Destaque
Afirmação é da jornalista formada pela PUC-Campinas com 15 anos de experiência na CBN Campinas, Valéria Hein, em palestra da Faculdade
Por: Marina Fávaro
Intitulada “Ouviu a notícia? O radiojornalismo no século XXI”, a palestra foi realizada na manhã desta quinta-feira (30) pela Faculdade de Jornalismo da PUC-Campinas, com o objetivo de discutir os desafios enfrentados pelo rádio nos últimos anos. Fato é que com a ascensão da internet e, consequentemente, com o surgimento de novas maneiras de se comunicar, o rádio se reinventou e continua sendo o veículo de maior penetração nos lares brasileiros. Além de alunos e professores do curso de Jornalismo, o evento contou com a presença dos jornalistas Leonardo Cassano, Renato Leal e Valéria Hein, além do advogado e comentarista Jorge Tannus. Todos formados pela PUC-Campinas.
Jornalista com experiência de 15 anos na CBN Campinas, Valéria Hein ressaltou que “o rádio continua sendo uma grande possibilidade, principalmente porque hoje ele também está na internet”.
Se tratando do hard News e do imediatismo inerente ao rádio, a jornalista afirmou que é preciso ter paixão por cada pauta produzida. “Quando eu falo sobre paixão é pensando, principalmente, na pessoa que está nos ouvindo, porque é ela quem vai nos dar audiência. Precisamos falar em nome da indignação do ouvinte”, ponderou.
Valéria também destacou a importância dos jornalistas em produzirem matérias e reportagens especiais objetivando, sobretudo, alertar e conscientizar a população.
Para ilustrar a dimensão disso, Valéria contou que, ao entrar na CBN Campinas, produziu uma reportagem sobre árvores urbanas e na época foi alertada por especialistas sobre a necessidade de realizar um inventário para evitar adversidades futuras. Emocionada, a jornalista contou que uma das últimas reportagens especiais produzidas por ela para a CBN Campinas foi justamente para apresentar o resultado trágico que ela tinha previsto e alertado há 15 anos.
Formado no ano de 2010, Leonardo Cassano ingressou como estagiário na CBN Campinas e, atualmente, apresenta o programa cultural da emissora. Cassano afirmou que “o jornalista generalista tem a oportunidade de cobrir diversas temáticas, mas, quando ele atua em uma área específica, ele acaba tendo a oportunidade de se destacar”. Atuando há anos no jornalismo cultural, Cassano pontuou a importância da apuração e da pesquisa sobre o artista, mas também alertou sobre evitar transformar a agenda cultural do final de semana na pauta do programa, o que costuma ser comum na área.
Além disso, sobre a linguagem no rádio, Cassano afirmou que busca dar preferência a linguagem natural. “Você não precisa empostar ou robotizar a voz. É uma conversa normal. A minha linguagem [no rádio] é a minha linguagem do dia a dia, porque eu acredito que isso aproxima o ouvinte. Isso até pode fazer com que o entrevistado se sinta mais à vontade e se solte mais durante a entrevista”, disse.
Para complementar, Valéria afirmou que trabalhar no radiojornalismo exige ter boa dicção, porque “o comunicador de rádio precisa ter a capacidade de prender a atenção do ouvinte pelo ouvido, já que ele não tem a imagem. É claro que existe o YouTube, mas a maioria das pessoas ainda escuta o rádio enquanto lava louça ou dirige”. Ela disse que também é preciso ter boa habilidade descritiva, uma vez que o rádio trabalha com a imagem sonora.
Se tratando da construção da carreira profissional, o jornalista esportivo na Rádio Educativa de Campinas, Renato Leal, afirmou que é preciso estar aberto a possibilidades, porque o momento de aprendizado é agora. “À medida que o tempo for passando, você entende e canaliza as suas forças e energias para um segmento específico ou geral e, então, tem a possibilidade de alcançar algum destaque na sua carreira”, pontuou.
Leal ainda disse sobre a importância de se ter respeito pelo ouvinte. Para o jornalista, “não existe comunicação se o outro lado não estiver entendendo o que você está falando”.
Além disso, ele destacou que o repórter deve estar presente nos locais, porque “ele [repórter] não consegue fazer grandes matérias ou grandes denúncias se não tiver o contato direto. O olhar denuncia. Não dá para você trabalhar única e exclusivamente na redação”.
O comentarista político e jurídico na Jovem Pan News Campinas, Jorge Tannus, disse que, diferentemente do jornalista, que descreve e relata os fatos, o comentarista atua de forma diferente, já que “o comentário deforma o fato e acaba dando um colorido pessoal para o fato. A emoção está no comentário e isso chama a atenção”.
Por fim, quando questionado sobre o futuro do rádio, ele afirmou que não acredita que o radiojornalismo vá acabar. “O rádio é vida e é conteúdo. Eu acho que é o veículo mais adaptável que nós temos hoje, porque, por exemplo, onde tem um carro, tem um rádio”, ressaltou.
Orientação: Profa. Rose Bars
Edição: Marina Fávaro
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