Destaque

Os sebos preservam a cultura e promovem descobertas

Explorar um sebo é uma grande chance de mergulhar nas histórias e encontrar verdadeiros tesouros

Por Luísa Viana

Discos raros como este são algumas das relíquias encontradas em sebos. FOTO: Gustavo Netto

Os sebos são popularmente conhecidos como livrarias de segunda mão, mas vão muito além de pontos de venda de livros usados. Esses espaços guardam a cultura, onde a literatura, a música e a arte se encontram. Em Jundiaí, o sebo de Maurício Ferreira se destaca pelo tamanho de seu acervo, com cerca de 150 mil itens, incluindo livros raros, discos de vinil, gibis e CDs.

Fundado em 2002, o sebo tem suas raízes na experiência de Maurício como office boy em São Paulo, onde se apaixonou por livros e decidiu um dia abrir seu próprio espaço. “Nos anos de 1980, eu percebi a importância de ter acesso a livros de qualidade. Desde então, sempre sonhei em ter um sebo em Jundiaí”, conta Maurício. Sua trajetória começou com um acervo de 5 mil livros e foi se expandindo ao longo desses mais de 20 anos.

Garimpar no sebo é uma chance de encontrar livros valiosos por preços acessíveis. FOTO: Mauricio Ferreira

Os clientes do sebo variam de estudantes a colecionadores, todos em busca de obras que muitas vezes não estão mais disponíveis em livrarias convencionais. “Muitos vêm em busca de livros didáticos e paradidáticos, especialmente em épocas de lista de vestibular”, explica Maurício. Além disso, ele observa uma crescente procura por livros de música e colecionáveis, como discos de vinil. “Nos últimos anos, o interesse por vinis voltou com força, e muitos colecionadores procuram aqui raridades de bandas icônicas”, completa.

A acessibilidade econômica é uma das principais vantagens dos sebos. “Eu sempre procuro livros acadêmicos em sebos. No meu primeiro semestre de Ciências Econômicas vi que os preços dos livros novos eram exorbitantes. Encontrar títulos por até um terço do valor original fez toda a diferença”, revela o estudante Alysson Tomassone.

As experiências de garimpo em sebos também trazem surpresas. “Uma vez, encontrei todos os livros da coleção ‘Os Economistas’ por apenas R$10 cada. Novos, eles custariam mais de R$150”, conta ele. Essa acessibilidade transforma o sebo em um local de descobertas.

No sebo de Maurício o acervo de gibis incluem edições clássicas e colecionáveis, que vão desde histórias em quadrinhos infantis até títulos raros de heróis. FOTO: Mauricio Ferreira

Para quem gosta de música, o sebo é igualmente enriquecedor. Gustavo Netto, jornalista, é fã de música sertaneja, encontrou um disco de 1992 da dupla Chrystian e Ralf a preços acessíveis. “Foi uma sorte incrível. Em lojas comuns, esse disco seria muito mais caro e difícil de encontrar”, diz ele. 

Além da preservação cultural e do impacto econômico, os sebos promovem uma consciência ambiental. Ao comprar ou trocar livros, os clientes ajudam a circular informações e ideias, contribuindo para um modelo de consumo mais sustentável. “Comprar um livro usado e saber que ele pode ter um novo lar é uma forma de renovação cultural”, enfatiza Maurício.

Visitar um sebo é mais do que uma simples compra; é uma oportunidade de se conectar com o passado, explorar novos conhecimentos e contribuir para a continuidade da cultura.

Orientação: Profa Karla Ehrenberg

Edição: Melyssa Kell


Veja mais matéria sobre Destaque

Espetáculo circense e arte chinesa são destaques do Varal Cultural


Programa tem agenda com opções gratuitas e pagas para o final de semana em Campinas


Islamofobia traz desafio para imparcialidade da imprensa 


Ataques terroristas de 11 de setembro reforçaram preconceitos contra os árabes e muçulmanos na mídia


PIX por aproximação é lançado inicialmente para grupo reduzido


Novidade permitirá realizar pagamentos apenas ao encostar o aparelho na maquininha


Quando a polêmica entra no cardápio do mundo gastronômico 


Chef e jornalista teme a superficialidade nos influenciadores; mas perfumista vê potencial de maior engajamento 


Especialistas criticam cobertura do Novo Ensino Médio


Entrevistados apontam pouco aprofundamento da mídia brasileira e falta de escuta dos afetados pela reforma


Lagoa do Taquaral celebra 52 anos em novembro


Dia 5, a “praia do campineiro” comemora seu aniversário consolidada como a área de lazer mais conhecida da cidade



Pesquise no digitais

Siga – nos

Leia nossas últimas notícias em qualquer uma dessas redes sociais!

Campinas e Região


Facebook

Expediente

Digitais é um produto laboratorial da Faculdade de Jornalismo da PUC-Campinas, com publicações desenvolvidas pelos alunos nas disciplinas práticas e nos projetos experimentais para a conclusão do curso. Alunos monitores/editores de agosto a setembro de 2023: Bianca Campos Bernardes / Daniel Ribeiro dos Santos / Gabriela Fernandes Cardoso Lamas / Gabriela Moda Battaglini / Giovana Sottero / Isabela Ribeiro de Meletti / Marina de Andrade Favaro / Melyssa Kell Sousa Barbosa / Murilo Araujo Sacardi / Théo Miranda de Lima Professores responsáveis: Carlos Gilberto Roldão, Carlos A. Zanotti e Rosemary Bars.