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Obstáculos online destacam demandas urgentes de surdos por acesso igualitário
Por: André Martins
A falta de acessibilidade em plataformas digitais é um desafio significativo para pessoas com deficiência auditiva. Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), aproximadamente 466 milhões de pessoas, ou mais de 5% da população mundial, vivem com perda auditiva incapacitante. Esses números destacam a necessidade urgente de medidas inclusivas para garantir a participação igualitária desse grupo. De acordo com a Federação Mundial dos Surdos, mais de 70 milhões de pessoas usam a língua de sinais como seu meio principal de comunicação, sublinhando a importância de recursos acessíveis nas plataformas digitais.

Ariele Dias Lopes, administradora formada em pedagogia e com deficiência auditiva, destaca as principais dificuldades que enfrenta ao usar plataformas de vídeo como TikTok e YouTube: “Alguns vídeos não têm legendas e nem a janelinha de Libras. Então, eu aumento o volume ou coloco o fone, mas ainda assim é difícil entender. Às vezes, volto o vídeo várias vezes até entender ou deixo pra lá.” Quando um vídeo não tem legenda, Ariele conta como lida com a situação: “Depende do meu interesse no vídeo. Se me interessar, não deixo de assistir. Pergunto para alguém da minha família que está ao meu lado o que entendeu. Se estiver na rua, guardo o vídeo e pergunto em casa ou deixo pra lá.” Ariele sugere melhorias: “Ajudaria bastante se houvesse Libras e legendas.”
Felipe Vassoleri, surdo, também compartilha suas experiências e observações: “O YouTube tem a opção de legendas, mas nem todos os vídeos estão legendados, dificultando o entendimento para surdos. Alguns surdos gravam vídeos em Libras sobre diversos temas. Há também problemas com piadas ofensivas contra surdos, que podem ser denunciadas. No TikTok, as legendas são adicionadas pelos usuários, e muitos surdos preferem a plataforma porque podem gravar vídeos em Libras e fazer piadas,” explica.

Hélvia Oliveira, professora e intérprete de Libras de Itatiba, aborda as principais barreiras enfrentadas por deficientes auditivos em aplicativos como YouTube e TikTok: “A falta de tradução em língua de sinais e legendas.” Sobre o impacto da falta desses recursos, Hélvia comenta: “Sem comunicação, não há entendimento amplo, além de faltar autonomia. A pessoa precisa sempre pedir ajuda ou explicação a alguém ouvinte.” Hélvia também fala sobre os efeitos na participação social e acesso à informação: “Isso pode levar à exclusão social ou ao entendimento errôneo por falta de informação ou informação incompleta,” Hélvia sugere também melhorias para tornar os aplicativos mais inclusivos:
“Tradutor em língua de sinais e legenda seriam passos que demonstram inclusão,” conclui.
Orientação: Prof. Gilberto Roldão
Edição: Giovanna Sottero
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