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Antigomobilistas realizam encontros as quartas e sábados na Lagoa do Taquaral, na cidade de Campinas
Por: Gabriela Lamas e Laura Saroa
A Câmara dos Deputados decretou, em 2018, o dia 5 de setembro como o Dia Nacional do Antigomobilista para homenagear colecionadores e amantes dos veículos antigos, sobretudo aqueles que vêem eles não somente com admiração, mas que fazem questão de deixar viva a história de cada um desses veículos. Para tal, viu-se necessário da vontade de expô-los, a criação de clubes de colecionadores, cujo objetivo é realizar encontros semanais em ambientes urbanos para que os veículos antigos possam ser o assunto entre os admiradores e assim crescer ainda mais a paixão por quem os coleciona. Segundo a Federação Brasileira de Veículos Antigos, a FBVA , existem 210 clubes de colecionadores que são filiados à federação no país.
Nesse contexto, o Puma Club de Campinas da Associação de Amigos Apreciadores de Veículos Antigos de Campinas (AAVAC), além de oferecer essas vantagens, realiza encontros nas quartas-feiras e sábados com seus sócios, para a mostra de carros, que ocorre na Lagoa do Taquaral em Campinas, com uma área aberta destinada pela prefeitura da cidade. O clube tem 25 anos desses encontros, sendo que desses apenas oito são oficialmente, após se tornar uma empresa pelo registro do CNPJ e também ser federado pela FBVA. Tudo se iniciou diante de alguns amantes de carros antigos, que gostavam de compartilhar e trocar ideias sobre seus carros e se reuniam em alguns locais da cidade, e com o tempo acabaram trazendo o Puma Club que já existe ao redor do Brasil para a cidade de Campinas.
O grupo está sempre participando além dos encontros semanais, de eventos de grande escala, onde é reunido dezenas de veículos antigos e dependendo da proporção até centenas, como o evento ocorrido no mês de abril deste ano, na cidade de Águas de Lindóia, localizada no interior do estado de São Paulo. Em suas redes sociais, a FBVA apresentou o evento como o maior da América Latina.
O Vice-Presidente do Puma Club Campinas, José Carlos Machado, diz que os eventos são de suma importância, pois trazem um bom reconhecimento, futuros sócios e pessoas interessadas em tirar a placa de originalidade. Também comentou sobre o encontro de Águas de Lindóia, onde o Puma Club Campinas teve três associados premiados por originalidade nos carros, Machado diz que a expectativa dos eventos são altas e positivas, diante da pandemia estar mais controlada e as não existirem mais restrições pelo governo.
Os cuidados para manter os veículos antigos são os mais diversos, como limpar, lavar, encerar, tudo para que a garantia de um veículo conservado e bem cuidado possa ser confirmada. Ademais, os amantes dos veículos se reúnem em lugares fixos da cidade para que haja um encontro entre eles e que esses veículos possam ser conhecidos e reconhecidos, pois muitos que passam pelo local, muitas vezes se interessam e procuram saber da história por trás de cada um deles.
O diretor técnico do Puma Club Campinas, em entrevista durante um dos encontros, Lincoln Augusto Machado conta como é feito o processo de aquisição do Laudo de Colecionador, além da placa preta mediante àqueles que passam por ele e assim é considerado, de fato, um colecionador de veículo antigo. Primeiramente, é preciso que o colecionador que possua o veículo colecionado leve a um clube filiado para que uma avaliação possa ser feita pelo próprio diretor técnico. Dentre os critérios que são usados para tal avaliação, estão a conservação do veículo, pintura, limpeza, cuidado e compatibilidade com a originalidade da época de lançamento dele, entre outros.
Também é possível que o indivíduo colecionador queira ter a chamada de Vista de Qualificação, um processo a mais para se ter a garantia de um colecionador de veículos antigos. Caso interessado, ele precisa necessariamente, segundo o diretor técnico, se filiar em um clube e fazer uma solicitação à Federação Brasileira de Veículos Antigos, FBVA, que a partir desse pedido, leva o documento ao cartório para que seja registrado no Detran, além disso, o colecionador paga uma taxa referente ao reconhecimento em cartório e após um tempo de espera, tem em mãos a documentação válida para a Vista de Qualificação.
Lincoln ainda discute, que muitas vezes se atrela o fato de uma pessoa colecionar veículos antigos à sua qualidade de vida financeira, ou seja, de uma pessoa rica e que possui um status perante a sociedade. Muito mais do que isso, ele acredita que “a paixão pelos veículos antigos e suas coleções estão relacionadas às histórias do passado que vivem até os dias de hoje, deixando de ser apenas uma questão de status e condição financeira e se tornando, enfim, muito mais uma memória afetiva que é transmitida de geração em geração, até mesmo pela família inteira”. Além do mais, Lincoln diz que colecionar veículos antigos também é um objeto de cultura para a sociedade, em geral, pois a partir deles, é possível realizar encontros, há surgimento de clubes, como o Puma, e também é uma forma de dar continuidade e vivência à veículos que acabariam em um depósito e cairia no esquecimento das novas gerações, somente carregando histórias que as gerações passadas seriam capazes de conhecer sobre eles.
André Luís Leme, ex-sargento do Corpo de Bombeiros aposentado há um ano, após trabalhar por 27 anos no departamento de resgate e salvamento. Nesse cenário, André adquiriu um caminhão da American LaFrance de 1982, vindo da cidade de Jacksonville na Flórida que veio ao Brasil importado por um navio há sete anos. A paixão por automóveis antigos existe para ele, desde criança e hoje em dia sua família entrou dentro deste entretenimento. Conta também, do caminhão, que “apesar de ser um caminhão antigo nos Estados Unidos, é uma tecnologia muito avançada no Brasil”. Ademais, seu veículo está em eventos, já foi usado até pelo Mcdonald’s em parceria com uma empresa de publicidade, e até em casamentos de bombeiros o caminhão está presente.
Orientação: Prof. Gilberto Roldão
Edição: Giovanna Sottero
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