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Avaliação é do jornalista Paulo Talarico, que é co-fundador da Agência Mural de Jornalismo das Periferias das cidades da Grande São Paulo
Por: Natália C. Antonini
Há 11 anos o jornalista Paulo Talarico trabalha com produção e divulgação de notícias da periferia de São Paulo. Além de atuar como editor-chefe e cofundador da Agência Mural de Jornalismo das Periferias das cidades da Grande São Paulo, ele também trabalha no portal de notícias Giro S/A e na Agência Impacto, especializada em jornalismo e design gráfico, ambas localizadas em Barueri, na Região Metropolitana de São Paulo.
Para Talarico, seu trabalho como jornalista nas três empresas tem sido importante para dar voz às populações das periferias da Grande São Paulo. “A minha intenção é fazer com que o cidadão periférico entenda que ele não é o estigma que a grande imprensa mostra. Ele é muito mais do que isso”, contou.
Quando se formou em jornalismo na Universidade São Judas Tadeu, em 2011, Talarico tinha o desejo era trabalhar com jornalismo esportivo. Por isso, em 2017, ele finalizou sua pós-graduação na área. Mas, com o passar do tempo, foi se descobrindo no trabalho diário, a política. Hoje, seu principal objetivo nas três empresas é ajudar a criar identidade nas regiões de cobertura. “Mostramos realidades que não aparecem na grande imprensa”, afirma.
Antes de ocupar as atuais funções, Talarico foi estagiário de 2010 a 2011 na assessoria de imprensa na Companhia de Engenharia de Tráfego (CET) de São Paulo. Depois, ficou quatro meses no Blog Mural, da Folha de São Paulo, como correspondente comunitário de Osasco, onde exercia a função de repórter.
Nesta entrevista exclusiva para o Digitais, Talarico avalia a cobertura jornalísticas nas eleições 2022:
Digitais: Na sua opinião, como o jornalista deve se comportar com a polarização na política, hoje?
Paulo Talarico: Acredito que, como jornalista, você precisa atuar ouvindo as pessoas, tentando fazer o seu papel de contar uma história. O jornalista tem um papel como cidadão, também. Hoje, há uma necessidade de mostrar que não é só eleição que está acontecendo nesse momento. Tem muita coisa acontecendo. Mas no dia a dia da cobertura você precisa saber separar isso.
De que maneira a linha editorial de um jornal interfere na cobertura jornalística?
Cada veículo tem sua linha e postura editorial e isto fica muito claro na intenção que o veículo tem. Então, qual é o nosso papel? Nós podemos questionar o nosso posicionamento, mas a questão é o quão transparente você é no que faz.
Como você define uma boa cobertura eleitoral?
Essa pergunta, há uns 10 anos, era muito mais fácil de responder. Antes era só ouvir os dois lados, dar o mesmo tempo para cada um e tentar trazer vozes discordantes. Hoje, nós [da Agência Mural] tentamos mostrar que as pessoas têm voz. Precisamos parar de torcer para políticos, precisamos ver como cada um vai ajudar a melhorar nossa vida e nossa realidade.
Por que há tanto destaque para a eleição presidencial e menos para a de governador, por exemplo? Tem como mudar essa situação?
Precisamos falar mais, ser mais cobertos [pelos jornais]. Tem um grande problema que estamos cada vez mais nele que é a audiência. Os veículos falam muito em presidentes porque isso da audiência, automaticamente, no próprio algoritmo do Google. Isso é um grande problema, pensando no todo. Mas, sim, é possível você ouvir mais.
Há diferenciação entre essa eleição e outras?
Essa eleição é muito diferente do que já vimos, por exemplo, até 2014. Ela é muito mais perigosa e violenta do que nos anos anteriores. Dúvida sobre a própria eleição não tínhamos no passado, mas ninguém questionava o significado das eleições. Mentiras sempre vão existir, assim como ataques mais violentos também.
Orientação: Profa. Cecília Toledo
Edição: Marina Fávaro
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