Destaque
Frio, doenças respiratórias e epidemia de dengue são os principais motivos para queda
Por: Bianca Bernardes
Comemorado no dia 14 de junho, o Dia Mundial do Doador de Sangue foi escolhido em homenagem ao nascimento do pesquisador austríaco Karl Landsteiner, que descobriu o fator RH e diversas diferenças entre os tipos sanguíneos.Entretanto, no Brasil, a data calhou de cair em um dos momentos mais críticos de um hemocentro: o inverno.
Com as baixas temperaturas e a epidemia de dengue, os bancos de sangue chegam à comemoração com os estoques em níveis muito baixos. No Hemocentro da Unicamp, apenas os tipos AB+ E B+ apresentam nível estável, ou seja, suficiente para cinco dias, enquanto o tipo O+ encontra- se emestado crítico, sendo insuficiente para a demanda de um único dia.
Gisele Vieira é responsável pelo setor de captação do Centro de Hematologia e Hemoterapia de Campinas e Americana. Ela explica que a chegada do inverno é sempre um momento crítico para os hemocentros já que o frio, além de afastar as pessoas, traz consigo diversas doenças respiratórias. Para piorar, ela pontua que a epidemia de dengue que atinge o país nos últimos meses intensificou ainda mais a queda do número de doações.
“Nós sempre realizamos ações no dia mundial do doador para atrair mais doações, porque é sempre o período mais difícil. Está frio, as pessoas ficam mais doentes com problemas respiratórios. Para piorar, com a epidemia de dengue, nós temos mais doadores inaptos para doação. Mas a demanda não para e os hospitais continuam precisando de sague”, explica.
Apesar disso, o processo para doar sangue é muito simples. É necessário ter entre 16 e 69 anos, pesar acima de 50 quilos e estar em boas condições de saúde. Também não é necessário realizar agendamento e, antes da doação, é feita uma triagem para assegurar a segurança tanto do doador, quanto do sangue, como pontua Raquel Cagliari, enfermeira do Hemocentro da Unicamp.
“Nós sempre checamos os sinais vitais do paciente para garantir que ele está bem e que a doação não trará nenhum prejuízo para a saúde dele. Depois, realizamos uma série de perguntas protocolares para averiguar o estado de saúde do paciente. Então, o processo é muito seguro e simples”, afirma.
Além de garantir que não haja nenhum risco à saúde do doador após a doação, como uma anemia em um indivíduo que esteja com a taxa de ferro baixa, ou alterações relacionadas à pressão arterial que possam causar mal-estar no paciente, a triagem é também um momento que permite que o doador veja como está o seu estado de saúde geral, apesar de não dispensar a visita ao médico. Antes da coleta, um hemograma é realizado, além das perguntas direcionarem para a possibilidade de alguma doença.
“Como a doação reduz a taxa de ferro do doador, além de alterar o volume sanguíneo, nós sempre medimos a pressão e a frequência cardíaca e aferimos os indicadores de ferro do sangue, que são o hematócrito e a hemoglobina. Depois, realizamos uma série de perguntas para averiguar a segurança do sangue também e que permitem o diagnóstico der diversas patologias e condições que às vezes passa despercebido pelo doador”, afirma.
O professor de física da Unicamp, Pedro de Holanda, é doador há mais de 20 anos. Ele conta que doar sangue é um ato de exercício da sua cidadania. “É muito importante contribuir, já que essas instituições dependem da doação espontânea. Então, é muito importante, enquanto cidadão, prestar este serviço para a comunidade”.
SERVIÇO – Hemocentro de Campinas – Unicamp, de segunda a sábado – 7h30min às 15h. (19) 3521-8705. Rua Carlos Chagas, 480 – Cidade Universitária.
Hospital Municipal “Dr Mário Gatti”
Segunda a Sábado – 7h30min às 15h
(19) 3272-5501
Av. Prefeito Faria Lima, 200 – Pq. Itália
Hospital Estadual de Sumaré
Segunda a Sábado – 7h30min às 12h
(19) 3883-8909
Av. da Amizade, 2400 – Jd. Bela Vista
Hemonúcleo de Piracicaba
Segunda a Sábado – 7h30min às 13h
(19) 3422-2019
Av. Independência, 953 – Bairro Alto
Centro de Hematologia e Hemoterapia Campinas
Av. Júlio de Mesquita, 571 (anexo ao Hospital Irmãos Penteado, esquina com Av. Benjamin Constant) – Cambuí
Orientação: Prof. Gilberto Roldão
Edição: Giovanna Sottero
Veja mais matéria sobre Destaque
Provão Paulista incentiva estudantes da rede pública
Desde 2023, a prova seriada se tornou porta de entrada para as melhores universidades do Estado de São Paulo
Sistema de Educação ainda requer ajustes para incluir alunos PcD na educação física
Apesar dos avanços na educação, alguns profissionais ainda se sentem despreparados para lidar com esse público nas aulas
Revolução na luta contra Alzheimer: Unicamp lidera avanços com IA na inovação farmacêutica
Pesquisas inovadoras unem tecnologia e biociência na busca de tratamentos eficazes para doença neurodegenerativa
Projeto social promove atividades pedagógicas em escolas de Campinas
São pelo menos 280 jovens mobilizados nos encontros e quatro escolas que abraçam as atividades propostas
Valinhos é eleita a cidade mais segura do Brasil em 2024
Uso de tecnologia e aumento de 30% no efetivo da Guarda Civil Municipal aumentam a segurança e a qualidade de vida na cidade
Novembro Azul destaca o papel da hereditariedade no avanço do câncer de próstata
Especialista explica como o fator genético pode acelerar o câncer masculino