Ciência

Quando a IA ajuda o empreendedor a fazer bons negócios 

Tecnologia pode auxiliar atendimento, análise de dados, geração de conteúdo e muito mais

Por André Romero, Junior Gomes, Lucas Ardito e Rean Lima

Inteligência Artificial melhora a produtividade de pequenas empresas (Foto: Gerado pela IA DALL-E)

Ela pode aumentar a produtividade, reduzir custos e automatizar processos. Pode também analisar dados, personalizar o atendimento de clientes e auxiliar na produção de conteúdo — seja criando ou sugerindo textos, analisando sentimentos, produzindo imagens ou até gerando e editando vídeos. A Inteligência Artificial (IA) está atualmente ao alcance dos celulares e das telas de computador de qualquer pessoa. 

“Com a IA, a barreira entre o possível e o impossível está cada vez mais tênue, e o futuro dos negócios parece mais promissor do que nunca”, afirmou Alexandre Giraldi, consultor de negócios do Sebrae-SP. Ele também ressaltou que, com essa tecnologia, é possível imaginar um mundo em que pequenas empresas ganhem vantagens competitivas antes inacessíveis. “Assim como as redes sociais democratizaram a comunicação, a IA está democratizando a gestão avançada. Ferramentas poderosas de análise de dados, automação de processos e personalização do atendimento ao cliente estão agora ao alcance de pequenos negócios, permitindo-lhes inovar e crescer de maneira sem precedentes”, acrescentou Giraldi. 

Alexandre Giraldi, consultor de negócios sobre IA (Foto: Divulgação/Sebrae)

Essa inovação impulsiona o rendimento. Um estudo da Accenture aponta que a IA é capaz de aumentar a produtividade em até 40%. Isso porque a solução automatiza processos burocráticos e demorados, permitindo que os funcionários foquem em trabalhos feitos por humanos. No segmento de vendas, ela pode dar mais ênfase em tarefas criativas e sociais. Um relatório do Fórum Econômico Mundial, chamado “Futuro do Trabalho”, revelou que mais de 75% das companhias querem usar essas ferramentas em seus negócios. 

Agência Carbon 

Fernando Sentinaro, CEO da agência publicitária Carbon, destaca que a adoção da IA foi essencial para melhorar a produtividade de sua equipe. “Nos tornamos menos dependentes de bancos de imagens caros. Utilizamos ferramentas como Freepik Pikaso, Tencentarc/Photomaker, Adobe Firefly, Leonardo.AI, MidJourney e ChatGPT para criar imagens de alta qualidade que atendem às demandas específicas dos nossos clientes”, explicou. A agência gerou duas imagens para ilustrar o processo: uma com Freepik Pikaso, alinhada com a logo da empresa, e outra com Tencentarc/Photomaker, que criou um retrato detalhado e profissional do próprio CEO. Essas ferramentas permitem à Agência Carbon criar conteúdo personalizado, mantendo a originalidade e relevância necessárias para competir no mercado. Para Sentinaro, a adoção dessas tecnologias mostra como a IA pode ser usada para resolver problemas comuns enfrentados por pequenas empresas e agências de publicidade.  

Imagem gerada pela IA Freepik Pikaso, com a logotipo da Agência Carbon

Jornalismo

Na imprensa, a IA também tem sido utilizada na produção de conteúdo. Pode também ser uma ferramenta adotada por outros departamentos, conforme explicou o gestor do Portal da Cidade de Sumaré, Edgar Melo. “As áreas mais beneficiadas com a implementação foram o marketing, a análise de dados, a produção de conteúdo e o atendimento ao cliente”. Segundo Melo, a tecnologia pode ser usada no marketing, para segmentação de audiência, otimização de campanhas e previsão de tendências. Na análise de dados, permite processar grandes volumes de informações e extrair insights valiosos sobre o comportamento do usuário e desempenho de campanhas. 

Imagem gerada pela IA Tencentarc/Photomaker, com a imagem do CEO Fernando Sentinaro

“Nossos clientes sabem que utilizamos IA em nossos serviços. Priorizamos a transparência e informamos claramente sobre o uso em nossas interações com os usuários, seja através de chatbots no atendimento ou nas recomendações personalizadas de conteúdo”, destacou o gestor do Portal da Cidade de Sumaré. 

Eduardo Sona, jornalista especialista em Inteligência Artificial (Foto: Divulgação) 
 

Para o jornalista especialista em IA Eduardo Sona, pequenos empreendedores que utilizam o recurso têm mais condições de alcançar o sucesso. Ele acredita que, por ter se tornado algo acessível, todos estão no “mesmo barco”, sendo necessário entender o assunto para ter a IA a favor da empresa. Sona entretanto destacou que as pessoas têm um certo receio de mexer com tecnologia. “É preciso quebrar essa barreira, ir atrás de conhecimento. Se tem uma palestra na sua cidade, vá assistir, converse com pessoas que já usam para trocar experiências e perder esse medo inicial”, declarou. 

O caso da Leroy Merlin 

Apesar de não ser uma pequena empresa, a rede de materiais de construção Leroy Merlin criou uma plataforma que permite uma economia milionária. Com o intuito de tornar eficiente o processo de compras e evitar estoques com mercadorias paradas, a empresa desenvolveu um sistema de Python, utilizado para transferência de dados, mesclado com IA. Assim, o algoritmo identifica o nível de estoque de cada produto e detecta quando há a necessidade de recompra, realizando-a de forma automática pelo sistema RELEX, utilizado pela empresa. A plataforma utilizada pela Leroy Merlin custa R$ 300 por mês e gera uma economia de R$ 121 milhões em compra de produtos durante três meses – ou seja, cerca de R$ 40 milhões mensais. 

Orientação: Prof. Artur Araújo

Edição: Mariana Neves


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