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Maternidade precoce é o desafio para as famílias do município; falta de informação é uma das principais causas
Por: João Amorim
A maternidade precoce continua sendo um desafio sério enfrentado por diversas comunidades em todo o mundo, inclusive em Campinas. De acordo com dados obtidos pela Secretaria Municipal de Saúde, a taxa de gravidez entre meninas com idades entre 10 e 14 anos é alta em Campinas, com uma média de quatro casos por mês registrados em 2022. Esse número representa um aumento de 22% em relação a 2021, quando foram registrados 41 casos no ano inteiro comparados aos 50 casos no ano passado. Um dos principais motivos para esse número aumentar, é a falta de informação sobre o assunto.
A ginecologista e professora de educação sexual, Marcela Maria Simões, enfatizou as dificuldades para uma mãe jovem. “Passar por tudo isso de forma não planejada, em um momento da vida em que ainda não sabemos ‘quem de fato somos’, pode tornar ainda mais difícil o autoconhecimento e o aproveitamento de oportunidades”, ressalta. Segundo ela, é importante a educação sexual para os jovens. “Não só considerando as gestações não planejadas, mas também transmissão de doenças e noção de cuidado com o próprio corpo,” indica.
Diana Camila, atualmente com 35 anos, tornou-se mãe aos 16 anos, e revelou os desafios emocionais enfrentados durante a gravidez e com a maternidade. “Uma responsabilidade imensa, um medo muito grande em não conseguir cuidar. Eu me privei de muitas coisas, como sair pra baladas, conhecer lugares, aproveitar mais minha adolescência. As amizades que eu tinha foram se distanciando desde que descobri a gravidez,” revela. As famílias desempenham um papel crucial no apoio às jovens mães durante esse período. Diana recebeu o apoio de seus pais durante a gestação e para cuidar do bebê.
A realidade dessas jovens mães frequentemente é caracterizada por desafios imensos e mudanças de vida irreversíveis. Milena Bristot, uma jovem de 16 anos que se tornou mãe aos 15, compartilhou sua experiência. “Não era algo que eu estava esperando, muito porque meu conhecimento sobre o assunto era praticamente nulo. Mas independente de tudo, meu bebê se tornou a pessoa mais importante da minha vida”, afirmou.
A persistência da maternidade precoce em Campinas é um desafio sério, refletido nas estatísticas alarmantes de gravidez entre meninas de 10 a 14 anos na cidade. O aumento desses casos ressalta a necessidade de abordagens abrangentes de educação sexual, visando informar e capacitar os jovens. A ginecologista Marcela Simões destaca a importância de fornecer conhecimento não apenas sobre gestações não planejadas, mas também sobre a prevenção de doenças e o autocuidado. As experiências compartilhadas por Diana e Milena destacam os desafios emocionais e as mudanças de vida enfrentadas por jovens mães, ressaltando a importância do apoio familiar durante esse período.
Orientação: Profa. Rose Bars
Edição: Théo Miranda
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