Destaque

Sistema está despreparado para inclusão de autistas

Há acesso à informação, mas falta de tutores e infraestrutura limita avanço

Por: Pedro Rabetti e Noemi Freitas

O Transtorno do Espectro Autista (TEA) têm ganhado cada vez mais visibilidade dentro da sociedade. Trata-se de um distúrbio do neurodesenvolvimento, que incluí padrões de comportamentos repetitivos, déficit na parte de interação e comunicação social, seletividade alimentar e outros. O grau de suporte do autismo vai do nível 1 (mais leve) até o nível 3 (mais severo). O transtorno está cada vez mais presente no cotidiano dos profissionais da educação infantil, que buscam por conta própria, metodologias para inserir os alunos em sala de aula, mesmo não tendo treinamentos específicos.

Cristian Marino, professor de Educação Física na rede municipal de Pedreira (Foto: Pedro Rabetti)

O professor de educação física, Cristian Marino, que atua no sistema de educação infantil municipal de Pedreira, conta um pouco das dificuldades que enfrenta como educador da rede municipal. Segundo ele, uma das maiores dificuldades é principalmente a falta de treinamento por parte da prefeitura para os professores. Ele afirma que a Prefeitura Municipal de Pedreira não oferece nenhum tipo de preparo para os professores. Além disso, ele ainda relata que o sistema não está preparado para receber alunos do nível 3 de autismo. As escolas e as salas de aula não têm infraestrutura para dinâmica de aula com esses alunos, e destaca a falta de tutores.

Cristian acredita que quase nenhuma escola da região metropolitana de Campinas está preparada para receber alunos neuro divergentes, por falta de estrutura e principalmente, falta de informação. “Meu filho começou a ter traços, e não era diagnosticado ainda. E quando diagnosticou, eu fui falar com a secretária de saúde que eu precisava de alguns cursos pra começar a treinar já com o meu filho, e aplicar na escola também. […] E na época falaram que não tinham estrutura de dar o curso pra mim, porque se dessem pra mim, teriam que dar pra todos os professores. Então eu comecei a estudar por conta, fiz cursos de “Análise de Comportamento”, “Aspectos Sensoriais”, “Psicomotricidade” e todos da área necessária para atuar com o autismo.”

Ele comenta que reestruturou completamente o sistema das suas aulas, usando a psicomotricidade, ele trabalha com a inclusão em suas aulas, todas as crianças fazem as mesmas atividades. Ele dá mais atenção para as crianças que precisam de um suporte a mais, e menos atenção para as crianças que conseguem desenvolver as atividades sozinhas. Cristian fala que um dos maiores desafios que enfrenta ao ensinar alunos neuro divergentes, são as crianças que chegam na escola sem um diagnóstico fechado, e o preconceito da família com o diagnóstico. Mas ressalta que a maior dificuldade mesmo, é a falta de tutores, que a prefeitura oferece bem pouco aqueles que são verdadeiramente treinados.

Novas descobertas

Um estudo realizado por cientistas brasileiros e ingleses, revelou novas terapias e descobertas científicas que oferecem novas perspectivas para as famílias e cuidadores de autistas. Uma dessa descobertas é a Terapia de Intervenção Precoce, que continua sendo um pilar fundamental no tratamento de pacientes autistas. Novas abordagens sobre o impacto dessa intervenção estão sendo desenvolvidas para maximizar o seu impacto. Como o uso de terapias baseadas em tecnologia, como aplicativos móveis e jogos interativos. Terapia Assistida por Animais têm se mostrado cada vez mais promissores. Os estudos mostram que a interação com cães ou cavalos, pode melhorar a comunicação e a socialização desses pacientes. Integração de Terapias Complementares como Yoga, arte e outras atividades também têm demonstrado resultados animadores.

