Painéis solares comercializados entre janeiro e agosto de 2021 tem alta devido aumento no valor da eletricidade

Por: João Vitor Bueno

Dados revelados pela ABSOLAR (Associação Brasileira de Energia Solar Fotovoltaica), mostram que de janeiro a agosto de 2021 foram instalados cerca de 180 mil sistemas para geração distribuída de energia solar, 41% a mais do que no mesmo período do ano passado.

Segundo Gleiber Valério de Souza, pós-graduado em gestão industrial pela FGV e supervisor de estoque na BYD Brasil, empresa multinacional sediada em Campinas que fornece equipamentos de energia solar para todo o país, esse aumento de 41% foi sentido na empresa onde trabalha.“Nossos estoques já estão com a demanda dedicada aos nossos clientes até dezembro de 2021”.  Segundo o funcionário, esse aumento é notado tanto no setor industrial quanto residencial, porém o aumento de instalações em residências é maior devido a possibilidade de financiamento e ao alto custo atual da energia elétrica.

A Aneel (Agência nacional de energia elétrica) anunciou um aumento de 15,2% na conta de energia. O novo valor entrou em vigor no dia 1 de setembro de 2021 e prevalecerá até 30 de abril de 2022. A alta do preço ocorre devido à maior estiagem enfrentada pelo Brasil nos últimos 91 anos, segundo dados divulgados pelo Comitê de Monitoramento do Setor Elétrico(CMSE) – o que obrigou que o sistema de geração de energia tivesse ajuda de usinas termelétricas, cujo custo operacional é bem mais alto e mais poluente. A crise hídrica atinge diversas cidades da região, como Louveira que registrou nível abaixo de 1% na represa da cidade.

Ainda assim, é preciso fazer as contas para saber se coloca ou não os painéis solares, isso porque a aquisição de painéis solares no Brasil esbarra no alto preço de instalação. Segundo Gleiber Valério, um sistema para uma residência em que o gasto mensal de energia elétrica fica em torno dos R$ 230,00 custa em média cerca de R$ 12.500 a instalação, podendo variar de acordo com algumas especificações. “Isso varia de lugar pra lugar, equipamento, mão-de-obra especializada, região, índice de solarimetria. etc.”

Com a instalação, o valor da conta de luz pode ser reduzido drasticamente, podendo chegar a uma redução de até 95% do valor atual, de acordo com o funcionário da BYD, pois o gasto será somente com a taxa de distribuição da concessionária de energia. Evaldo Júlio Ribeiro Cruz, que trabalha como vendedor, tem o sistema fotovoltaico em sua residência e conta sobre a redução no valor final da conta. “Eu pagava em torno de R$ 430 e, hoje em dia, só o mínimo, que inclui custo de disponibilidade de energia, bandeira e taxa de iluminação pública que fica atualmente uns R$ 160”. Já a enfermeira, Eliana Maria Cruz, que começou o financiamento para contar com o sistema em sua residência, diz que espera uma redução de aproximadamente 70% no valor da conta de luz. “Eu pago R$ 280, o mínimo vai vir aproximadamente R$ 80,00, cada mês eu vou economizar R$ 200”.

A energia solar tem suas vantagens e desvantagens, a principal vantagem é ser uma fonte renovável que não polui o meio ambiente e possui alto custo-benefício, já a principal desvantagem é o alto custo de instalação, para adquirir existem vários métodos de pagamento que devem ser consultados no momento da aquisição. Para balancear o alto custo diversas cidades aderiram ao IPTU VERDE, que consiste na instituição de descontos no valor do IPTU para os contribuintes que utilizem recursos naturais sustentáveis em casa, consulte com a secretaria do meio ambiente de sua cidade.

Orientação: Profª Amanda Artiolli
Edição: Caroline Adrielli