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A estudante Marina Ortigosa, ao lado de outros 32 estudantes, toma posse da vaga que ocupará por 1 ano
Por: Sofia Furtado
“As pessoas que têm mais voz na política são as que têm maior poder aquisitivo. Estando aqui, quero representar os alunos de escola pública, meus amigos que compartilham das mesmas dificuldades que eu”, disse a vereadora mirim Milena da Rocha Gomes, de 15 anos, estudante da escola André Tosello, colégio público localizado no bairro Vila Aeroporto, em Campinas.
Na última sexta-feira (22), a estudante Milena tomou posse da vaga que ocupará por um ano, no Parlamento Jovem de Campinas, em evento que reuniu alunos de 33 escolas públicas e privadas, onde apresentaram uma diversidade de pautas refletindo diferentes exigências diante de distintas realidades.
Para a adolescente Milena, esse espaço se tornou uma oportunidade para expressar a sua voz e, principalmente, as pautas de educação visando uma melhoria no futuro das escolas públicas da cidade. Para a menina, poder participar da política foi um sonho realizado, pois poderá agora lutar por seus direitos como cidadã. Ela busca levar em consideração as camadas sociais mais necessitadas, que, segundo disse, “ainda não possuem muito espaço e muito menos voz para se expressarem”.
“Eu estou aqui pelos jovens de periferia e que não tiveram acesso a mesma oportunidade de estar em um Parlamento”, comentou.
Da mesma forma, o jovem João Victor Almeida, de 13 anos, estudante da escola pública “Professora Clotilde Barraquet Von Zuben”, do bairro Jardim Florence, tem como principal objetivo a defesa de uma pauta ambiental, mas também voltada para os ambientes escolares.
“Muitas vezes, o lixo não vai para o lugar devido nas instituições de ensino. Portanto, pretendo defender a reciclagem nesses espaços, para que possamos preservar as nossas escolas, mas também o meio ambiente”, afirmou.
João conheceu o Parlamento Jovem neste ano, tendo se interessado principalmente pela possibilidade de criar responsabilidades, além de garantir um maior espaço para diferentes opiniões na política.
Em contrapartida, Marina Ortigosa e Gabriela Bergamini, ambas com 14 anos, os objetivos com a participação no Parlamento são outros. As jovens, estudantes de uma escola privada de Campinas, o colégio 14 Bis, procuram defender a criação de projetos de lei para pessoas com deficiência visual, reiterando a importância de informações em braile nos pontos de ônibus.
“Acreditamos que, dessa forma, estaremos contribuindo para a sociedade e também aprendendo mais sobre a política, para termos mais facilidade no futuro”, disse Gabriela Bergamini.
O jovem Davi Farinelli, de 18 anos, estudante do Sesi, disse que o Parlamento se tornou uma forma de discutir as incongruências do Novo Ensino Médio, sendo esse um tema já abordado por seus colegas de escola. O adolescente reforça que a criação de um Parlamento Jovem é muito importante, para que pautas discutidas no ambiente escolar possam ser levadas à frente, e não apenas serem limitadas ao bate-papo na sala de aula, algo estimulado por sua escola e que agora pode ser levado à frente.
“Por muito tempo, disseram que política não era espaço para a gente”, disse Davi ao defender uma mudança cultural, já que a de uma nova geração no Parlamento é capaz de trazer novas ideias e um grupo mais interessado em pautas ambientais ou sociais, trazendo uma maior diversidade para a política da cidade de Campinas e garantindo um futuro melhor para a população.
Orientação: Prof. Carlos A. Zanotti
Edição: Isabela Meletti
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