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No combate ao câncer de próstata, Crivelaro diz que doença representa 30% dos tumores masculinos
Por: Eduarda Abrantes e Felipe Eduardo Costa
O Novembro Azul é o mês de conscientização ao câncer de próstata, escolhido pois abriga o Dia Mundial de Combate à doença (17/11). Esse é o segundo câncer mais comum entre os homens. De acordo com dados publicados pelo Instituto Nacional do Câncer, no ano de 2020, foram diagnosticados, no Brasil, 65.840 casos de câncer de próstata, o que corresponde a 29,2% dos tumores incidentes no sexo masculino. De cada 100 homens, 10 desenvolvem a doença.
De acordo com o médico urologista, Vasco Antonio Crivelaro, membro da Sociedade Brasileira de Urologia e do corpo clínico do Instituto de Urologia de Jundiaí, no mês de novembro aumenta a procura por exames regulares nos consultórios: “A campanha vai conscientizar a população da necessidade do exame anual”.
O médico afirma que as principais causas desse tipo de tumor são ligadas principalmente à fatores, hereditários, ambientais, e consumo de carne vermelha e gorduras e também raça: “Os negros tem uma incidência duas vezes maior que os brancos”. Por essa razão, afirma o doutor Vasco, os pacientes do grupo de risco, que são aqueles com histórico familiar, obesos, e os negros, devem começar a fazer exame de toque anual aos 45 anos e os demais homens a partir dos 50.
João Ernesto Chiorlin, de 76 anos, descobriu através de uma cintilografia óssea, um câncer de próstata, em 2013. Logo após o resultado, procurou o seu médico para realizar um exame de toque e descobriu uma parte endurecida da próstata. “Meu médico fez uma prostatectomia, que é a extração total da próstata, aí nós fizemos a biópsia e ele tirou com uma margem grande e, eu fiquei sem sequela nenhuma após a cirurgia e, estou até hoje muito bem!” – João diz também não ter tido nenhum problema com incontinência urinária.
“É importantíssima, nós deveríamos ter uma campanha como o outubro rosa, deveriam divulgar mais ainda para toda a população, pois só dessa forma, que nós vamos ter uma prevenção maior. Desde os 50 anos se previna! Tenha a coragem de ir ao médico!”, enfatiza.
De acordo com o urologista, existem dois tratamentos mais comuns, a cirurgia e a radioterapia, que variam de acordo com a idade do paciente. Normalmente é recomendada para pessoas mais jovens a cirurgia e para quem tem acima dos 70, a radioterapia. Existe ainda, o tratamento alternativo, a hormonioterapia, indicado para estágios mais avançados. Segundo ele, nos casos de cirurgia, 10% dos pacientes desenvolvem incontinência urinária e de 40 a 50%, impotência, sendo, esse fenômeno mais raro na radioterapia, em 30% dos casos, e mais comum na hormonioterapia. O médico Vasco Crivelaro salienta que o diagnóstico precoce se relaciona com as chances de cura do tratamento.
Para que o tumor seja detectado na fase inicial, é muito importante os exames periódicos. É o que faz administrador aposentado, Antonio Carlos Papes, de 76 anos. Ele realiza o PSA a cada seis meses e faz o ultrassom da próstata todo ano. A qualquer alteração no resultado não hesita em fazer o exame de toque: “Fiz exames de toque pela primeira vez aos 66 anos, no início tive preconceito como a maioria dos homens de minha geração”. Para ele, muitos homens ainda tratam o assunto como tabu por questões morais e até emocionais.
Segundo o médico, os tempos estão mudando: “estamos vendo que os homens estão mais conscientes da gravidade do problema, o tabu está sendo quebrado”. Embora ele ainda observe alguma relutância de alguns pacientes acima dos 80 anos em fazer o exame de toque. “Mesmo os pacientes de mais idade vêm para seus exames anuais”, diz o urologista.
Ernesto Chiorlin manda um recado para os homens que são relutantes em realizar o exame: “Minha mensagem é que vocês deixem de ser machões, de ser o maior macho do mundo, cuide do seu corpo e da sua vida! Você precisa gostar um pouquinho mais de você!”.
O aposentado salienta a importância do Novembro Azul: “Nós deveríamos ter uma campanha como o outubro rosa, deveriam divulgar mais ainda para toda a população, pois só dessa forma, que nós vamos ter uma prevenção maior. Desde os 50 anos se previna!!! Tenha a coragem de ir ao médico!”, enfatiza.
Orientação: Profª. Ivete Cardoso Roldão
Edição: Fernanda Almeida
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