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Programa prevê recuperar trechos em déficit de áreas verdes

Rede estabelece metas para melhoria ambiental em Campinas, com preservação da fauna e da flora

Por: Emily França

Campinas tem três programas ambientais para recuperação da fauna e flora, planejados em 2012, com implantação tímida há apenas dois anos. A proposta une a construção de Corredores Ecológicos, Parques Lineares e o projeto Reconecta RMC, com três eixos: a proteção animal, recuperação de áreas de preservação permanente e o fortalecimento das áreas protegidas. O professor de Arquitetura da PUC-Campinas, João Verde, avalia que a proposta é positiva. “Só traz bem para a cidade, com melhora na qualidade do ar, um ambiente mais puro, sem depender tanto de represas. Haverá melhor qualidade da água e, por isso, se gastará menos com o tratamento para o fornecimento às pessoas”, explica. O professor integra os conselhos municipais que avaliam o desenvolvimento urbano.

Em entrevista, João Verde explica como as dinâmicas podem ser alteradas com a recuperação de áreas verdes (Foto: Emily França)

As ações, ligadas à Secretaria Municipal do Verde de Campinas, contemplam o Plano do Verde, elaborado a partir do Inventário Regional, estudo minucioso de áreas urbanas e rurais com funções ambientais. Andreia Struchel, diretora do Departamento de Licenciamento Ambiental da Secretaria Municipal do Verde, Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável, afirma que, para as áreas urbanas, há o projeto Parques Lineares para proteção de rios e vegetação, ao mesmo tempo que permite instalações de pistas de caminhadas, com programas culturais, de esporte, lazer e a existência de ciclovia. “As pessoas podem circular e usufruir, porque, se você deixa o espaço em mato, elas botam fogo”, disse. O projeto prevê a criação de 49 trechos de áreas planas, sendo que 43 foram aprovados, cinco estão em construção e dois em funcionamento, nas áreas Anhumas e Piçarrão, considerado de alta prioridade no Plano do Verde. O Piçarrão foi construído por iniciativa privada, que investiu na construção de um loteamento imobiliária na região da Vila Industrial.

“Para as áreas urbanas, nós pensamos em Parques Lineares”, segundo Andrea Struchel (Foto: Emily França)

Andreia Struchel relata que para as áreas rurais há o planejamento dos Corredores Ecológicos, orientado pela Linha de Conectividade, que objetiva a recuperação da vegetação destruída pela ação do homem. A ideia é que esse projeto una os fragmentos florestais e atue como um refúgio para a fauna, no propósito de tornar o ambiente propício para o ecossistema. “Nessas áreas têm pouca gente, a mata é fechada e há onças que circulam pela região”, lembra Andreia.

Secretária do Departamento de Licenciamento do Verde, em entrevista ao Digitais (Foto: Emily França)

O Reconecta RMC tem Corredores Ecológicos e Parques Lineares e envolve 20 municípios. O arquiteto João Verde explica que, nesse programa, é possível que os municípios fronteiriços entrem em acordos considerando a existência de rios que atravessam as cidades e os biomas. 

Os projetos contam com o Fundo de Recuperação, Manutenção e Preservação do Meio Ambiente (Proamb) para implementar as ações que estão previstas no plano, além dos investimentos realizados por iniciativas privadas. Entretanto, a secretária do Departamento de Licenciamento, comenta que existe um desafio na implementação de todos os trechos e ações: buscar recursos externos, de organismos de agentes financiadores, para acelerar a implementação do Parque Linear. “Embora tenhamos o fundo, nós sabemos que não dá para implementar todo esse aporte”, disse Andreia. O fundo teve uma receita, em fevereiro deste ano, de R$12.376.138,61, segundo o balanço financeiro mensal, disponível no site da Prefeitura.

Há carências quanto à educação ambiental da população campineira, ainda que existam campanhas em parceria com o Corpo de Bombeiros, Defesa Civil e a Rádio Educativa, destinadas à conscientização quanto à importância de se preservar o meio ambiente. Andreia destaca as queimadas no município, como um dos fatores principais que afetam o progresso dos programas. “Eu vou falar da queimada, mas claro que as pessoas jogam lixo, resto de construção, galharia”. Completa dizendo que boa parte do dinheiro é destinado para reparos em áreas que as pessoas degradam diariamente, ressaltando que sobraria mais dinheiro para avançar em áreas verdes, se a administração pública não precisasse “enxugar gelo”.

Ouça aqui Andreia Struchel falando um pouco mais sobre o Plano do Verde!

Orientação: Profa. Rose Bars

Edição: Oscar Nucci


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