Cultura & Espetáculos
Atividade tem movimentado a economia criativa no munícipio e ocupado o parque ecológico da cidade
Por: Isabela Meletti
A Feira Ecoart de Itu ocorre todo segundo domingo de cada mês, no Parque Ecológico Taboão, e tem movimentado a economia criativa da cidade. Em 2023, a feira aumentou o número de expositores e o alcance de público do evento através do projeto Vem Pra Feira Itu, idealizado por artesãos da feira. O movimento foi criado com intenção de fomentar a divulgação do evento promovido pela Secretaria de Cultura da Prefeitura de Itu. Ailton de Oliveira, conhecido por Mano Fit, é criador do projeto e vende seus pães artesanais de fermentação natural na feira. Ele teve a ideia de iniciar o movimento com a criação de uma página no Instagram para promover o evento. “A ideia surgiu em fevereiro deste ano, quando percebi que o evento precisava de uma maior divulgação e mobilização dos artesãos participantes. Com o movimento Vem Pra Feira Itu, conseguimos aumentar o número de expositores, que estava em 70 inicialmente, para 100 expositores em abril de 2023”, conta.
De acordo com Oliveira, a Prefeitura de Itu tem algumas limitações, previstas por lei, quanto a realização de impulsionamento de publicidade paga de um evento promovido pelo poder público. Por conta disso, surgiu o projeto Vem Pra Feira Itu, idealizado por artesãos da feira Ecoart. Ele explica que, em fevereiro, foi realizada a primeira reunião com a Secretaria de Cultura e com as cocriadoras do movimento. Depois, iniciou-se a campanha financeira com a contribuição dos expositores para poder levar atrações musicais e oficinas para a Ecoart. “Em abril conseguimos atingir 100 expositores e o alcance de mais de 5 mil pessoas na nossa página do Instagram”, comemora. O artesão afirma ainda, que a feira é muito importante para a economia criativa da cidade, já que ela funciona como uma vitrine para artesãos, artistas e músicos da região.
Para Karoline Gomes, artesã expositora e designer de interiores, o crescimento da feira é benéfico para a comunidade local porque “Movimenta a economia da cidade, ajuda o pequeno empreendedor e valoriza o trabalho artesanal, deixando um pouco de lado o padrão dos produtos industrializados”. Karoline é uma das cocriadoras do projeto e confecciona coleiras para pets e artigos de decoração em macramê. Ela expõe na feira há um ano e meio e conta que viu a feira crescer nesse tempo.
O aumento da feira tornou a marca da artesã mais conhecida na cidade, porém ela pontua que “As pessoas têm um reconhecimento baixo de que o artesanato é um produto bom e acham que ele tem que ser barato, mas ele não deve ser barato, porque é um trabalho feito à mão, vai além da técnica utilizada, envolve afeto também”, defende.
Karoline Gomes salienta que não está generalizando, mas sente que “muitas pessoas ainda não enxergam valor no artesanato”. Ela divide seu trabalho com outro emprego até conseguir 100% de sua renda com a produção de artesanato. Ela diz que a feira Ecoart tem ajudado a alcançar esse propósito e a não desistir. “Nós, artesãos, lutamos para que as pessoas entendam que o trabalho com o artesanato não é um hobbie, é um trabalho, como qualquer outro, que merece valorização e reconhecimento financeiro. É dessa forma também, que a feira tem trazido benefícios para a comunidade, ela tem auxiliado a população de Itu e região a valorizar cada vez mais os artesãos e seus produtos”. Além da valorização do trabalho artesanal, o evento incentiva a ocupação do Parque Ecológico Taboão, possibilita maior contato com a natureza e promove ideais de sustentabilidade e cuidado com o meio ambiente.
A artesã e expositora na feira, Roseli Proeti, também é cocriadora do movimento Vem Pra Feira Itu e trabalha com a ideia de sustentabilidade e reaproveitamento de materiais em seus produtos. As chamadas ecojoias, que ela confecciona, são feitas de diversos tipos de materiais, como caixa de ovos, cartelas de remédios, retalho de tecidos e sobras de madeiras. “Minha paixão é produzir as ecojoias, porque além de serem acessórios originais e artesanais, carregam a ideia de reaproveitamento, sustentabilidade e transformação de materiais que seriam descartados”, explica. Para ela, não é somente uma garrafa PET que se torna um vaso de planta. “É uma caixa de ovos, que se torna outro produto completamente diferente com outra funcionalidade, como um colar”.
Roseli é artista plástica e trabalha com a plasticidade e transformação de materiais geralmente descartados pelas pessoas, foi através dessa perspectiva que ela criou a técnica de fazer pingentes com papel machê para suas ecojoias. “Tudo vira papel machê na minha mão, papéis que seriam jogados no lixo, jornais, revistas, eu transformo todos eles em pingentes para as minhas ecojoias. Trabalho com a massa do papel machê e crio uma peça única e original que levo para todas as feiras que participo”, conta. A expositora participa do grupo de artesãos que colabora com a campanha financeira do projeto e diz “Eu gosto de expor nessa feira, que acontece em um parque arborizado, cheio de natureza e consciência sustentável. O evento precisa continuar, por isso eu apoio e participo do movimento”.
Outra cocriadora do projeto Vem Pra Feira Itu é Mariana Lima, farmacêutica que utiliza todos os seus conhecimentos na produção de sabonetes artesanais. Mariana conta que sempre teve alergias na pele e, por isso, criou sua própria linha de sabonetes naturais, feitos com barra vegetal. “O sabonete artesanal vegetal traz para a pele profunda hidratação e menos agressividade, devido à pouca concentração de conservantes e a naturalidade da barra vegetal, ajudando peles alérgicas a se recuperarem”, afirma a farmacêutica. Ela também acredita que a feira Ecoart movimenta a economia local, gera contato com a comunidade e valorização do artesanato.
Orientação: Profa. Rose Bars
Edição: Murilo Sacardi
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