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Produção dos alunos de jornalismo da PUC-Campinas está concorrendo na Expocom-2023, no Rio de Janeiro
Por: Roberta Mourão
“A todo momento, perguntavam se poderíamos resolver seus problemas”, lembra o estudante Gustavo Costa quando comenta as gravações para o documentário “Um dia com o povo de rua”, trabalho que desenvolveu em parceria com as colegas Maria Eduarda Abrantes e Vitória Silva, para a conclusão do curso de jornalismo, no ano passado. A produção é uma das finalistas no concurso de melhor documentário jornalístico, no congresso da Intercom-Sudeste, que começa nesta quinta-feira (1º) na Universidade Federal Fluminense (UFF), em Niterói (RJ).
Entre agosto e outubro do ano passado, os autores do documentário percorreram praças, ruas e avenidas de Campinas, durante o dia e à noite, na tentativa de retratar com fidelidade o cotidiano dos habitantes que vivem em situação de rua na área central da cidade. A orientação da equipe foi feita pelo professor Carlos A. Zanotti, da faculdade de jornalismo e do programa de pós-graduação em Linguagens, Mídia e Arte, da PUC-Campinas.
A proposta do trabalho foi mostrar a realidade dos cerca de 400 moradores de rua que orbitam o entorno da Catedral Metropolitana de Campinas, ideia que surgiu depois de o grupo conhecer um livro sobre um estudante que resolveu descobrir a razão de um médico ter se transformado em morador de rua. A partir da leitura, os estudantes começaram a planejar o documentário, abordando a rotina, a história de vida, os vícios e o futuro dos que vivem na mesma condição.
Um dos grandes obstáculos enfrentados pelos estudantes para a realizar as gravações foi a insegurança na abordagem de seus personagens. Segundo a estudante Maria Vitória, o principal receio era parecer invasivo demais ou ofensivo no contato inicial.
“No começo, sempre conversávamos para decidir qual membro do grupo iria falar com eles, mas depois pegamos o jeito. Ficou mais fácil a abordagem com o pessoal”, diz a estudante.
O grupo também enfrentou dificuldade em garantir continuidades nos dias seguintes, já que os moradores de rua nem sempre permanecem em lugar fixo. “Visitamos o centro de Campinas antes de começar as gravações, conhecemos várias pessoas, mas no dia de gravar não conseguíamos achar os personagens”, recorda Gustavo, para quem esta foi uma das preocupações iniciais da produção.
Em meio às filmagens, abordagens e conversas, Gustavo, Maria Eduarda e Vitória perceberam que os moradores queriam ser ouvidos e tinham interesse em contar sobre suas histórias de vida e o que os levou àquela condição.
“Um dos entrevistados, inclusive, nos disse que poderíamos voltar sempre para conversar”, afirma Gustavo. Durante as conversas, a principal reclamação que ouviam era sobre a falta de alimentos e a dificuldade para encontrar lugares para dormir e tomar banho. “Questionavam se poderíamos ajudar e resolver os problemas deles”, completa Maria Eduarda.
A estudante também afirma que o grupo conseguiu fazer amizades e teve a oportunidade de reencontrar os moradores durante a fase final das filmagens do documentário. Um dos personagens da produção, que durante as gravações estava morando na rua, reencontrou o grupo.
“Ele era solícito e gostava de falar com a gente. Ficamos um tempo sem o ver no centro, e sempre ficávamos perguntando onde poderia estar”, diz Maria Eduarda. Após um tempo, o reencontro aconteceu e os três estudantes tiveram uma grande surpresa. Ele tinha conseguido uma casa e estava trabalhando como cabeleireiro. “Ficamos superfelizes e ele até nos chamou para cortar o cabelo”, diz Gustavo.
O documentário está disponível no link.
Orientação: Prof. Carlos A. Zanotti
Edição: Melyssa Kell
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