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RMC elege somente prefeitos de centro e de direita nas eleições de 2024

Das 20 cidades da RMC, 19 decidiram no primeiro turno; grande parte dos eleitos são de oposição ao governo federal

Por Murilo Sacardi

Nas eleições de primeiro turno, que ocorreram no dia 6 de outubro, 19 cidades da região metropolitana de Campinas escolheram seus líderes para os próximos 4 anos. Foram eleitos 5 prefeitos do PL; 5 do PSD; 3 do Republicanos; 3 do MDB; 2 do PP; e 1 do União Brasil. A maioria ultrapassou 50% dos votos. Em Americana, Chico Sardelli (PL) foi reeleito com 85.932 votos, representando 72,75% do total. Já em Campinas, maior cidade da região, Dário Saadi (Republicanos), também foi reeleito, com 355.800 votos ou 66,77%. No domingo, 27 de outubro, Sumaré, a única cidade da região que teve segundo turno, elegeu Henrique do Paraíso (Republicanos), com 72.003 votos, o que representa 58,22% do total.

Gráfico com o resultado das eleições (Fonte: TSE)

Para o cientista político Fabiano Pereira, o federalismo tem como consequência a execução das políticas públicas nos municípios, fazendo com que o eleitor preste mais atenção nas questões locais do que em ideologia partidária. “Por mais que haja o compartilhamento de poderes entre a União, os Estados e os Municípios, a maior responsabilidade recai sobre os municípios, que são os executores das políticas sociais. A territorialização das políticas públicas faz com que o cidadão tenha esse olhar mais crítico para as eleições municipais”. Nas eleições de 2020, a região elegeu 4 prefeitos de partidos ligados à centro-esquerda, 2 do PV; 1 do PSB, e 1 do Cidadania, cenário diferente da eleição deste ano.

Segundo o cientista político, as eleições municipais estão mais relacionadas às demandas das cidades. “É importante observar que as disputas a nível local possuem particularidades e correlações de forças políticas que nem sempre estão refletidas a nível nacional. É no município que o cidadão vivencia os principais problemas e os benefícios dessas políticas. Então, dependendo da cidade, as demandas locais podem ser mais determinantes do que o espectro político de direita ou esquerda dos candidatos”, explica.

Eleitores na E.E Prof. André Rodrigues de Alkmin em Sumaré. Cidade foi a única na região a ter 2° turno, primeira vez na história do município. Os eleitores escolheram entre Henrique do Paraíso (Republicanos) e Willian Souza (PT) (Foto: Murilo Sacardi)

Pereira diz que, além das questões locais, outro debate importante seria analisar quais partidos saíram mais fortes das eleições. “Tanto o PL  quanto o Republicanos e PSD seguiram a tendência nacional e são partidos que se fortaleceram muito nessas eleições. Por outro lado, o MDB e PP são dois partidos sempre muito fortes nas eleições municipais e geralmente concentram esforços nela. Este ano foi mais um exemplo de como é importante olhar também para a competição local. A região de Campinas foi um desses reflexos”, avalia.

Em entrevista coletiva transmitida pelo Canal Gov, Alexandre Padilha, ministro das Relações Institucionais, minimizou o impacto do resultado das eleições municipais no governo Lula e nas próximas eleições. “Tentam fazer uma relação direta entre o que é o resultado de eleição municipal com a eleição nacional, que nunca existiu no Brasil. Acreditamos que a principal avaliação que o eleitor faz, lá em 2026, quando vai debater a eleição federal de presidente da República, é a avaliação sobre o governo. Acreditamos que vamos chegar muito bem em 2026, com todas as condições de manter esse projeto que está colocando o Brasil no rumo certo do crescimento econômico, da redução de desemprego”, projeta o ministro.

Orientação: Profa. Karla Ehrenberg

Edição: Bianca Freitas


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