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Campanha ajuda mulheres em tratamento do câncer de mama a recuperarem sua autoestima
Por Beatriz Borghini e Sofia Pontes
Com o intuito de arrecadar lenços para pacientes que passam pelo tratamento de câncer de mama, o Grupo Ramos, em parceria com o SENAI, arrecadou 87 lenços que foram entregues no Centro de Oncologia na cidade de Campinas. A ação faz parte da campanha “Lenço Solidário” e distribuirá lenços durante todo o mês de novembro pelo hospital a suas pacientes. Antes da entrega, os lenços estão sendo higienizados e os colaboradores do grupo colocam mensagens de incentivo para as pacientes na luta contra o câncer.
De acordo com a coordenadora de marketing do Grupo Ramos, Amanda Vialta, a iniciativa está em seu segundo ano: “O intuito é justamente arrecadar para mulheres que estão enfrentando o tratamento de câncer, queremos ajudar a autoestima dessas mulheres”. Amanda também foi diagnosticada com câncer de mama a alguns anos e contou que quando ganhou o seu primeiro lenço, teve uma recuperação de autoestima.
Na segunda semana do mês de Novembro, a apresentadora Lilian Ribeiro, do “GloboNews Em Pauta”, falou durante a abertura do programa que está em tratamento contra um câncer de mama. A jornalista conta que foi diagnosticada no início do mês de outubro e que, durante o tratamento, irá apresentar o jornal usando um lenço, pois assim como muitos pacientes diagnosticados pela doença, havia perdido bastante cabelo.
Assim como Lilian, muitas são as mulheres acometidas pelo Câncer de Mama e que fazem o uso do lenço. Segundo o Instituto Nacional de Câncer (INCA) foram estimados 66.280 casos novos de câncer de mama em 2021 para o Brasil, com um risco estimado de 61,61 casos a cada 100 mil mulheres.
Para a Dra. Isabela Pinheiro (31), médica oncologista da cidade de Campinas, o lenço usado durante o tratamento do câncer de mama pelas pacientes é um símbolo que representa luta, força, vaidade e autocuidado. Segundo Isabela o uso do acessório tem um impacto muito positivo ao longo do tratamento e ajuda a paciente se sentir confiante e reencontrar sua beleza em meio a sistemas colaterais causados pela quimioterapia e o próprio impacto emocional do tratamento. “Na maioria das vezes vejo as pacientes ostentando seus lenços e se redescobrindo, achando beleza num momento de autocuidado e quando essa vaidade está sendo colocada à prova”, diz Isabela.
Formada em Oncologia Clínica pelo Hospital Celso Pierro, da PUC-Campinas, Isabela é membro titular da Sociedade Brasileira de Oncologia Clínica (SBOC) e hoje atua em três hospitais da cidade de Campinas – Para ela, a medicina é uma energia vital e a escolha por seguir carreira com foco no câncer de mama só veio na época de escolha de residência.
Para a oncologista, campanhas como essa são de suma importância e lembra que muitas pacientes não têm acesso ao lenço por questões econômicas: “A questão da doação, além de ser um lembrete de autocuidado para quem doa, é um ato de amor para quem recebe”. Ainda segundo Isabela, essas ações garantem que as pacientes tenham uma jornada contra a doença de forma mais leve, assertiva e mais viva.
Lenços e a praticidade
Célia Bonella, 55, realizou o tratamento contra o câncer em 2017 e recebeu todo o apoio de sua família no processo e em um primeiro momento tentou usar peruca. “Não consegui me adaptar, me deixava com muito calor. Comecei a usar os lenços, o que me deixaram bem à vontade”. A empresária conta que sua autoestima ficou abalada com a queda de cabelo, mas que quando seu filho raspou os cabelos para ficar como ela estava, isso a fortaleceu.
Depois que começou a usar os lenços para se sentir mais confortável. “Me sentia linda, fazia várias amarrações e combinava com as minhas roupas”. Lembra também da praticidade, de quando escolhia um lenço estampado e já se sentia arrumada. Celia relembra das doações que pessoas fizeram nesse processo e como foi essencial esse apoio. “Conversei muito com outras mulheres que estavam na mesma situação que eu, todas estavam recebendo doações e isso foi muito importante”. Além de todo o apoio e acompanhamento psicológico durante os meses de tratamento.
Apesar dos lenços, Célia relembra: “Acho necessário também aceitar e se gostar careca, sem ficar escrava dos lenços e lembrando que essa fase passa. Comecei a ficar à vontade em casa careca e no final do tratamento estava até saindo na rua”.
Orientação: Prof. Gilberto Roldão
Edição: Luiz Oliveira
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