Destaque
Mostra reúne 18 obras em um diálogo visual entre os artistas, com estilos coloridos e de memórias
Por Mariana Dadamo
A exposição “Conversa com Mestre Justino”, do artista plástico João Bosco, 68, é uma homenagem ao falecido artista Sebastião Justino, com quem Bosco convivia em seu ateliê. As obras de João se conectam com peças de acervo de Justino, criando um diálogo entre os dois artistas. A mostra pode ser visitada na Biblioteca Pública Municipal Professor Ernesto Manoel Zink, em Campinas, até o dia 31 de outubro, de segunda a sexta-feira, das 9h às 17h.

A exibição revela a conexão entre os dois artistas, que embora tenham os estilos distintos, a intenção de João ao expor suas obras junto às de Justino é criar um diálogo artístico. “As obras de Sebastião eram todas muito coloridas, enquanto as minhas são mais voltadas para o desenho”, explica, destacando o contraste visual e técnico entre os trabalhos.
O que torna essa conversa ainda mais significativa é o fato de João ter frequentado o ateliê de Mestre Justino em Redenção da Serra, onde, além de falarem sobre artes, debatiam sobre diferentes formas e técnicas.
Esse convívio fez com que João decidisse homenagear o amigo, morto em 1994, com essa exposição. Mestre Justino, cujo nome verdadeiro era Sebastião Justino de Faria, foi um pintor, desenhista e muralista autodidata que viveu no interior de São Paulo, onde em vida, retratou a cultura e os costumes do Vale do Paraíba.
O pintor, mesmo após perder 60% da visão após uma cirurgia de catarata, continuou a pintar, impressionando Bosco pela atenção aos detalhes, especialmente em seus trabalhos com espátula. “Os quadros têm uns detalhes geniais, é impressionante”, comenta.

As 18 obras expostas são intercaladas entre os dois artistas, criando a sensação de uma conversa visual. Enquanto as obras de Justino são mais reflexivas, voltadas para temáticas profundas, as de João foram criadas a partir de memórias dos diálogos que tiveram ao longo da vida. “Para mim, no meu íntimo, essa exposição é mais um reencontro com as obras dele, com as conversas que nós tivemos e ideais que compartilhamos”, reflete.
A relação entre os dois começou na infância de João, quando sua mãe conhecia a mãe de Justino. O jovem fascinado pelo trabalho do artista mais velho, começou a desenhar e levava seus trabalhos para Justino avaliar, o que o ajudou a ganhar confiança e se desenvolver como artista.
O trabalho presente na exposição foi um dos últimos que o artista fez antes de falecer, pertencentes ao acervo do professor e escritor Severino Antônio, 73. Mesmo em seus últimos anos, enfrentando grandes dificuldades visuais, Justino continuou pintando de maneira quase ritual, transformando a escuridão em luz, com telas que evocam criaturas míticas, paisagens cósmicas e um senso de redenção e encantamento.
Serviço:
Local: Biblioteca Pública Municipal Professor Ernesto Manoel Zink.
Endereço: Av. Benjamin Constant, 1633 – Centro, Campinas.
Horário: De segunda-feira à sexta-feira, das 9h às 17h.
A entrada é gratuita.
Orientação: Profa. Karla Ehrenberg
Edição: Mariana Dadamo
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