Noticiário Geral

Artesãos criticam opressão racial no dia da Consciência Negra

Discussão envolve apropriação da cultura negra e violência racial; data lembra a morte de Zumbi dos Palmares

Por Bonnie Virgilio

Discriminação racial, apropriação da cultura negra e violência são principais conflitos sociais elencados por artesãos negros que expõem suas obras em feiras livres na cidade de Campinas. Rogerio Lucas Delfino participa de vários eventos sobre a Consciência Negra, lembrando oficialmente no dia 20, feriado em vários municípios do interior de São Paulo. Em sua opinião, os espaços públicos estão “embranquecidos”, como os bancos das universidades. “As pessoas que frequentam estes espaços não notam. Isso é um problema”, frisa.

Segundo ele, “se as pessoas não conseguem ter autorreconhecimento da opressão que pessoas negras experienciam, nada mudará”. Para Delfino, a estratégia é ocupar estes espaços públicos, como um ato de resistência.  A data de 20 de novembro referência a morte de Zumbi, em 1695, por bandeirantes liderados por Domingos Jorge Velho. Zumbi era líder do Quilombo dos Palmares, que ficava entre Alagoas e Pernambuco, um espaço de refúgio para os negros.

Rogério Lucas Delfino produz roupas e acessórios que comercializa nas feiras (Foto: Bonnie Virgílio)

O artesão fala também da apropriação da cultura negra, com a música, em especial ao funk, que tem a batida do jongo, uma dança de matriz africana. “Quando uma pessoa negra expressa a sua própria cultura ela é rebaixada. O funk brasileiro tem origem na música africana. Quando utilizado por músicos brancos, se torna positivo. Mas, utilizado por pessoas negras, adquire uma reputação de ser sujo ou pobre”, compara.  O mesmo raciocínio é utilizado por Delfino ao se referir à religião africana. “A pessoa branca praticar a umbanda ou o candomblé é bem aceita e chamada de esotérica. O negro, ao praticar sua religião, é chamado de macumbeiro, de modo negativo”.

Cristiane Dias Alves, que também trabalha como artesã em Campinas, além de enfrentar as questões da raça, também está à frente dos movimentos ativistas em favor ao direito da mulher negra, “a força principal na luta contra o patriarcado”. Ela deixa claro que as mulheres negras, desde criança, aprendem a importância de lutar contra a supremacia branca, “uma forma de resistir e lutar contra o opressor”, afirma.


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