil habitantes)

8. Votorantim – SP (3,5 assassinatos/100 mil habitantes)

9. Araxá – MG (3,6 assassinatos/100 mil habitantes)

10. Santana de Parnaíba – SP (3,9 assassinatos/100 mil habitantes)

Orientação: Profa. Karla Ehrenberg

Edição: Mariana Dadamo