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Bonecões ganham tecnologia no Carnaval pós-pandemia

No Sesc-Campinas, educador Sérgio Segal finaliza astronauta que tem um tablet no lugar do rosto

Por: Daniel Ribeiro

Os educadores Filipe Miranda, Célia Cassiano e Sérgio Segal finalizam confecção do bonecão astronauta (Foto: Daniel Ribeiro)

Embora tenham 2 metros e meio de altura, o tamanho não é o que mais chama a atenção nos bonecões carnavalescos confeccionados no Sesc-Campinas. Unindo o convencional da cultura brasileira à tecnologia digital, os educadores Filipe Miranda, Célia Cassiano e Sérgio Segal montaram uma oficina de trabalho para inserir componentes eletrônicos na produção do Zé Pereira, personagem que frequenta o Carnaval de várias cidades brasileiras. Segundo disseram os instrutores, os participantes do curso ministrado desenvolveram multi habilidades nas áreas de tecnologia e artesanato durante o projeto.

Bonecão no formato de carranca, sugestão que partiu da artesã Lara Ladeira (Foto: Daniel Ribeiro)

 Inspirados nas videocriaturas do artista plástico Otávio Donasci, os bonecos possuem tablets embutidos em suas cabeças, onde uma animação é reproduzida em looping, fazendo o observador sentir organicidade e vida nas criações. Em uma das versões gigantes, um astronauta ganha lâmpadas de led com as cores controladas por um arduino, um minicomputador embutido em seu dorso. Já no boneco de uma carranca, um tablet se transforma em olho que se movimenta e encara o público.

Produzindo bonecos de Carnaval desde 1999, Sérgio diz que a oficina surgiu pela euforia de este ano ser “o primeiro Carnaval depois do fim do mundo”, referindo-se de forma bem-humorada à pandemia da Covid-19. A ideia de conceber bonecos tecnológicos apareceu em uma conversa entre os educadores, que acharam interessante misturar a tradição do Zé Pereira com a tecnologia das videocriaturas de Donasci.

 Segundo a educadora Célia Cassiano, o trabalho, que começou em meados de janeiro, foi desenvolvido em etapas, nas quais os participantes apresentaram ideias, desenharam e elaboraram imagens junto aos educadores, para logo depois começarem a confecção. No processo de produção, algumas experimentações tiveram que ser feitas. A estrutura interna, por exemplo, que precisa acomodar uma pessoa adulta, foi feita com materiais diferentes, até que a madeira compensada deu a leveza necessária à criação.

Nas bancadas de trabalho dos educadores, equipamentos de eletrônica e fios misturam-se com papel, tecido, isopor e tinta spray – alguns dos elementos da composição. Felipe Miranda conta que, além da tecnologia presente nos bonecos, foram usadas técnicas digitais para a produção de parte dos materiais, como impressão 3D e serra CNC (Computer Numeric Control), uma máquina capaz de cortar moldes de madeira através de comandos.

O educador Filipe Miranda e o astronauta que ganhou um tablet no lugar do rosto (Foto: Daniel Ribeiro)

 A artesã Lara Ladeira, que também é atriz e domadora de cavalos, participou ativamente da oficina. Natural de Pernambuco, com referências de sua terra natal, ela deu a ideia do boneco da carranca. De acordo com ela, a liberdade que os alunos tiveram na produção e idealização do trabalho e a aquisição de múltiplas habilidades foram os principais momentos da oficina.

Foliões poderão entrar nos bonecos e participar da maior festa popular brasileira nos eventos dos quais o Sesc-Campinas vier a participar neste ano. Após o Carnaval, as criaturas ficarão expostas na sala de atividades em que foram produzidos, até que, com o tempo, sejam reaproveitados em novas produções.

Orientação: Prof. Carlos A. Zanotti

Edição: Melyssa Kell


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