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Campinas tem morte e quase 7,5 mil casos de dengue em 2022

Número de pessoas infectadas já é 219% superior a todos os casos somados de 2021

Por: Guilherme Maldaner e Yasmim Temer

Campinas chegou em junho com 7.448 casos de dengue e uma morte acumulados em 2022. O número já é 219% superior a todos os casos somados de 2021, quando houve 2.338 casos e nenhuma morte.

A dengue tende a ser sazonal e é comum, nesse período do ano, acontecer um aumento no número de casos. Segundo o Departamento de Vigilância em Saúde (Devisa), 80% dos criadouros estão dentro de casa e, por isso, para acabar com a proliferação do mosquito, é preciso evitar acúmulo de água em latas, pneus, vasos de flores e outros objetos. Além disso, é essencial relembrar a importância em vedar a caixa d’água.

Heloisa Malavasi explica que a Prefeitura toma as medidas necessárias, mas cabe
também a população se conscientizar (Foto: Arquivo Pessoal)

Para a coordenadora do Programa Municipal de Arboviroses, Heloísa Malavasi, a alta na incidência de registros é preocupante, mas previsível: “A dengue é uma doença multifatorial. O aumento de casos de dengue nesse período do ano é esperado, por ser uma doença endêmica que sofre influência de fatores climáticos, como temperatura e pluviosidade. Altas temperaturas e aumento da pluviosidade, muito comumente observados no verão, associados à disponibilidade de criadouros no ambiente e ao aumento da circulação das pessoas, favorecem a transmissão da doença.”

Segundo levantamentos feitos pela Sociedade Brasileira de Imunologia (SBI), cerca de 45% da população já teve dengue e 70% afirmou conhecer alguém que foi vítima da doença. A enfermeira especialista em arboviroses pela UFMG, Viviane Pena, pontua que a maior complicação é com relação à evolução da doença para um quadro hemorrágico, podendo deixar sequelas irreversíveis.

A enfermeira explica que a maior parte das pessoas que contraem a doença uma vez, se conscientizam e tomam as medidas necessárias para evitar que ocorra novamente. Viviane também endossa que a melhor forma de evitar que os números cresçam é orientando sobre formas de eliminar criadouros para a população, pois somente dessa maneira é possível que, de fato, as pessoas incorporem essas medidas de forma cotidiana.

Maria Áurea Nacif, de 60 anos, foi infectada pela doença duas vezes. A aposentada explica que sempre foi extremamente cautelosa e que cuidava de seu quintal para proteger sua família e seus vizinhos. Entretanto, Maria acredita que pegou dengue devido ao criadouro que o seu vizinho possui: “Nós ligamos várias vezes para que a prefeitura fosse notificá-lo, mas não obtivemos sucesso. Da minha janela a gente consegue ver água parada nos pneus, vasos de flores e uma piscina abandonada. Sem dúvidas, foi muito difícil para mim, os sintomas não foram leves”, contou.

Vale relembrar que os sintomas da dengue são febre alta e repentina, dores no corpo, manchas vermelhas na pele, vômito e diarreia, que resultam em desidratação. Ao apresentar estes sintomas, o morador deve procurar uma das unidades de saúde da cidade para atendimento médico, de acordo com a Secretaria de Saúde.

Orientação e edição: Prof. Artur Araujo


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