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Sistema é instável, faltam pontos de venda e aplicativo não dá conta da demanda
Por: Daniel Rosa, Gustavo Cabral e Murilo Sacardi
Os passageiros e os comerciantes credenciados para a venda de bilhetes do transporte público de Campinas têm relatado problemas de funcionamento do aplicativo e máquina da Transurc para a utilização e venda de passagens para os ônibus. Ineficácia do aplicativo, falta de pontos de venda de bilhetes e instabilidade do sistema vêm causando transtornos para os usuários.
O sistema do aplicativo é o mesmo do mecanismo de venda de passagens. Assim, quando um passageiro não consegue efetuar a compra pelo celular, se vê obrigado a procurar uma banca credenciada, onde também não tem acesso ao serviço. Segunda e quinta-feira são os dias com mais instabilidade, mas há dias inteiros nos quais o sistema não funciona.
Campinas conta com um aeroporto internacional, grandes universidades e um volume muito grande de trabalhadores da RMC, o que aumenta consideravelmente o fluxo de pessoas que precisa se locomover na cidade. Para que possam utilizar o serviço de transporte público, é necessário ter o aplicativo da Transurc instalado no celular para efetuar a compra da passagem, e gerar o QR code que libera a catraca do ônibus. Se não possuírem o aplicativo, podem recorrer às bancas credenciadas pela empresa, que estão espalhadas pela cidade.
“Há três anos, quando eu comecei a vir pra Campinas, eu não tinha o passe. Então tinha que comprar o bilhete e, no aplicativo, e eu não conseguia usar, não conseguia passar o QR code ou não conseguia sequer comprar o bilhete. É bem difícil mesmo de usar o aplicativo. Utilizo agora o bilhete único, porque não tenho o direito ao bilhete de estudante por morar em outra cidade”, diz Leila dos Santos, estudante universitária, em depoimento ao Digitais:
Quando o sistema não funciona, os passageiros precisam recorrer a outras formas de uso do transporte. Valdecir de Freitas, motorista da frota, conta que ajuda os passageiros a utilizarem o serviço. “Geralmente tem uns passageiros que vão passar o aplicativo e encontram erro e não conseguem passar. Se é comigo, eu peço pra entrar no ônibus por trás e, assim que chegar no terminal, passa o aplicativo lá. Em alguns casos, pede-se pra outro passageiro passar o bilhete e paga pra ele”.
A falha também causa outros transtornos para os passageiros que precisam se deslocar para chegar até um dos pontos de venda e comprar uma passagem ou recarregar o bilhete único. “Faltam pontos de venda de passagem. Deveria haver mais, eu sempre tenho que vir aqui no terminal de Barão Geraldo”, diz a professora e usuária Silvia Dias.
A função do cobrador deixou de existir em 2014. O pagamento em dinheiro foi extinto em 2019, quando todos os ônibus passaram a aceitar somente os cartões da família bilhete único e o QR code.
Proprietária de uma banca credenciada pela Transurc, Selma Fernandes Souza dos Santos diz que não é interessante manter o serviço de venda de bilhetes, e que durante o mês de abril, o equipamento ficou fora do ar por cerca de dez dias. “Não vale a pena ter a máquina. Tenho mesmo só pra ajudar os clientes, porque o lucro é muito pequeno. Muitas bancas não vendem mais pois recebem apenas 1% do que vendem”. No vídeo a seguir, Selma relata o que acontece quando o sistema cai:
Orientação: Prof. Carlos A. Zanotti
Edição: Isabela Meletti
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