Maria Fernanda Constantini, ex-aluna do sistema municipal de educação de Pedreira (Foto: Pedro Rabetti)

A ex-aluna do sistema municipal de Pedreira, Maria Fernanda Araújo Constantini, que é autista nível 1 de suporte, relata como foi a sua experiência no período escolar. Ela conta que sofreu bullying, principalmente na escola municipal, quando criança. Não por conta do autismo diretamente, mas pelos seus problemas sociais, recebia várias críticas por falar demais. Ela diz que se sentia excluída em alguns momentos por sempre denunciar quando algum colega fazia algo de errado, como colar em prova. Foi taxada de “X9” e fala que se sentia perseguida, ela também gostava de coisas que as outras crianças não gostavam ou achavam “infantil” demais. “Com 11 anos eu ia pra escola de maria chiquinha, não tava nem aí, eu gostava daquilo. Quando as meninas falavam de meninos eu sempre me sentia excluída, eu queria falar sobre um desenho legal que assisti no dia anterior.”, reclama.

Quando se mudou para uma escola particular, essa divergência de interesses e gostos continuou por um tempo, mas depois que encontrou um grupo onde se sentia confortável, se encaixou. Maria Fernanda conta que uma das maiores dificuldades que enfrentava na rede municipal como aluna autista, era quando ela apresentava princípios de crise e não era compreendida. Ela relembra um episódio onde uma colega de sala estava provocando-a, o que a deixou hiper estimulada, fazendo com que ela gritasse no meio da sala de aula. A professora a repreendeu e não a deixou explicar o que aconteceu. Ela conta que sempre sentiu falta de informação na rede municipal, por parte dos professores e a falta de tutores. Comenta também a dificuldade dos professores de administrar uma sala com mais de 30 alunos e entre eles, os com deficiência e autismo.

Ela compara a diferença entre as escolas da rede municipal e as particulares onde estudou, na primeira escola particular que frequentou, tinha um colega de sala com nível de autismo mais alto e ele teve acompanhamento de um tutor. Já rede municipal, isso nunca aconteceu. Maria Fernanda fala como ter feito várias atividades extracurriculares na infância e adolescência a ajudou na socialização e na estimulação do cérebro. Por ter convívio com várias pessoas de diversos lugares diferentes isso a ajudou muito e ela continua a praticar essas atividades até hoje, como dança, pintura e teatro. E fala que isso a ajuda a se manter ativa até hoje. Ela acredita que se a rede municipal de educação, tivesse a iniciativa de oferecer apoio independente do laudo, já seria um grande passo, da pré-escola ao ensino médio. E também, disseminar mais informação sobre o autismo nas escolas, como palestras para os professores e para os alunos.

Um olhar especializado

Erica Araújo Constantini, psicóloga com especialização em autistas (Foto: Pedro Rabetti)

A psicóloga Erica Araújo Constantini, atua como psicóloga no CAPS (Centro de Atenção Psicossocial) de Pedreira e têm especialização em autistas, atua na área da saúde municipal há 25 anos e contou ao Digitais um pouco da sua experiência. Quando começou, ela só trabalhava com pacientes autistas de nível 3 de suporte, segundo ela, os níveis 1 e 2 de suporte não eram vistos como autismo antigamente. “Os casos de nível 1 não eram descobertos naquela época porque eles não eram olhados como autismo […] pacientes de nível 1 de suporte chegavam pra mim com diagnósticos de depressão, deficiência intelectual e ansiedade.” Erica, assim como o professor de educação física Cristian, também foi atrás de se especializar na área por conta própria. Comprou livros e fez cursos específicos por sofrer muita resistência dos colegas de trabalho e principalmente das famílias dos pacientes, que não aceitavam o diagnóstico de autismo.

