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Pesquisa de Talita Bristotti aponta que tradição e imposições sociais perderam espaço no mundo digital
Por: Vitória Gomes

No mundo contemporâneo, as referências adotadas pela sociedade deixaram de se apresentar como imposições baseadas em valores tradicionais e, atualmente, são construídas de forma colaborativa através das redes sociais. É o que aponta a pesquisa “Feminismo nas redes digitais: um estudo sobre a formatação do movimento feminista no Facebook”, desenvolvida pela jornalista Talita Bristotti, em dissertação de mestrado sob orientação da professora Márcia Eliane Rosa.
“Eu já tinha uma boa noção do que era o movimento feminista, mas depois de pesquisar muito sobre o que seria o meu objeto de estudo, resolvi focar nas redes sociais. Para mim, fez bastante sentido usar o Programa de Pós-graduação em Linguagens, Mídia e Arte da PUC de Campinas para me aprofundar nessa questão”, explica Talita.
A análise da jornalista mostrou que o feminismo nas redes sociais, com foco no Facebook, estabelece uma comunicação plural e interativa, pois o sentido que o termo adquire é moldado a partir de debates e trocas de informações, deixando de ser um diálogo unilateral.
Talita também identificou alguns pontos negativos nos debates que acompanhou. Segundo ela, a ideia de “democracia digital” fomentada pelas redes, onde os participantes teriam liberdade para dizer o que pensam, sendo respeitado em suas opiniões, ainda é muito prematura.
“Uma grande questão nesse estudo foi enxergar as bolhas virtuais. Hoje se você não gosta de determinado tema, é super fácil silenciar a palavra, ou não seguir alguém que pensa diferente. Além disso, há também debates nas páginas feministas do Facebook, onde os diálogos só se resumem a violências verbais quando há divergência de ideias e opiniões”, destaca.
Para Talita, a discussão na internet baseada no senso comum e na violência verbal dificulta o avanço de uma comunicação totalmente plural, acabando por reforçar estereótipos machistas que deveriam ser descontruídos. “Acho que a luta feminista ainda tem muito o que avançar. As pessoas às vezes dizem que odeiam o feminismo, mas nem sabem o que é o movimento. Ainda há muita informação passada de forma errada, principalmente nas redes sociais. É preciso ter um espaço aberto de discussão que respeite as diferentes opiniões e não usem discursos de ódio”, completa Talita.
Abaixo, a íntegra da entrevista em vídeo.
Orientação: Prof. Carlos A. Zanotti
Edição: João Vitor Bueno
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