Ciência
Pesquisa do Instituto Butantan igualmente viu o potencial antitumoral na serpente
Por Igor Val e Leonardo Crivelaro
Uma pesquisa do Instituto Butantan revelou o potencial do veneno da cascavel como remédio para combater inflamações e tumores. “Esse estudo experimental com a crotoxina, a principal toxina encontrada no veneno da cascavel sul-americana, envolveu várias etapas e métodos para avaliar seus efeitos nas funções de macrófagos em um modelo de sepse em camundongos,” explicou o cientista Luis Roberto Gonçalves, diretor do Laboratório de Fisiopatologia.
Gonçalves destacou que camundongos submetidos a sepse e tratados com uma baixa dose de crotoxina apresentaram uma taxa de sobrevida significativamente maior que o grupo de controle. Isso sugere um potencial promissor para o combate a inflamações.
Além disso, a peçonha da cascavel também demonstra potencial para o tratamento de tumores. “Vários estudos experimentais demonstram que o veneno da cascavel, especificamente a crotoxina, possui propriedades anti-inflamatórias e antitumorais devido à sua capacidade de modular as funções das células do sistema imunológico,” acrescentou Gonçalves.
O manuseio da cascavel, uma serpente altamente venenosa, requer extremo cuidado para evitar acidentes durante a extração do veneno. Apenas profissionais capacitados e em conformidade com as diretrizes legais e éticas estabelecidas são responsáveis por essa atividade, visando o bem-estar do animal e a segurança de todos os envolvidos no processo.
Gonçalves também destacou outras possíveis aplicações do veneno da cascavel. “O veneno da cascavel e suas toxinas têm sido utilizados em estudos experimentais abordando diversas áreas da saúde, devido às suas propriedades bioativas. Há um potencial futuro para o desenvolvimento de produtos com ação terapêutica ou como importantes ferramentas para o estudo de ações fisiológicas e fisiopatológicas. Além das propriedades anti-inflamatórias e antitumorais, o veneno da cascavel está sendo investigado em estudos sobre dor aguda e crônica, doenças autoimunes, neurociências, e antimicrobianos,” complementou.
A pesquisa com o veneno da cascavel exemplifica a importância da biodiversidade e a necessidade de preservação dessas espécies, cujas contribuições podem revolucionar a medicina e trazer novos tratamentos para diversas doenças.
Orientação: Prof. Artur Araújo
Edição: Mariana Neves
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