Quando questionada sobre as novas descobertas de terapias e descobertas cientificas que auxiliam familiares e cuidadores de autistas, Erica disse que conhece, mas destaca a atenção a descobertas que não têm evidência cientificas, pois podem trazer um prejuízo maior do que um benefício ao paciente e sua família. Atualmente, ela utiliza a Análise do Comportamento ABA (Applied Behavior Analysis) e ABA Naturalista (Método Denver) para preparar seus pacientes para o convívio social, no caso a escola. O método Denver é um método de estimulação precoce mais voltado para crianças de até 5 anos de idade. Já o ABA (Análise de Comportamento) é um método cientificamente comprovado, “com evidências científicas que têm efeito terapêutico e proporciona para a criança e para a família um desenvolvimento muito bom.”, explica.

Ela também destaca que como a arte, esportes como o Yoga e outros são superimportantes, pois trabalha as habilidades com o autista. Desenvolvendo dessa forma, a habilidade social, questões de criatividade e estimular o cognitivo.

Erica ressaltou o descaso por parte da Prefeitura Municipal de Pedreira em relação aos alunos autistas da rede municipal. “Mesmo tendo um núcleo que atende autismo na cidade (NAECAP) precisa avançar muito. A psicóloga disse que reconhece o esforço dos professores para conseguirem se informar sobre o autismo, ela acredita que o sistema municipal de educação não está preparado para receber alunos autistas, sejam eles de nível 1 ou 3 de suporte. “Eles precisam de uma formação mais robusta nessa área, precisam de suporte físico, técnico e terapêutico dentro da escola pra conseguir receber essas crianças.” E destaca também, o papel fundamental da família no desenvolvimento do autista, segunda ela, o papel dos pais no apoio à educação de uma criança autista é imprescindível “Os pais precisam buscar informação, não podem ficar dependentes que os terapeutas e os professores façam tudo pelos seus filhos. Ser continuidade para o trabalho que a escola e o terapeuta começam a fazer com a criança.”, aponta.

Daiane Simões, pedagoga e especialista em autismo (Foto: Noemi Freitas)

Daiane Simões, outra especialista em autismo e também pedagoga, de 36 anos, compartilhou sua trajetória de vida e como superou desafios financeiros para seguir seu sonho na área da educação. “Dos 16 até meus 20 e poucos anos, fui operadora de telemarketing”, revelou. Após se casar aos 23, Daiane finalmente teve a oportunidade de ingressar na faculdade, algo que antes não era possível devido à falta de recursos financeiros. Sua paixão pela área infantil e seu jeito especial para trabalhar com crianças a levaram a escolher o curso de pedagogia. “Sempre gostei muito dessa área infantil, sempre tive muito jeito para trabalhar nessa vertente. Então escolhi a pedagogia porque queria ser professora e trabalhar com educação”, afirmou.

Daiane, sempre teve preferência por trabalhar com a educação infantil, especialmente com a primeira infância em creches, cuidando dos pequeninos. No entanto, durante sua graduação, algo inesperado aconteceu. “Fui selecionada para um estágio em Campinas, um estágio da prefeitura voltado para a área da pedagogia, e fui trabalhar numa escola municipal”, contou. Naquela época, em 2014, Daiane nunca tinha ouvido falar de autismo. “Cheguei lá e me disseram: ‘Daiane, você vai ficar dando uma atenção maior para essas duas crianças aqui’. Perguntei por que, e me disseram que eram autistas. Foi meu primeiro contato com autismo”, relembrou Daiane, destacando o início de uma experiência que mudou sua visão sobre a educação inclusiva.

“Desde então, nunca mais consegui fazer outra coisa. Costumo dizer que não fui eu que escolhi o autismo, foi o autismo que me escolheu”, relatou Daiane Simões, descrevendo sua profunda conexão com o trabalho. “Foi como se o autismo dissesse: ‘Venha cá, querida’. Quando a professora não podia, eu ficava com as crianças”, explicou. Após concluir a faculdade e realizar outros estágios, Daiane encontrou dificuldade em se separar das crianças com quem trabalhava, sentindo uma forte ligação com elas. “Sempre foi muito doloroso para mim ter que deixar uma das minhas crianças. É uma balela dizer que autistas não têm sentimentos. As pessoas que têm mais sentimentos aflorados são justamente aquelas dentro do espectro”, afirmou.

