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Ditadura nunca mais: por verdade, memória e justiça, ato marca os 59 anos do golpe
Por: Emily Castro e Gabriel Domingos
Os 59 anos do golpe militar foi lembrado no ato nacional contra a ditadura, organizado pelos partidos políticos Unidade Popular pelo Socialismo (UP) e Partido Comunista Brasileiro (PCB), reuniu cerca de cinco mil pessoas em frente ao Memorial da Resistência, antiga sede do DOPS (Departamento de ordem política e social), em São Paulo, no último sábado (01). Os manifestantes caminharam até a Praça da República pedindo pela punição dos torturadores do regime militar e pela prisão do ex presidente Jair Bolsonaro. Eles carregavam bandeiras e cartazes e com palavras de ordem para a abertura dos arquivos relativos ao período da ditadura militar no Brasil.
O movimento que saiu do Memorial da Resistência escoltado pela Polícia Civil, um trajeto com cerca de 1,5Km. A manifestação aconteceu simultaneamente em 27 cidades, sendo que no estado de São Paulo as concentrações foram na capital e em Ribeirão Preto.
O objetivo foi de exigir que os militares sejam punidos e lembrados como torturadores. De acordo com o Relatório Final da Comissão da Verdade, no período ditatorial de 1964 a 1985, 434 pessoas foram mortas, oito mil indígenas foram assassinados. Os organizadores da manifestação pedem o cumprimento das 29 recomendações da comissão da verdade.
A professora aposentada Silvia Maria Tommasini participou da manifestação e contar ter vivido o final da ditadura ajudando a reorganizar os movimentos populares de alunos e professores. Segundo ela, na época havia repressão do governo militar.
“Eu por exemplo fui presa por reorganizar a União Nacional dos Estudantes em um evento que a gente tinha marcado em Belo Horizonte e no percurso no caminho do congresso que reorganizaria a une, o aparato repressivo nos bloqueou e nos prendeu, mas foi uma prisão de um dia porque a gente já estava prestes para a reabertura democrática. Questão de dias antes, companheiros haviam sido presos e torturados, o que gerou protesto por causa desse horror”, lembra.
Filiado ao PCdoB desde seus 16 anos, o aposentado Lázaro Crepaldi lembra que tinha 19 anos quando foi instalada a ditadura no País. “A experiência foi horrível, a perseguição, muitos foram torturados.
No ambiente de trabalho era só perseguição, qualquer pessoa que se manifestasse contra qualquer coisa já era marcado e era perseguido mesmo.” Crepaldi afirma ser necessário lutar para que a ditadura não retorne ao país. Aquele militante que é organizado e compreende qual é a sua tarefa, se vier um momento de repressão ele vai procurar se fortalecer”.
Segundo a historiadora e arquivista Ana Maria de Almeida Camargo, na palestra Ditadura Nunca, organizada pelo AEL e IFCH Unicamp, os assuntos históricos nunca se esgotam, continuam sendo cruciais para a nova geração. “Eles são muito recentes e presentes por todas as circunstâncias que nós vivemos recentemente e, mesmo que se passe muito tempo desse regime autoritário que nós tivemos, esse tema será sempre iluminado pelo próprio transcorrer da história. Quer dizer, nós teremos próprios elementos para julgar ou para compreender esse tempo a partir do próprio desenvolvimento do processo histórico”.
Orientação: Profa. Rose Bars
Edição: Marina Fávaro
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