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Para Selma Santos, empatia com narrativas e personagens motiva uma relação prazerosa com o livro
Por: Giovanna Langella

A relação de afeto entre um adolescente e um livro é fator essencial para criar dedicados leitores adultos. A constatação é da professora Selma Rodrigues dos Santos, autora da dissertação “Escritas de si, leituras do outro: uma narrativa da experiência na formação de leitores na adolescência”. O estudo foi desenvolvido no programa de mestrado em Linguagens, Mídia e Arte (Limiar), da PUC-Campinas, sob orientação da professora Paula Almozara.
Para chegar ao resultado de seus estudos, a professora Selma desenvolveu, na escola em que trabalhava, um projeto de incentivo à leitura e se baseou na técnica de observação para embasar seus apontamentos. A ideia de desenvolver o estudo surgiu após a percepção de que, conforme o aluno avançava nas séries escolares e com a chegada da adolescência, os estudantes liam cada vez menos.
Em formato de diário de campo, a professora incentivou seus alunos a registrarem suas percepções, sentimentos e opiniões surgidas durante a leitura de determinadas obras literárias. Ao final dessa experiência e observando que a leitura passou a fazer parte da vida dos alunos, Selma Rodrigues constatou que a identificação do público adolescente com os livros oferecidos foi essencial para estimular a leitura no cotidiano e que a criação de relações de afeto entre leitor e personagem é outro fator importante para motivar o hábito.
“Mesmo aquele aluno que tinha alguma relutância em relação à leitura, a partir do momento em que ele começa a desenvolver uma afetividade com a obra ou o personagem da narrativa, ele passa a querer saber mais, a querer ler mais. Quando tem esse afeto, a leitura acaba se transformando em algo prazeroso”, afirma a pesquisadora, em entrevista ao Digitais.
A professora também constatou que a leitura impulsiona cada vez mais o bom desempenho escolar do adolescente, e que rotular alunos como “não leitores” apenas afasta os jovens da vontade de ler. “É um discurso pejorativo, pregado na sociedade há décadas. Desfazer esse discurso é um trabalho de formiguinha”, diz.
A entrevista com a professora Selma Rodrigues, na íntegra, está disponível abaixo:
Orientação: Prof. Carlos A. Zanotti
Edição: Natália C. Antonini
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