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Festival Valinhos em Dança retorna em formato híbrido

Evento reúne talentos da dança e da arte circense a partir deste sábado (4).

Por Bárbara Marques e Patrícia Neves

A competição Valinhos em Dança acontece pela primeira vez em formato híbrido a partir deste sábado (4). O concurso reúne artistas de todo o Brasil e oferece bolsas de estudo de até R$ 3 mil para os vencedores. O evento mescla apresentações online e presenciais no Teatro Oficina do Estudante, localizado no Shopping Iguatemi em Campinas (SP) até a próxima terça-feira (07).

Júlia Maria Tristão na apresentação da edição de 2020 do Valinhos em Dança. Crédito: Matheus Dias/Cia Celeste

Alex Kiton, que é bailarino, coreógrafo, professor e um dos organizadores do evento, explica que o formato híbrido possibilita que os participantes escolham a modalidade que melhor os atende, já que a última edição foi inteiramente digital. Enquanto nos dias 4 e 5 o festival acontece online, entre os dias 6 e 7, o espetáculo será aberto ao público, que pode optar por adquirir os ingressos antecipadamente ou na hora das apresentações.

Para quem for presencialmente será necessário seguir todos os protocolos de segurança contra a Covid-19. “Nem todos os assentos estarão disponíveis. O teatro foi dividido de forma que a cada duas ou três cadeiras, pulasse alguns assentos para evitar a aglomeração”, explicou.

Além do formato híbrido, o evento conta com mais uma novidade, o Tik Tok. “Nesta vertente do online, pretendemos avaliar criatividade e performance”, conta o coreógrafo. Este novo tipo de avaliação abrange três tipos de vídeos: dança, cosplay e maquiagem – categorias que fazem sucesso dentro do aplicativo.

Vencedoras

No tecido acrobático, a estudante de pedagogia Júlia Maria Tristão, 21 anos, e a aerialista Mariana Melo, 23, competem na categoria profissional. Em 2020, as apresentações individuais de ambas conquistaram o segundo lugar em suas modalidades. Agora, elas apostam na parceria para levar o prêmio.

Júlia Maria Tristão, acrobata que levou o prêmio de segundo lugar na categoria profissional em 2020. Crédito: Matheus Dias/Cia Celeste

Quando começaram a praticar o esporte, nenhuma delas pensou que um dia se tornariam vencedoras. Júlia pratica desde 2007, onze anos antes da primeira aparição do tecido acrobático no Valinhos em Dança. Para ela, ser premiada é indescritível: “É o resultado de muito trabalho duro. É extremamente gratificante ver que todo seu esforço e dedicação tiveram ótimos resultados.”

Já Mariana começou bem mais tarde, em 2018, quando procurava uma atividade física para se motivar. “Nunca fui uma pessoa competitiva, então com certeza não entrei pensando em competir”, reflete a atleta. “Vencer o concurso foi incrível, porque por mais que se treine, sempre achamos que dá para melhorar”.

A expectativa para a apresentação deste ano é ainda maior. “É cara a cara com os jurados, tem que sair perfeito ali, na hora”, diz Júlia. “O tio Math sempre nos diz para se divertir o máximo, se soltar e fazer com o coração. As palavras dele ajudam muito, mas não tem jeito: é barriga que gela, perna que treme, mão que fica suada. Mas é incrível: é só entrar no palco que tudo isso passa”.

A expectativa

O “tio Math” é Matheus Dias Cassiano, professor de educação física que treina a dupla na academia Tozzi, em Valinhos (SP). Ele também é fundador da Cia Celeste, companhia de artes aéreas da qual Júlia e Mariana fazem parte e conquista prêmios no campeonato desde 2018. 

Na edição anterior, o grupo apresentou cinco números, todos campeões: quatro pratas e um bronze. Os vídeos foram filmados na academia e enviados diretamente para a organização. Os dias de apresentações são sempre especiais para os acrobatas, seja qual for o formato do espetáculo, porém, com o presencial, a ansiedade do palco pode influenciar na performance.“Se eu disser que não espero um resultado, estaria mentindo”, admite a aluna Júlia.

Mariana Melo durante prática de sequências no parque CLT, em Valinhos (SP). Crédito: Bárbara Marques
 

Por isso, a coreografia teve de ser exaustivamente ensaiada pelo grupo. O professor ressalta que os truques existem muita força bruta, um desafio já que os treinos chegaram a ser suspensos por conta da pandemia. “É um processo árduo e lindo, e os resultados são fruto do esforço, do talento e do trabalho duro das meninas. Me sinto grato por fazer parte dessa trajetória” diz Matheus.

Manter a calma em meio ao esforço é essencial para realizar as sequências: “É melhor apresentar algo que se domina com mais facilidade do que deixar a pressão tomar conta na hora”, revela Mariana, que participa pela primeira vez presencialmente nesta edição. “O importante do campeonato, apesar de tudo, é se divertir e fazer o que os aerialistas mais gostam: se apresentar e brilhar”, conclui.

Aqui, vídeo da apresentação “Devaneios e Desvios” de Mariana Melo, que ficou em segundo lugar na categoria amador do Valinhos em Dança de 2020.

Orientação: Prof. Gilberto Roldão

Edição: Alanis Mancini


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