A paixão de Daiane pelo autismo a levou a se especializar ainda mais. “Fiz pós-graduação em transtorno do espectro do autismo, análise do comportamento aplicado ao autismo, transtornos do neurodesenvolvimento e da fala”, detalhou. Além disso, buscou formação em contenção de danos com Meca Andrade em São Paulo, uma referência na área.

Hoje em dia, Daiane não realiza mais intervenções diretas, atuando agora como coordenadora e supervisionando os casos. “Minha última especialização foi em Análise do Comportamento Aplicada (ABA) ao autismo e transtornos do neurodesenvolvimento”, explicou. Como analista do comportamento, Daiane cria programas de ensino para ajudar as crianças autistas a aprenderem diversas habilidades. “Vou usar uma palavra que talvez não usaria, mas é para treinar, para ensinar a criança a fazer qualquer coisa”, disse. Esses programas de ensino abrangem desde tarefas simples, como abrir uma porta, até atividades mais complexas, como vestir a própria roupa ou escovar os dentes. “Por exemplo, uma criança típica aprenderia a abrir uma porta naturalmente”, detalhou Daiane, destacando a importância do método ABA em proporcionar autonomia às crianças autistas.

Quando perguntada sobre os principais desafios que as instituições educacionais enfrentam ao tentar incluir crianças autistas e especializar a educação infantil, Daiane Simões destacou a falta de conhecimento e o despreparo dos profissionais. “O que vejo diariamente é que, infelizmente, vivemos em um mundo muito engessado. As escolas, especialmente as públicas, são muito inflexíveis”, afirmou. Ela explicou que muitos professores concursados já estão cansados e exauridos, após anos de ensino, e possuem um ritmo próprio de trabalho.

“Quando você chega numa sala com 36 alunos e diz para a professora que ela terá que lidar com mais 2 alunos autistas, é como se esses autistas não fossem vistos como crianças”, lamentou Daiane. “Isso é o que mais me chateia: é como se fossem 36 crianças e mais 2 autistas, o que acaba assustando a professora.” Daiane acredita que esse tipo de abordagem e a falta de preparação adequada são grandes obstáculos para a inclusão efetiva e a especialização da educação infantil.

Daiane Simões relembra uma situação marcante em sua trajetória. Em 2014, enquanto estagiava na primeira escola onde trabalhou, uma fala de uma professora nunca saiu de sua cabeça. “Ela disse, no final do ano: ‘As salas de aula no próximo ano estarão recheadas de autistas’. Isso me impactou muito”, contou Daiane. Ela acredita que essa visão reflete o despreparo dos profissionais e a falta de credenciamento adequado no ensino.

“Além do despreparo, há também o preconceito”, observou Daiane. “Essas pessoas já esperam dificuldades, algo ruim, já estão esperando o pior, e isso atrapalha muito, porque às vezes nem é tão complicado assim.” Para Daiane, essa atitude negativa e preconceituosa impede uma verdadeira inclusão e prejudica a abordagem necessária para a educação infantil de crianças autistas.

O cuidado fora da infância

Em uma sociedade que ainda luta para compreender e acolher a diversidade neuro cognitiva na infância, algumas escolas espalhadas pelo país se empenham em cumprir um papel importante na área da educação. O Instituto/escola Tiquira, localizado em Campinas, tem se destacado como um pilar fundamental na educação de jovens e adolescentes neuro divergentes, oferecendo um ambiente inclusivo e adaptado às necessidades de cada indivíduo.

