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Os testes recentes de anticoncepcionais masculinos atingem a marca de 99% de eficácia em camundongos
Por: Michele Luz
Após a recente divulgação da equipe de pesquisa da Universidade de Minessota, Estados Unidos, sobre o resultado positivo dos testes do anticoncepcional masculino, atingindo 99% de eficácia em camundongos, o novo método contraceptivo pode dividir opiniões.
Com o intuito de desenvolver um método contraceptivo não hormonal, e sem efeitos colaterais, pesquisadores desenvolveram um composto YCT529 que, ao entrar em contato com receptor alfa do ácido retinóico do receptor da vitamina A (RAR-α), foi capaz de diminuir 99% da produção de espermas em camundongos, sem efeitos colaterais.
Elaine Bronzatto, médica Urologista acredita que pode ser promissor. “Como especialista eu acredito que o anticoncepcional masculino é promissor, dividir essa responsabilidade com as mulheres é muito interessante, eu acredito que os homens vão se sentir bem de poder dividir a responsabilidade da concepção e eu também acho que não terá nenhum tipo de preconceito ainda mais para a população mais jovem”, explica.
Atualmente, para os homens existem dois tipos de contraceptivos,as camisinhas que além de ajudar na prevenção de gravidez indesejada, também protege contra DST’s, e a vasectomia, que de acordo com a Urologista é um excelente método de planejamento familiar, geralmente para casais com prole constituída ou que não desejam ou não podem ter filhos, as vezes por problemas de saúde. O inconveniente é que a reversão, quando ocorre o arrependimento da cirurgia, é um procedimento oneroso e nem sempre bem-sucedido.
Para os homens que desejam não optar pela vasectomia, a pílula anticoncepcional pode ser uma boa solução. “Acredito que a pílula masculina seja um método que pode substituir a vasectomia para quem prefere não fazer cirurgia no caso de relacionamentos seguros, sem risco de DSTs.”, afirma.
O novo método pode dividir opiniões entre homens e mulheres, Matheus de Paula que é solteiro acha que o novo método será interessante. “Mesmo com o uso de preservativos sabemos que nenhum método é 100% eficaz, acredito que a pílula poderá ser mais um aliado na prevenção de uma concepção indesejada e se realmente não houvesse nenhum efeito colateral eu seria adepto ao contraceptivo”, assegura.
De acordo com Elaine Bronzatto, uma parte dos homens iriam aderir por sentir segurança em reforçar a questão da anticoncepção, seriam agentes ativos do planejamento familiar. Serão os responsáveis também por evitar uma gravidez não programada e outra parte dos homens terão dificuldade em aceitar a pílula masculina por uma questão cultural. “Pílula seria coisa de mulher”, as mulheres sempre foram historicamente as responsáveis por esse tipo de método anticoncepcional. Logicamente, serão necessárias campanhas informando a respeito da segurança do medicamento (se for aprovado) e do direito e dever dessa responsabilidade ser dividida no relacionamento. Somente com informação e debate diminuiremos o possível preconceito com esse método, acredita.
O casal Fernanda Moreira e Guilherme Silveira que estão juntos há quatro anos diz que não serão adeptos ao YCT395, Guilherme diz que por não ser adepto a nenhum tipo de medicamento não acha interessante o uso do contraceptivo, já Fernanda afirma que não aconselharia seu parceiro a aderir o uso por estar em uma fase em que talvez queira engravidar futuramente, e achar arriscado já que o anticoncepcional inibe a produção de espermatozoides.
A ginecologista Vanessa Machado acredita que o novo método pode ser vantajoso inclusive para mulheres, que poderão escolher abolir ou não o uso das pílulas femininas. “A vantagem é não precisar usar medicações que possam trazer efeitos colaterais como dor de cabeça, náuseas, dor nas mamas, acne. Mas lembrando que será uma escolha individual de cada mulher, já que usamos contraceptivos também pelos efeitos secundários de benefício como controle de sangramento e cólicas, controle de oleosidade da pele, controle de doenças tais como endometriose, adenomiose e tpm”, finaliza.
Orientação: Prof. Gilberto Roldão
Edição: André Romero
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