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Conceição dos Santos buscou aulas no Sesc-Campinas para divulgar seus negócios no Instagram
Por Oscar Nucci
Aos 73 anos, Conceição das Graças dos Santos foi uma das alunas que concluiu do curso que ensinou a produzir vídeos de curta duração para plataformas digitais, ministrado no Sesc-Campinas. Ceiça, como é conhecida entre os amigos, quis aprimorar noções para tentar incrementar seu perfil no Instagram, que conta com apenas 100 seguidores, onde oferece seu talento para cozinhar e organizar pequenas festas.
Assim como Ceiça, outros idosos também se interessaram pelo curso ministrado pelo professor Filipe Miranda, formado em Artes Visuais e funcionário do Sesc há cinco anos. “A terceira idade é nosso maior público nas aulas de vídeo”, atesta o docente.

“Tudo o que fala em tecnologia, empreendedorismo, aprendizado e progresso, eu tô dentro. Eu gosto muito de estar acompanhando tudo, aprendendo tudo e mais um pouco”, explica-se Conceição.
O curso, que teve todas as vagas esgotadas, foi essencialmente prático, com os alunos produzindo vídeos no Espaço de Tecnologia e Artes. “É tudo prático mesmo. A intenção é pôr a mão na massa e produzir. Fazer vídeos e publicar”, detalhou o professor.
Nas aulas, que se encerraram na primeira semana deste mês, a plataforma de vídeos adotada foi o Instagram, na qual as pequenas inserções se chamam “reels”. “Inicialmente, eu queria que eles usassem o TikTok. Acho que é uma rede que está crescendo e tem muita oportunidade para quem tivesse interesse em fazer negócio online. Mas na hora que começou o curso, vi que não iria rolar, porque ninguém tinha TikTok”, explicou Filipe.
Além do público mais maduro, outro pessoal interessado no curso de vídeos são os donos de pequenos negócios. Conceição, por exemplo, cozinha para casamentos e festas. Para ela, o vídeo é uma forma de tentar impulsionar as vendas. Sua página do Facebook está estagnada em uma centena de amigos. “Não sai disso, preciso impulsionar”, explica.
Com as aulas, já lhe surgiram algumas ideias. “Vou começar a fazer uma receita, um pão diferente, uma festa … e vou gravar pelo menos as primeiras etapas, fazer vídeos curtinhos. O Filipe ensinou a dar os primeiros passos, como desligar, fazer uma outra parte e juntar tudo”, contou.
O interesse da terceira idade por cursos envolvendo tecnologia não é de hoje, como explica Felipe. Conceição lembra que, durante a pandemia, as pessoas se viram obrigadas a aprender a usar a tecnologia para fazer tudo a partir de suas casas.

“A terceira idade é um público que acabou sendo jogado para esse mundo digital. Muitas pessoas, que antes da pandemia nem usavam tanto assim o celular, foram obrigadas a estar mais presentes nas redes, a ter WhatsApp, Instagram ou Facebook para interagir com a família e com os amigos”, explicou o professor Miranda.
De acordo com ele, as aulas ministradas durante o período de distanciamento social consistiam em ensinar o domínio da tecnologia e realizar uma chamada de vídeo na plataforma Zoom. O ensino destes conceitos básicos das tecnologias usadas rotineiramente é caracterizado como letramento digital.
“Letramento digital são esses cursos voltados para a pessoa adquirir um conhecimento, uma habilidade para lidar com essas ferramentas digitais que estão muito presentes no nosso dia a dia. É aprender a mexer no celular, no computador… Nosso curso de produção de vídeo se insere um pouco nisso, no letramento digital”, explicou Miranda.
Orientação: Prof. Carlos A. Zanotti
Edição: Ana Ornelas
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