Escola Tiquira, Unidade 1. Entre as cinco espalhadas pela cidade de Campinas (Foto: Noemi Freitas)

Com uma abordagem pedagógica centrada no respeito às singularidades e no desenvolvimento das potencialidades, o instituto não apenas educa, mas transforma vidas, promovendo autonomia, autoestima e integração social. Cris Morellis, mantenedora do instituto e responsável pelos funcionários, informa, em entrevista ao Digitais, que toda a equipe passa por rigorosos cursos de capacitação, como PECS, TEACCH, ABA e Currículo Funcional Natural. Seu Papel é assegurar que todos estejam preparados para atender às necessidades específicas dos jovens e adolescentes neuro divergentes. De acordo com ela: “As práticas pedagógicas da Tiquira são fundamentadas na concepção educativa humanista, onde o aluno é visto como protagonista e construtor de saberes”.

Neste ambiente, os alunos têm seus direitos, necessidades e deveres reconhecidos, e são constantemente motivados a participar ativamente de seu processo de aprendizagem. A interação responsável é encorajada, fortalecendo uma atitude de comprometimento com o conhecimento e uma vontade contínua de aprender. Respeitando a individualidade de cada aluno, a Tiquira oferece ferramentas que promovem o desenvolvimento da autonomia, preparando-os não apenas para o sucesso acadêmico, mas para uma integração plena e significativa na sociedade.

No Instituto Tiquira, a adaptação do currículo é uma peça-chave para a educação inclusiva. A Base Nacional Comum Curricular (BNCC) e o Currículo Paulista são ajustados para atender às necessidades específicas dos alunos neurodivergentes. Com base na avaliação de cada grupo, é elaborado um planejamento anual das ações pedagógicas. Este planejamento é desenvolvido mensalmente pelos professores, que definem os temas e conteúdos a serem trabalhados em sala de aula.

Para garantir que o ensino seja significativo e contextualizado, a Tiquira cria seu próprio material didático em forma de apostila. Esse material serve como guia para os professores, assegurando o estímulo necessário para a aquisição de habilidades e aprendizagens que promovam o desenvolvimento global dos alunos. Dessa forma, a Tiquira proporciona um ambiente educativo que valoriza e potencializa o crescimento integral de cada educando.

Para Cris, ter escolas especializadas nesse trabalho é essencial para o desenvolvimento de alunos que, por alguma razão, não se adaptaram na rede regular de ensino. Ela diz: “Além do acompanhamento terapêutico associado, os alunos que não se adaptaram na rede regular de ensino precisam ter um local adequado para atendê-los, sem que a escola se torne um local de sofrimento. A escola deve ser um local de acolhimento, de aprendizagens significativas, de respeito e de desenvolvimento”

Além disso, ela ainda acrescenta que todo, e qualquer profissional envolvido nesse âmbito deveria estar sempre se especializando, para poder oferecer o melhor da educação. De acordo com ela: “Somos eternos aprendizes. A formação continuada é importante porque sempre que participamos de um curso, uma aula etc., aprendemos novos conteúdos que podem ser aplicados junto aos alunos. Aprender novos conteúdos e conceitos nos permite reavaliar nossa prática e nos leva a propor diferentes desafios aos indivíduos neuro divergentes.”, finaliza.

Orientação: Prof. Gilberto Roldão

Edição: Giovanna Sottero


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Digitais é um produto laboratorial da Faculdade de Jornalismo da PUC-Campinas, com publicações desenvolvidas pelos alunos nas disciplinas práticas e nos projetos experimentais para a conclusão do curso. Alunos monitores/editores de agosto a setembro de 2023: Bianca Campos Bernardes / Daniel Ribeiro dos Santos / Gabriela Fernandes Cardoso Lamas / Gabriela Moda Battaglini / Giovana Sottero / Isabela Ribeiro de Meletti / Marina de Andrade Favaro / Melyssa Kell Sousa Barbosa / Murilo Araujo Sacardi / Théo Miranda de Lima Professores responsáveis: Carlos Gilberto Roldão, Carlos A. Zanotti e Rosemary Bars.