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Memes sindicais ganham perfil no Instagram

Em live da CUT, o jornalista Ricardo Andrade, autor da ideia, defende humor para reflexão social

Por: Vitória Landgraf

“O humor é um recurso eficiente para quebrar resistências e circular além da bolha”, defendeu o jornalista especializado em assessoria sindical Ricardo Andrade, criador da página Sindicato dos Memes, referindo-se ao efeito que produzem as redes sociais ao alienar os que vivem fechados em seus círculos de amizade. Ele, que é aluno do mestrado em Linguagens, Mídia e Arte (Limiar), da PUC-Campinas, participou nesta quarta-feira (1) de reunião virtual do coletivo nacional de comunicação da Central Única dos Trabalhadores (CUT), quando apresentou o projeto recentemente lançado.

O jornalista Ricardo Andrade: “… evitando termos chulos e linguagem ofensiva” (Imagem: Instagram)

O encontro dos comunicadores ligados à CUT teve por objetivo discutir ações e plano de comunicação da entidade frente aos últimos acontecimentos no panorama político brasileiro. Ricardo Andrade, que atua no Sindicato dos Trabalhadores em Pesquisa, Ciência e Tecnologia (SINTPq), é coordenador da subsede campineira do coletivo de comunicação da CUT e autor do perfil que divulga memes no Instagram. Na rede social, ele posta imagens e vídeos que se espalham via internet, sempre focando o movimento sindical e o olhar dos trabalhadores para situações que estimulam a imaginação e o riso – muitas vezes sarcástico – dos seguidores.

Em sua participação, o jornalista disse acreditar que os memes são um recurso eficiente entre as alternativas que devem ser exploradas pelos profissionais de comunicação como forma de contrapor discursos conservadores e autoritários, que causam danos à vida em sociedade.

“O meme tem potencial de viralização e engajamento nas redes sociais. Por isso eu acho um desperdiço não usar esse recuso como porta de entrada para a comunicação”, ponderou Andrade.

A maior parte dos memes – termo inspirado na palavra grega mimesis, que traduz a ideia de “imitação” – faz referência a episódios em que os internautas percebem um potencial humorístico e, dessa forma, tendem a replicar as mensagens que recebem dando novas interpretações.

“Os memes chamam a atenção por unirem familiaridade e curiosidade pela nova versão que está sendo apresentada. Não é melhor ou pior do que outras linguagens. São apenas mais um entre os muitos recursos comunicacionais possíveis e necessários”, afirmou o jornalista.

Um dos memes postados no perfil criado pelo jornalista Ricardo Andrade (Imagem: Instagram)

Ao lembrar que os memes fazem sucesso há anos, Andrade mencionou o caso da “dancinha do Drake”, que viralizou em 2015 após a performance do rapper americano Drake no vídeoclipe “Hotline Bling”, repercutindo até nos dias de hoje. “O meme perpetua mesmo”, ponderou Andrade.

Segundo Roni Anderson Barbosa, secretário de comunicação da CUT Brasil e coordenador da reunião virtual que teve por tema “Memes e humor na comunicação sindical”, o país está passando por uma crise de comunicação em que se faz necessário recorrer a outras ferramentas para que haja uma comunicação e um engajamento mais efetivos. “Estamos com uma dificuldade monstruosa de comunicação, ninguém quer ouvir ou ler grandes textos”, ressaltou ao reconhecer o potencial de frases curtas, ruídos e imagens virais em processos de comunicação acelerada.

“O brasileiro é um povo zueiro”, observou o representante do Sindicato dos Empregados em estabelecimentos Bancários do Vale do Paranhama (SEEBVP, RS), Luiz André, também presente na reunião. André disse acreditar que é preciso aproveitar a principal característica do brasileiro – o humor, em sua avaliação – para estreitar as interações sociais.

O jornalista Andrade também salientou que sempre é possível, tomando os devidos cuidados, abordar assuntos importantes e sérios através dos memes. “Eu sempre prezo por manter o bom senso, evitando termos chulos e linguagem ofensiva, que afastam a proposta do humor e da informação”.

Aqui, acesso ao link da página Sindicato dos Memes, no Instagram.

Orientação: Prof. Carlos A. Zanotti

Edição: Fernanda Almeida


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