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Batalha de rimas projeta Campinas no Hip Hop nacional

“Fomentar cultura e tirar o jovem periférico dos caminhos errados”, diz MC Azec, do cálice

A Batalha do Cálice se encontra com o intuito de promover a cultura Hip Hop e oferecer um espaço para os artistas (Foto: Júlia Garcia)

Por: Júlia Garcia

Além de buscar energia poética, uma turma de jovens se reúne toda sexta-feira, às 19h, no Largo do Pará, na região central de Campinas, para travar uma batalha de rimas. “A função é fomentar a cultura, é tirar o jovem periférico de caminhos errados, como o tráfico e o crime”, afirma o MC Azec, nome pelo qual é conhecido Pedro Marques, 22 anos, um dos criadores do grupo que leva o nome de Batalha do Cálice.

O movimento, que surgiu em 2018 em Campinas, teve sua importância recentemente reconhecida pelo Circuito Paulista de Batalha de MC’s, o maior do gênero no país, sendo convidado a fazer parte da sede da seletiva regional. Os organizadores Azec, Ikki (Pedro Furtado) e Kriollo (Kevin Campos), querem não apenas promover a cultura, mas torná-la acessível na região e impulsionar os MC’s para o topo do Hip Hop.

A Batalha do Cálice surgiu em Belo Horizonte em 2017, pelas mãos do próprio Azec, que no ano seguinte organizou o primeiro evento em Campinas. Ikki entrou para organização no final de 2020 e, em 2023, Kriollo, juntou-se ao grupo.

Nas batalhas de rimas, o objetivo é confrontar versos entre MC’s, que contam com 30 segundos para expor suas rimas, havendo um round para cada competidor. No caso de empate, passa-se para o terceiro round. A escolha do vencedor parte do público, que se manifesta através de gritos ou levantando a mão. Algumas dessas batalhas chegam até a contar com bancada de jurados. 

Azec (dir.) foi jurado na disputa de freestyle no Largo do Pará (Foto: Júlia Garcia)

Com envolvimento intenso, o público que frequenta a batalha do Cálice agrega uma grande diversidade de pessoas e ideias. Eles conseguem reunir familiares e artistas, atraindo pelo menos 60 no Largo do Pará e cerca de 3 mil nas redes sociais.

Aluna de Direito, Anny Modesto, 19 anos, frequenta a Batalha do Cálice há mais de 4 meses e diz ter se encontrado no meio. Sua relação com o movimento Hip Hop começou em 2017, quando disse ter se deslumbrado com a cultura do rap. Desde então, passou a acompanhar batalhas de rimas em vídeos no YouTube, mas a convite do irmão de uma amiga conheceu a Cálice e se apaixonou pela organização do encontro.

“É uma energia absurda. Os organizadores doam a vida pela batalha e pelo movimento, eles sempre estão abertos a conversar, ouvir opiniões, valorizam os MC’s e o público também. São completos, sem focar só em quem rima, mas também sempre querem o melhor para o público. O fato de eles serem tão receptivos faz a batalha crescer mais e mais, além da energia que eles passam nos gritos das batalhas, nos beats incríveis que estão sempre inovando”, descreve a estudante Anny. 

“Cálice não é só uma batalha tá ligado? Cálice é uma inspiração, uma mudança de vida para várias rapaziadas. Tem gente que gosta do Cálice não só pelas batalhas, mas porque o bagulho é transformar a vida mesmo”, afirma o organizador Kriollo, também apresentador/tracklist das batidas.

O rapper MC Daniel Vieira Barboza Fontes, de 24 anos, conhecido por Lobão, acompanha as Batalhas do Cálice desde 2018, já tendo participado de mais de 40 disputas. Lobão teve o seu primeiro contato com a cultura do Hip Hop aos 8 anos, assistindo um show de talentos com dançarinos de break. Em 2015, se entregou ao mundo do rap graças a um sarau que ocorria na sua cidade natal, Belo Horizonte (BH), e começou a participar de batalhas de rimas. Em 2018, conheceu a organização da Cálice através de um evento no Facebook, e não parou mais de frequentar os encontros. 

“Acredito que o diferencial da organização do Cálice seja a assiduidade que eles têm em fazer um evento lindo. Não é só colocar um beat e deixar o pessoal se ‘matar’. Eles batem o martelo sobre o quanto aquilo tem um oceano por trás, e fazem isso sem perder o profissionalismo e a identidade competitiva. Me sinto acolhido e respeitado lá. Por ser a batalha com maior visibilidade da região, arrisco dizer, todo mundo quer uma vaga lá”, comenta Lobão.

Ikki diz que a Batalha do Cálice vem lutando há 6 anos por espaço e visibilidade. “A gente acredita muito que a nossa batalha vai conseguir trazer os moleques para rimar na capital, para rimar no topo, para transformar a batalha de rima no impulso que vai fazê-los chegar no topo e no mainstream”, aposta o apresentador.

Orientação: Prof. Carlos A. Zanotti

Edição: Melyssa Kell


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