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Quando o assunto é saúde, mentiras são capazes de matar

Jornalista e professor da Unicamp defendem parceria para combater desinformação e conscientizar o público sobre o tema

Por: Washington Felipe Teodoro da Silva

Para o médico hematologista e professor da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp), Carmino Antonio de Souza, e o jornalista André Rique, que cobre a área de saúde, a era da desinformação digital tornou o diálogo entre profissionais de saúde e a imprensa muito mais crucial.

“Eu acho que é minha obrigação, como médico e professor universitário, assim como de vocês, como jornalistas, fazerem com que a informação seja correta, ética, absolutamente bem embasada e que ela tenha um tratamento de comunicação que possa ser levado ao público de maneira que ela seja compreendida”, destacou Carmino de Souza que, além da titulação acadêmica, foi secretário de Saúde do Governo do Estado de São Paulo entre 1993 e 1994 e secretário de Saúde de Campinas entre 2013 e 2020.

Já o jornalista destacou o problema sobre as mentiras disseminadas a respeito da vacinação: “estamos vivendo em um mundo praticamente dominado por fake news e a área de saúde é uma das mais afetadas, principalmente na campanha de vacinação. O que é pior é que muita gente acredita nessas baboseiras que circulam em redes sociais”, afirmou Rique.

Carmino de Souza, defende a parceria entre saúde e imprensa no enfrentamento de crises e na divulgação de informações precisas sobre saúde

Carmino de Souza destacou o desafio da comunicação de risco na área da saúde, quando é necessário transmitir informações e garantir que sejam recebidas, assimiladas e praticadas pela população. Ele lembrou ainda que estava à frente da Secretaria Estadual de Saúde durante o surgimento da aids, e que, durante sua gestão em Campinas, a cidade enfrentou uma epidemia de dengue e outra de Covid-19, essa última uma pandemia global.

Em ambas as situações, o professor, que é atualmente secretário-executivo da Secretaria de Ciência, Pesquisa e Desenvolvimento em Saúde do Estado de São Paulo, considerou essencial a credibilidade como caminho tão necessário, no enfrentamento das enfermidades, quanto medidas técnicas na área da saúde. “Eu acho que a questão da credibilidade da informação é fundamental. Eu sempre digo que a informação não é aquilo que eu falo, mas é aquilo que a pessoa ouve e entende”, complementou.

O jornalista André Rique acrescentou, na mesma linha do hematologista, como é importante a parceria entre saúde e comunicação para a compreensibilidade. “Eu acho que o jornalista e o profissional de saúde precisam entender que tem que ter colaboração, principalmente é preciso explicar da melhor forma possível para atingir o público”, disse.

Rique ressaltou ainda a necessidade de se evitar sensacionalismo e priorizar a seriedade na abordagem dos temas de saúde, buscando embasamento em estudos e profissionais gabaritados. Ele alertou também para os perigos da busca por cliques e engajamento, que comprometem a credibilidade da imprensa e a confiança do público.

Orientação: Prof. Artur Araújo 

Edição: Suelen Biason


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