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Segundo estudo realizado pela WeWork e Page Outsourcing, 83% dos brasileiros têm interesse em uma jornada de trabalho reduzida
Por Giovanni Feltrin e Rita de Cássia
A pandemia de Covid-19 transformou não somente a forma como os brasileiros passaram a enxergar o cuidado com a saúde, como também testou a capacidade de adaptação das pessoas, sobretudo, no âmbito profissional. Essa experiência deixou marcas que perduram até os dias atuais, e resultou em um novo perfil do trabalhador e na adoção de formatos inovadores de trabalho, como o home office e a semana de quatro dias.
De acordo com uma pesquisa realizada pela Fundação Getúlio Vargas (FGV), divulgada em janeiro desse ano, aproximadamente 32,7% das empresas adotavam o modelo home office até outubro de 2022. O estudo também revela a percepção das empresas referente aos impactos na produtividade dos funcionários, indicando um aumento de cerca de 30%, representando 8 pontos percentuais a mais se comparado a 2021.
A jornada reduzida de trabalho também tem sido discutida em várias empresas desde maio de 2023, como é o caso da Vira Comunicação, que possui várias unidades espalhadas por São Paulo, Rio de Janeiro e Campinas. De acordo com Guilherme Pichonelli, fundador e CEO da empresa, atualmente estão em andamento alguns testes com duas equipes de segmentos diferentes, uma da área de entretenimento e outra de negócios. Caso os resultados sejam positivos, a partir de 2024 o formato será adotado em toda a empresa da capital paulista. “A gente sempre leu bastante sobre as empresas que estão implementando a jornada de 4 dias de trabalho e como tem sido positivo principalmente em produtividade e saúde mental. São dois temas que cada vez mais se tornam relevantes para qualquer empresa, seja ela uma indústria, seja ela de serviço, quem faz a roda girar, quem faz tudo acontecer, são os colaboradores. […] É uma questão de vida, da gente ter mais qualidade de vida, das pessoas entenderem que é uma empresa que não está só atrás de resultados, mas está atrás da saúde mental de todo mundo”, afirma.
A ideia é separar os funcionários em equipes. Uma delas não trabalhará na segunda-feira e a outra se ausentará na sexta-feira. De acordo com o CEO da Vira Comunicação, a cada três meses a situação se inverterá, com a finalidade de manter uma equidade entre as pessoas, tendo em vista que a sexta-feira pode ser o dia mais desejado entre os colaboradores.
A analista de recursos humanos Maiane Oliveira Freitas, enxerga que as mudanças do mercado de trabalho resultantes da pandemia, fizeram com que fosse necessário o surgimento de um modelo de trabalho mais resiliente e flexível, e que os candidatos passaram a procurar uma empresa que valorize o bem-estar pessoal e profissional. “O que mais os candidatos procuram hoje em dia, é uma empresa que concilie uma boa política de benefícios (saúde, bem-estar e alimentação) e oportunidades de crescimento. A empresa que possui um plano de carreira consolidado e oferece desafios profissionais, com certeza se torna mais buscada no mercado de trabalho”, explica.
Maiane também destaca que além das competências técnicas que são específicas para cada vaga, os profissionais de recursos humanos têm avaliado outras habilidades nos candidatos. Segundo ela, é necessário que o profissional tenha um bom relacionamento interpessoal com os colegas, que saiba se comunicar assertivamente, que tenha pensamento crítico e analítico e, sobretudo, que seja uma pessoa resiliente e adaptável, que consiga se reinventar diante de mudanças.
Breno Luiz Gomes Afonso, sociólogo e comunicador, conta que quando se formou não enxergava muitas possibilidades para a sua profissão além do trabalho presencial, muitas vezes tendo que utilizar quatro ônibus em um único dia para ir até o escritório. “O sentimento de esgotamento era constante. Nesse período eu me dei conta de que precisava de algo que eu conseguisse conciliar minha vida pessoal e minha vida profissional, até que consegui um trabalho híbrido, o que na minha opinião tem sido incrível. O home office transformou minha vida no sentindo mais positivo possível”, afirma.
Os benefícios das novas formas de trabalho também podem ser observados pelas empresas. “As pessoas estão demandando cada vez mais a possibilidade de fazer o trabalho de maneira remota e isso é uma tendência que não vai passar, principalmente para algumas empresas que também já enxergaram nisso a possibilidade de reduzir custos como a manutenção de escritórios e estruturas corporativas”, afirma Vitor Barletta Machado, sociólogo e professor da PUC-Campinas.
Orientação: Profa. Rose Bars
Edição: Murilo Sacardi
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