Destaque

Cobertura de esportistas PcD exige abordagem humanizada 

Jornalista destaca a evolução na abordagem da imprensa e a importância de um olhar diferenciado

Por Ana Carolina B. Cassanti, Lívia Dentini e Luana da Fonte 

Enquanto eventos esportivos tradicionais dominam as telas e manchetes, o esporte voltado para Pessoas com Deficiência (PcD) ainda enfrenta desafios para alcançar visibilidade na mídia brasileira, mesmo com o desempenho histórico do Brasil nas Paralimpíadas de Paris 2024, onde o país alcançou o 5º lugar no quadro de medalhas. 

Silvio Begatti, editor da redação do Hora Campinas, defende afastamento do olhar tradicional nesse tipo de cobertura. (Foto: arquivo pessoal)

O editor da redação do Hora Campinas, Silvio Begatti, defende uma cobertura diferenciada para o esporte paralímpico, que leve em conta as histórias de superação dos atletas, indo além dos resultados e índices. “A formação para uma cobertura mais humanizada exige um outro olhar”, comenta Begatti, reforçando que o olhar para essas modalidades deveria se afastar dos padrões tradicionais da cobertura esportiva e ser mais atento às histórias pessoais e contextos dos atletas PcD. 

Nas Paralimpíadas de Paris 2024, o Brasil conquistou 89 medalhas — sendo 25 de ouro, 26 de prata e 38 de bronze —, feito que garantiu ao país sua melhor posição no ranking geral da competição. Apesar disso, a presença na mídia ainda se mostra restrita. “A cobertura do esporte PcD precisa ser diferenciada do convencional”, afirma Begatti, que sugere um apontamento mais sensível para a captura da complexidade dessas modalidades. 

“O preconceito foi muito maior no passado. Ainda estamos longe do ideal, mas houve uma época em que a Paralimpíada, por exemplo, era completamente ignorada”, comenta Rean Ferreira Lima, entusiasta do esporte PcD

Rean Ferreira Lima, entusiasta do esporte PcD, expressa frustração com a pouca atenção dedicada ao tema fora dos períodos de Jogos Paralímpicos. “O que mais sinto falta na imprensa é a cobertura desses esportes em anos que não são de Olimpíadas”, comenta Lima, reforçando a necessidade de uma visibilidade contínua para o esporte PcD. 

Begatti lembra ainda que, embora o preconceito em relação ao esporte paralímpico tenha diminuído ao longo dos anos, a trajetória ainda é longa. “O preconceito foi muito maior no passado. Ainda estamos longe do ideal, mas houve uma época em que a Paralimpíada, por exemplo, era completamente ignorada”, reflete o editor. 

Para que o esporte PcD ganhe maior reconhecimento, Begatti sugere que empresas jornalísticas e profissionais de imprensa invistam na construção de uma abordagem inclusiva e constante, promovendo uma cobertura que valorize esses atletas como protagonistas, dentro e fora das competições. 

Orientação: Prof. Artur Araújo

Edição: Mariana Neves


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